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George Perez e sua fantástica trajetória.

Eu sou as sombras.

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Ser legal não está com nada...Ou está?

Lobo, Tubarão, Aranha, Cobra, Piranha...Que medo!!! Mas eles querem mudar isso.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Chapado!!! - Crítica - Filmes - O Urso do Pó Branco (2023)

 


O absurdo da realidade

por Alexandre César


Elizabeth Banks alfineta a "Guerra às Drogas"




 
Setembro de 1985. Prestes a ser interceptado, o traficante de drogas Andrew Thornton (Matthew Rhys, de Perry Mason) despeja sua carga de 400 Kg de cocaína da boa, vinda da Colômbia em malotes, sobre uma área florestal de Knoxvile, no estado do Tenesse, EUA. A seguir se prepara para saltar de paraquedas  e recolher a mercadoria no local do lançamento, mas tropeça, batendo com a cabeça e caindo inconsciente para a morte com uma fortuna em pó se perdendo na área silvestre. 
 
Pouco depois, o casal de turistas Olaf (Kristofer Hivju, de Game of Thrones) e Elsa (Hannah Hoekstra, de As Panteras) esbarram com um urso preto de comportamento estranho ao fazer uma trilha. Um urso portador de uma fúria alucinada com consequências sangrentas...
 
 
O casal Olaf (Kristofer Hivju) e Elsa (Hannah Hoekstra) são os primeiros a observarem "mudanças" na vida selvagem



Nas redondezas, a enfermeira Sari (Keri Russell, de Felicity) mãe solteira, instrui sua filha Dee Dee (Brooklynn Prince, de Home Before Dark). Como ela vai fazer um plantão à noite, lhe dá instruções do que fazer pela manhã quando for à escola. Mas a pimpolha resolve matar aula com seu amiguinho Henry (Christian Convery, de Sweet Tooth) e dar uma volta próximo da cachoeira do parque florestal. 

O Parque florestal é cuidado pela Ranger Liz (Margo Martindale de Bem-Vindos à Vizinhança) uma guarda florestal tiazona, auxiliada por Peter (Jesse Tyler Ferguson de Família Moderna) um guia “good vibes”.

 
 
A enfermeira Sari (Keri Russell) procura a sua filha gazeteira, auxiliada pelo guia Peter (Jesse Tyler Ferguson) e pela Ranger Liz (Margo Martindale), que zela pelo parque florestal

 

Ao mesmo tempo, temendo perder o carregamento de drogas do cartel e sem ter como pagar essa fortuna, o chefe do tráfico local Syd (Ray Liotta, de História de um Casamento, em sua última atuação) convoca seu capanga Daveed (O´Shea Jackson Jr., de Obi-Wan Kenobi) para que vá com Eddie (Aiden Ehrenreich, de Admirável Mundo Novo), o filho do traficante, recolher na floresta a valiosa carga. Este movimento é previsto por Bob (Isiah Whitlock Jr., de Destacamento Blood), um dedicado policial certinho, que parte para interceptar o resgate da carga, após (tentando fazer a coisa certa) presentear sua colega de farda Reba (Ayoola Smart, de Juliet, Nua e Crua) com algo bem fora do gosto da policial.

 

O trombadinha Stache (Aaron Holliday, de camisa amarela) esbarra com Daveed (O´Shea Jackson Jr. ao fundo) e Eddie (Aiden Ehrenreich) 

 

E para finalizar, temos Stache (Aaron Holliday,de Euphoria), Vest (J. B. Moore, de O Jovem Wallander) e Ponytail (Leo Hanna, de About Joan): uma gangue muquirana de trombadinhas que assalta campistas do parque e se "acham” o perigo real e imediato. Eles e os outros citados acabam convergindo, cruzando o caminho entre si e com o grande carnívoro, que se está sob o efeito de uma dose cavalar do perigoso entorpecente, e louco para conseguir mais uma dose...

 

Sari passa maus bocados fugindo do urso


Dirigido por Elizabeth Banks (A Escolha Perfeita 2) a partir do roteiro de Jimmy Warden (A Babá: Rainha da Morte) e levemente baseado em fatos reais*1, O Urso do Pó Branco (2023) aproveita sua premissa absurda ao longo de 1 hora e 35 minutos para gerar uma comédia de erros plena de humor sarcástico, corrosivo e politicamente incorreto, regatando as comediotas oitentistas, temperada com doses de violência gráfica e goreCom resultados divertidos, em alguns momentos o filme lembra os desencontros das tramas dos Irmãos Cohen (com menos inventividade, mas ainda assim, funcional), não tendo medo de colocar crianças na equação (coisa que hoje em dia os grandes estúdios ficam cheios de dedos...).

 

O CGI do urso é eficiente, bem como os efeitos práticos e próteses de suas vítimas

A edição de Joel Negron (Thor: Ragnarok) lembra bastante filmes B ao estilo da franquia Sexta-Feira 13, como na sequência envolvendo os paramédicos Tom (Scott Seiss, de Shortcomings) e Beth (Kahyun Kim, de Deuses Americanos), num ritmo que combina com a música de Mark Mothersbaugh (O Que Fazemos nas Sombras), entrecortada com clássicos dos anos 80, época em que o filme se passa.

