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sábado, 23 de setembro de 2023

O Paladino Mexicano e Eu - Perfil: Santo, o Mascarado de Prata

 


Duro na queda!!!

por Alexandre César 
(Postado originalmente em 16/07/2018)

“El Santo, El Enmascarado de la Plata”: um marco na cultura pop
 
 
Cinemas de bairro, como o Cine Guaraci, no subúrbio de Rocha Miranda, no Rio de Janeiro (RJ) exibiam programa duplo. Eram os nossos equivalentes aos "grindhouses" americanos

Lembro que quando menino, no início dos anos 1970, eu morava em Barros Filho (subúrbio da Zona Oeste do Rio de Janeiro) e fazia o meu primário (atual ensino fundamental) no Instituto Kennedy, no bairro de Madureira. Minha mãe (que Deus a tenha!) levava eu e minhas irmãs para o colégio de ônibus.
 
 
"Santo contra a Filha de Frankenstein" (1971): uma das 52
 películas do paladino mexicano

 Na altura do bairro de Rocha Miranda o ônibus passava por um pequeno cinema, o Cine São Francisco, e lá eu lia no letreiro os títulos dos filmes exibidos. Era o típico programa duplo dos “poeirinhas” (apelido dos pequenos cinemas de bairro, já em decadência), que normalmente passava dois filmes - Em geral era um farwest italiano com um filme de Kung fu ou uma pornochanchada ou um filme que no ano anterior havia sido veiculado no circuito comercial e em breve iria para a TV.
 
 
Luta-livre: uso de calções sobre collants e roupas de malha, como artistas de circo e super-heróis

Comecei a reparar, entre os títulos que lia, uns que me chamavam a atenção: Santo contra Drácula, Santo e os Invasores de Marte ou Santo contra o Lobisomem. Eu ficava me perguntando: “Quem, raios me partam, é este tal de Santo???”.


El Santo e sua verdadeira face Rodolfo Guzmán Huerta. Durante décadas só aparecia em público com a sua máscara e, dizem, dormia com ela
Segui a vida e só muitos anos depois descobri quem ele era, que a julgar por seus adversários, devia ser “O” cara!! E vi o quanto somos alienados em relação aos nossos vizinhos da América Latina. Aquele era talvez maior super-herói folclórico latino-americano e só vim a conhecê-lo muito tempo depois de sua morte.
 
Alguma das váras identidads de Rodolfo Guzmán Huerta, até encontrar a que o definiria 

Os Estados Unidos sempre tiveram uma sólida tradição nos heróis e super-heróis, seres poderosos, muitos deles maiores do que a vida. Foi naquele país que o gênero surgiu, muito imitado mundo a fora, mas nunca igualado. As tentativas feitas por outros países ficam muito aquém, em geral pouco mais do que pastiches. Uma das poucas exceções foi o Japão, que conseguiu adaptar o conceito à sua própria cultura, gerando personagens únicos e distintos das matrizes ianques.
 
 
A luta-livre mexicana se caracteriza pelo amplo uso de máscaras entre seus lutadores, tal qual os super-heróis americanos

Um dos principais fãs da luta-livre mexicana são as crianças, que adoram os lutadores como super-heróis

Na América Latina o peso da influência cultural norte-americana sempre foi grande, limitando o surgimento de ícones culturais de massa que competissem em pé de igualdade com os caras das cuecas por cima das ceroulas - os típicos trajes de super-heróis que surgiram a partir das roupas de artistas de circo. Dessa mesma matriz circense surgiria uma figura que cativaria o imaginário popular mexicano, atingindo proporções míticas: Os lutadores de wrestling - a popular luta-livre.
 
 
Aqui no Brasil, nos primórdios da Rede Globo, havia o Telecatch, que entre outras estrelas tinha Ted Boy Marino, que durante um tempo integrou "Os Trapalhões"


Tendo se tornado extremamente popular a partir dos anos de 1930, a lucha libre mexicana se caracteriza por movimentos ágeis e pelo uso de máscaras coloridas dos seus lutadores, talvez remontando às suas festas populares como El Dia dos Muertos. Elas criam uma aura de mistério à cerca de suas identidades e permitia que o empresário marcasse duas, três lutas no mesmo dia e na mesma hora em cidades diferentes com o mesmo lutador (o autêntico na luta principal e os dublês nas outras), num verdadeiro “milagre” da logística...
 
 
Os lutadores (graças ao seu visual teatral) naturalmente assumiam ares "super-heróicos"

 
Neste panorama surgiram várias figuras que ganharam o mundo, tornando-se lendas nos ringues, indo para as histórias em quadrinhos e o cinema. Figuras como Blue Demon e Mil Máscaras tornaram-se lendários, mas nenhum deles tornou-se tão mítico como El Santo, El Enmascarado de la Plata.
 
