sábado, 15 de junho de 2019

Caminho aberto para o desfecho - Crítica - Séries: Game of Thrones - 7ª Temporada

 

O inverno chegou e muralhas cairão...


por Alexandre César 
(Originalmente postado em 14/ 05 /2019)

 Mesmo derrapando em alguns momentos, a série mostra força e aquece os motores para uma conclusão apoteótica
 
 
George R. R. Martin: Daqui para frente, só linhas gerais
 
 
Agora não tem volta. Os livros já foram deixados para trás desde a temporada anterior, sobrando apenas o plot com linhas gerais deixado pelo autor George R.R. Martin para os produtores do seriado Game of Thrones se basear na elaboração dos rumos da saga de Westeros. Todo e qualquer erro ou acerto terá agora estes produtores como os dois únicos responsáveis: David Benioff & D.B. Weiss. Eles são autores da maior parte dos roteiros que, nesta 7ª temporada, foram fechando os núcleos narrativos da trama para abrir espaço para a próxima temporada, que deverá ser a última. 
 
"-Chegamos seus Lannisters f #//@ da %*!!!"

 
Ao contrário do formato em 10 capítulos das temporadas anteriores, optou-se por apenas sete episódios. Se por um lado isso redirecionou recursos para um maior investimento na computação gráfica das sequências com zumbis e com dragões (muito usados nesta temporada em cenas espetaculares com qualidade digna de cinema), por outro acabou forçando uma aceleração na resolução das tramas, prejudicando personagens que pediam um ritmo menos frenético para concluírem suas trajetórias de forma mais natural. Além disso, há mais ação, reduzindo a quantidade de diálogos afiados e reviravoltas, características que sempre foram diferenciais da série. 
 
Daenerys (Emilia Clarke) e Jon (Kit Harington): o casal que todos esperavam
 
 
Jon Snow (Kit Harington) se firma como o grande herói "pau-para-toda-obra". O tão aguardado encontro dele com Daenerys Targarien (Emilia Clarke), e o consequente relacionamento dos dois, ocorre um tanto rápido demais. Tyrion Lannister (Peter Dinklage), por sua vez, sofre revezes em sua posição de estrategista-mor da série, sendo superado por adversários que cresceram ao longo das temporadas e agora mostram a que vieram. Cersei Lannister (Lena Headey) atinge a sua plenitude como vilã da série, dominando cada cena com maestria, revelando toda a sua malícia e periculosidade em seu olhar e atitudes mesquinhas. Sua relação com seu amante/irmão Jaime (Nicolaj Coster Waldau) está abalada e este vai, pouco a pouco, tornando-se o cavaleiro que deveria ter sido. Algo que ele não se tornara por causa dos compromissos com a sua casa familiar e do seu amor proibido. 
 
Cersei Lannister (Lena Headey): vilã com "V" maiúsculo

 
 Também vemos a evolução de Sandor Clegane, o "Perdigueiro" (Rory McCann), e de Theon Greyjoy (Alfie Owen-Allen), rumando cada um para a redenção de seus erros passados. Finalmente ocorre o reencontro dos últimos remanescentes do Clã Stark: Bran (Isaac Hempstead-Whrigth), agora o "corvo -de-três-olhos", usa seus poderes para ajudar o seu núcleo familiar e as pessoas no geral, enquanto as irmãs Sansa (Sophie Turner) e Arya (Maisie Willians) acertam as suas diferenças. 
 
Bran (Isaac Hempstead-Whrigth): Revelações sobre o passado de Jon Snow
 
 
Temos o primeiro grande uso dos dragões como arma contra os exércitos dos Lannisters e do Rei da Noite, rendendo momentos marcantes, mas que não atingem todo o seu potencial devido a urgência em colocar a história em movimento. Isto gerou distorções narrativas relativas à passagem do tempo. Ainda assim o quadro geral continua acima da média entre os seriados da atualidade. 
 
 
O Rei da Noite e seu exército: adversário formidável
 
 
Apesar dos haters de plantão, Game of Thrones continua sendo uma série de primeira linha que, quando acerta, nos dá grandes momentos na história da TV, como a bela e sutil cena em que começa nevar em King´s Landing, mostrando que o inverno chegou a todos os cantos de Westeros. Os arcos envolvendo as intrigas em Dorne e Winterfell são concluídos de forma satisfatória e personagens saem da série por já terem cumprido a sua função dramática, deixando espaço para o desenvolvimento da tão aguardada guerra entre os homens e o exército dos mortos do Rei da Noite – um inimigo que nas duas últimas temporadas mostrou ser um adversário formidável, não dando trégua em seu avanço. Agora, além de contar com a vantagem numérica, ele tem uma arma de destruição em massa que provou saber usar com maestria.
 
 
"E vai seguindo a procissão..."
 
Será uma grande espera e um grande inverno...
 
 
 

 

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