 
Blue Demon e El Santo. Uma amizade longa e duradoura, tendo atuado juntos nos ringues e nas telas

Nascido Rodolfo Guzmán Huerta, em 23 de setembro de 1917 em Tulacingo, México, era o quinto de sete filhos. Ele e sua família de origem humilde chegou à Cidade do México nos anos 20. Praticou beisebol e futebol americano, até tomar gosto pela luta. Começou com jiu-jitsu e depois luta greco-romana. Alguns relatos inclusive dizem que ele chegou a também fazer aulas de pintura.
 
 
Carteira de registro de Rodolfo Guzmán Huerta na Associação Nacional de Atores do México

 
Por volta de 1933 a 34, quando trabalhava como operário têxtil, aprendeu luta-livre, treinando com seus irmãos Miguel e Jesús, no Casino de la Policía de la Ciudad de México. Na época o esporte ganhava público, impulsionado pelo empresário Salvador Lutheroth. Os três tornaram-se lutadores. Miguel virou Black Guzmán e Jesús El Pantera Negra. Mas este último morreu numa luta em Puebla em 13 de agosto de 1934.
 
 
El Santo não dava mole para ninguém quando o assunto era lutar

Estima-se que Rodolfo tenha começado como lutador entre 1934/35 usando seu verdadeiro nome. Numa entrevista disse ter debutado numa arena já extinta, em Anáhuac, contra um lutador chamado Eduardo Palau, que era referência na época. Após lutas usando vários nomes, como Rudy Guzmán, El Hombre Rojo, Elenmascarado, El Incógnito, El Demonio Negro, e , e El Murciélago Enmascarado II (nome que teve de abandonar por uma questão judicial), casou-se com Maria de los Ángeles Rodríguez Montaño por volta de 1940. União para toda a vida que lhe deu dez filhos, sendo um deles, Jorge Guzmán Rodríguez, também lutador (El Hijo del Santo). Finalmente em 1942, seu treinador don Jesús Lomeli montou uma nova equipe de lutadores, todos usando trajes prateados, e o convidou para integrá-la. Após avaliar três nomes (El Santo, El Diablo e e El Angel), em 26 de abril lutou na Arena México como  El Santo pela primeira vez, iniciando a lenda.
 
 
A luta-livre se iniciou em ambientes improvisados baseando-se na luta greco-romana e nas regras de pugilismo do Marquês de Queensberry


Aos poucos ele desenvolveu seu estilo que, aliado a sua agilidade e versatilidade, tornou-o muito popular. Em meados da década de 1950 começou a treinar na Arena Coliseo de Guadalajara, na cidade de Jalisco, onde conheceu El Diablo Velasco, fundador da primeira escola de luta livre profissional, refinando ainda mais o seu estilo. Logo El Santo começaria voos maiores.
 
 
Os quadrinhos, aqui já com o "S" na máscara 
para diferenciá-lo do modelo original.


Em 1952, o editor e artista José Guadalupe Cruz começou a publicar o gibi Santo, el Enmascarado de Plata, tornando-o no primeiro personagem lutador das HQs mexicanas. Seu sucesso levou outros lutadores  (Black Shadow, Huracán Ramirez, El Solitario, Tinieblas) a licenciarem publicações com a mesma técnica de Guadalupe Cruz (cor sépia e fotomontagem em fundos desenhados). Inicialmente o próprio Santo posava para as fotos da revista, sendo depois substituído após alguns anos (e questões legais...) por Héctor Pliego, o Mister México 1969. Houve pequenas diferenciações no design do personagem em relação ao original (entre elas um “S” sobre um círculo negro na frente da máscara). Apesar disso, a publicação seguiu até os anos 80.
 
 
Aqui é nítida a diferença de físico do Mister México Héctor Pliego, em relação a Guzman.

No final da década de 1950, o lutador e ator Fernando Osés convidou-o a trabalhar em filmes, o que ele de bom grado aceitou, mas sem abandonar a sua carreira nos ringues, coordenando as duas atividades. Os roteiros dos dois primeiros filmes ( Santo contra Cerebro del Mal e e Santo contra los Hombres Infernales) foram escritos por Fernando Osés e Enrique Zambrano em co-produção, e rodados em Cuba em 1958. As filmagens terminaram um dia antes de Fidel Castro entrar em Havana e declarar a vitória da Revolução Cubana (isto sim teria dado um filme e tanto, tipo Santo contra el Barbudo Comunista ).
 
 
 
Em suas películas El Santo sempre dirige um possante carro esporte. Poderíamos chamá-lo de "Santomóvel"...


A despeito da produção mambembe e improvisada, os dois filmes saíram-se muito bem nas bilheterias, iniciando a filmografia de 52 películas protagonizadas pelo herói dos ringues e lançando as bases estruturais de todos os roteiros da franquia, que pouco mudou ao longo de seu trajeto. Vemos El Santo sempre atuando como um super-herói contra monstros sobrenaturais (vampiros, lobisomens, zumbis), alienígenas, cientistas loucos ou o crime organizado. Um misto de Batman com James Bond, ele sempre aparecia pilotando o seu carro esporte sem camisa, com a capa do ringue a esvoaçar. Para disfarçar, Rodolfo usava sapatos plataforma alguns planos para parecer mais alto do que os seus 1,68m.
 
 
Juan Orol; O "Ed Wood" mexicano, que teve sucesso e reconhecimento em vida. Já o Ed...

 
O aspecto trash era patente ao tentar criar histórias de horror com visual gótico ambientadas no México, o que criava uma comédia involuntária e a crítica não perdoava. Mas os filmes foram muito bem nas bilheterias - uns mais do que outros, mas nunca dando prejuízo - e ultrapassavam as fronteiras do México, sendo muito populares em todo o continente, na Europa e, em especial, no Líbano e na Turquia.


"El Santo contra las Mujeres Vampiro" (1962), um dos meus favoritos por ter uma ambientação que lembra (guardadas as devidas proporções) os clássicos da Hammer Films

Em alguns círculos da intelectualidade européia, os filmes de El Santo foram considerados verdadeiras pérolas de um certo “cinema surrealista mexicano”, pois acreditavam que a ingenuidade das histórias e o extremo descuido da produção eram propositais, sendo comparadas aos filmes do célebre diretor e ator Juan Orol (1897-1988), considerado “o surrealista involuntário” por alguns e o “Ed Wood mexicano” por outros (coisa questionável porque, a despeito da escassez de recursos, Orol teve grande filmografia e sucesso de público em vida enquanto Wood só encarou uma sucessão de fracassos, morrendo no anonimato).
 
 
Não importa a natureza do inimigo: Seja vampiro, marciano, zumbi, lobisomem ou 
o raio-que-o-parta. Todos tentarão estrangular o nosso herói

 
A estrutura narrativa básica dos filmes de El Santo é a mesma, apenas mudando a ordem de alguns elementos e sequências: Surge uma ameaça (sobrenatural, extraterrestre, criminal) delimitando a sua área de atuação no México; as forças do mal ameaçam ou cercam o seu alvo (a população, uma jovem donzela, uma família etc); uma autoridade (um inspetor ou um cientista, que use óculos e jaleco e fume cachimbo) entra em contato com ElSanto, chamando-o; El Santo surge no ringue lutando, ou treinando no ginásio ou num parque público ensinando os valores do esporte às crianças; acontece um primeiro confronto do herói com as forças do mal, que logo bate em retirada; El Santo se encontrar com o inspetor (ou cientista) que lhe instrui sobre o adversário; as forças do mal planejam um ataque; Após receber a instrução El Santo chega a uma conclusão e pede licença que terá de se ausentar para treinar ou comparecer a uma luta pois “precisará estar na sua melhor forma para enfrentar o inimigo”; na luta, um inimigo tomará o lugar de um lutador e tentará matar El Santo no ringue, se for no treino, hipnotizará ou drogará amigos do herói para que o matem (nos dois casos obviamente nosso herói vencerá); uma perseguição com El Santo dirigindo o seu carro esporte (sempre com a roupa de lutador, sem camisa); após uma luta, o inimigo propõe que El Santo se una a ele/a (que recusa); uma vítima é capturada enquanto El Santo luta por sua vida; o herói vence a luta desigual e salva a vítima; o inimigo é destruído, preso ou foge após a derrota; todos agradecem a El Santo, que vai embora acenando para todos em seu conversível.

"Santo el Enmascarado de Plata vs. la Invasíon de los Marcianos" (1966). Reparem nos cabelos esculpidos com laquê...


É claro que quando o tempo e os filmes foram passando ele foi usando mais roupas civis ao invés dos trajes de luta que só usava no ringue, pois ele com a idade foi ficando mais “parrudinho”. Alguns filmes apresentavam cenas de nudez moderada nas cópias exibidas fora do México, para torná-las mais comerciais.
 
 
El Santo & Blue Demon: contra tantos monstros um só lutador mascarado não é suficiente
 
Estrutura bem básica, comum a trilhões de histórias já vistas, mas de facílima compreensão, não muito diferente de um roteiro de filme de Os Trapalhões ou da dupla de Trinity (Terence Hill e Bud Spencer). Isto assegurou a perfeita comunicação com o seu público-alvo. 
 
 
El Santo e Blue Demon. Amizade nas arenas e nas várias películas que compartilharam

 
Observa-se também elementos bem característicos que vemos nas novelas mexicanas que passam no SBT, como todos estarem sempre (não importa quão coloquial seja a situação) super produzidos como se fossem sair - os homens sempre de paletó e gravata e as mulheres sempre maquiadas com jóias e vestido de noite, mesmo que apenas jantem em casa e vejam TV com a família. A estrutura de família apresentada é tipicamente conservadora e patriarcal, católica apostólica romana. Depois de alguns filmes você reconhece entre os fortões - sejam eles vampiros, alienígenas, etc - um bom número de rostos, pois não deveria ser abundante o número de grandões parrudos no México da época.
 
 
A nova série em quadrinhos. Padrão que lembra as revistas da Image Comics

As vilãs, não importa a origem, sempre são extremamente maquiadas; tem os cabelos esculpidos por laquê e permanente, além de serem bonitonas, tentadoras e, voluptuosas de seios fartos. Tudo para realçar a sensualidade delas que domina os fracos de espírito, mas não o nosso herói Macho-Alfa, que sempre controla cada situação com os seus punhos, seus camelclutchs e saltos aéreos (flying somersault headbutt), mas tem uma atitude protetora frente aos fracos e às crianças.
 
 
   Bonecos de Santo e de Blue Demon

 
Dentro de sua extensa filmografia, podemos citar Dentro de sua extensa filmografia, podemos citar Santo Contra las Mujeres Vampiro (1962), Santo, el Enmascarado de Plata vs. la Invasíon de los Marcianos (1966), Santo en el Tesoro de Drácula (1968), Santo vs. la Hija de Frankenstein (1971), Santo vs. las Lobas (1972), Santo Contra el Doctor Muerte (1973), entre tantos filmes solo ou em parceria com outros colegas de ringue, como  Blue Demon. Opções não faltam.
 
 
José Mojica Marins (Zé do Caixão) no Brasil e Ajay Devgn (Action Jackson), na Índia: reinvenções regionais para paladares específicos

Após uma longa carreira de sucesso, nosso herói se despediu dos ringues em 1982, mas continuou aparecendo na TV em entrevistas e em eventos. Como durante a sua carreira nunca retiraram a sua máscara, acreditava-se que ele nunca se afastava dela (usando-a inclusive em casa), sendo que, num programa de entrevistas, chegou a mostrar parte do rosto. Pouco depois de sua aposentadoria, em 5 de fevereiro de 1984, teve um enfarte após uma apresentação no Teatro Blanquita, vindo a falecer aos 66 anos. Foi sepultado no dia seguinte, usando a sua máscara inseparável, no Mausoleos del Ángel, acompanhado por cerca de dez mil pessoas que vieram despedir-se, entre elas, os lutadores  Black Shadow e e Blue Demon que carregaram o caixão. Uma estátua sua foi posteriormente erguida em sua cidade natal.
 
 
"-Sou elegante e alinhado não?"

 
Seu legado de mais de quatro décadas nos ringues, onde nunca deixou de lutar uma única vez, lhe conferiu o reconhecimento como o maior de todos os desportistas mexicanos. Sua presença midiática marcou indelevelmente a cultura de massa, tendo servido de inspiração a personagens de quadrinhos, desenhos animados e a outros lutadores. 
 
 
O enterro, com a presença de personalidades do meio
 
Acho que, se algum dia, pretendessem homenagear e atualizar o personagem a pessoa mais indicada para isso seria o diretor Robert Rodriguez (Um Drink no Inferno, Machete, Sin City), pois ele saberia escolher um intérprete à altura do mítico personagem e, com esperteza, tirar partido do espirito Trash que El Santo sempre incutiu em seus filmes, pois, como disse o nosso Michel Serdan no documentário Monstros do Ringue (2017): “Luta livre têm que ser brega!!!”
 
 
A estátua em Tulacingo do filho ilustre

Personagens como Personagens como El Santo, o nosso Zé do Caixão ou os heróis dos filmes de Bollywood refletem o imaginário coletivo de seus povos, dialogando e reciclando o cinema mainstream numa versão regional, própria daquele segmento, mostrando a sua personalidade e criatividade, não aceitando ser apenas consumidor passivo do produto importado. 
 
 
O túmulo de Rodolfo Guzman Huerta

 
Eu só lamento ter tomado conhecimento da sua existência quase vinte anos depois da sua morte graças à internet, e ter tido a ideia de levantar a sua biografia durante as comemorações do centenário de seu nascimento. Acabei inadvertidamente, refletindo a típica e histórica postura brasileira de olhar sempre para o mar, dando as costas para o seu próprio país e continente, não se identificando como latino-americano.
 
 
"-É isso amigos. Nos vemos no Telecatch Montilla!!!"