 

Sari encontra sua filha Dee Dee (Brooklynn Prince) e seu amigo Henry (Christian Convery) próximos ao covil da fera


O funcional desenho de produção de Aaron Haye (Bohemian Rhapsody) compõe, junto com a direção de arte de Conor Dennison (Fundação) e Christine McDonagh (O Homem do Norte), espaços rústicos e funcionais, como o posto administrativo do Parque e o restaurante de estrada onde Daveed e Eddie se encontram, e outros mais acolhedores. Este último é o caso da casa de Sari, onde a decoração de sets de John Neligan (Obsessão) e Jil Turner (Vikings), com elementos característicos dos anos 80, demarcam um claro recorte da época. Os figurinos de Tiziana Corvisieri (Pitch Perfect: Bumper in Berlin) vão pelo mesmo caminho, com seus trajes compostos de peças que poderiam ser compradas em saldões e atacados de fábrica, à despeito do cuidado do vaidoso Daveed com seus tênis novos de grife e sua camisa de marca.

 

Ao grupo de Daveed e Eddie se unem a policial Reba (Ayoola Smart) e Syd (Ray Liotta)

Agora falemos do urso, que não existiria de forma crível sem os efeitos visuais de Weta FX, Rising Sun Pictures, Myth Image, Lola Visual Effects, Esceptional Minds, Halon Entertainment, Clear Angle Studios, supervisionados por Robin Hollander (Planeta dos Macacos: A Guerra) e Matt Greig (Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis). Embora desigual no realismo entre as sequências, o animal atinge os objetivos propostos pela narrativa, ora revelando a fera como uma pobre vítima das circunstâncias, ora como um ser que a cada cafungada do “pó mágico”, volta à vida como um monstro chapado, tipo o Incrível Hulk. Os efeitos de suas ações sobre os frágeis humanos são apresentados nas próteses e efeitos práticos da Weta Workshop, que pagam tributo ao histórico dos filmes de Jason, Freddy Kruger e similares.

 

Vários são os momentos de humor escrachado em que o urso cai "chapado" 

Ao final do filme, constatamos que, à despeito de suas irregularidades, O Urso do Pó Branco apresenta na sua abordagem cínica uma boa  critíca à hipocrisia da “Guerra às Drogas” americana, que sempre serviu mais para manter o status quo vigente do que realmente combater o crime, ou evitar que elementos químicos estranhos contaminassem o meio ambiente...

 

Tudo se resume a achar a coca e sobreviver para faturar uma grana com ela...

 

Notas:

 

 

*1: Como é mostrado no prólogo do filme, Andrew Thornton era um traficante que foi encontrado morto em 11 de setembro de 1985 perto de uma estrada no estado de Tennessee, depois de pular do avião em movimento. Estava com parte de sua preciosa carga amarrada em seu corpo, além de uma mala. Seu paraquedas falhou por não suportar todo o peso que carregava. Em terra, a polícia encontrou na Floresta Nacional de Chattahoochee, junto a 40 tabletes rompidos e espalhados pelo chão, um urso negro morto de cerca de 220 Kg. Sua autópsia revelou que ele consumiu uma grande quantidade de cocaína, morrendo por overdose. O urso foi empalhado e atualmente se encontra em exibição num shopping na cidade de Lexington, no estado do Kentucky. O caso ganhou a mídia e virou uma lenda urbana da região.  O animal foi chamado de “Pablo Escobear” , um trocadilho com o nome do traficante Pablo Escobar e “bear” (urso em inglês). Outro apelido que o animal recebeu foi “Cokey, the Bear” que poderia ser traduzido como “Coca, o Urso”.

 


quinta-feira, 23 de março de 2023

Sangrenta Conclusão - Crítica – Filmes: John Wick 4: Baba Yaga (2023)

 


Eu sou a lenda


por Alexandre César

E John Wick conclui sua trajetória
 


 

Desde que surgiu em John Wick - De Volta Ao Jogo, de 2014, onde o matador aposentado John Wick (Keanu Reeves, de Matrix Resurrections) retornava à antiga atividade por conta do assassinato de seu cachorro, fomos apresentados ao vasto universo da Irmandade dos Assassinos. Ao longo de suas sequências - John Wick: Um Novo Dia Para Matar (2017) e John Wick 3: Parabellum (2019)  - um império invisível do Crime vai se descortinando para o espectador. Profundamente enraizado na sociedade, com promissórias, moedas, medalhões simbolizando juramentos de sangue e um rígido código de conduta, onde cada ação gera uma reação... A expansão de nosso conhecimento deste universo foi de forma exponencial, atingindo agora seu ponto culminante. Ou não?!?

 

John Wick (Keanu Reeves) tem uma "entrevista" com um líder da Irmandade dos Assassinos e "entorna o caldo" de vez


Dirigido novamente por Chad Stahelski (
John Wick 3: Parabellum) com roteiro de Shay Hatten (Army of the Dead: Invasão em Las Vegas) e Michael Finch (Blood Brother), baseado nos personagens criados por Deerek Kolstad (Anônimo), John Wick 4: Baba Yaga (2023) segue a premissa de “mais e maior” até seu limite máximo. Com o auxílio da energética edição de Nathan Orloff (Ghostbusters: Mais Além), o fio da verossimilhança vai se esticando, ao longo de suas duas horas e quarenta e nove minutos de duração, até próximo do ponto de ruptura. Então o ritmo diminui um pouco, para logo em seguida tensionar novamente. Ao longo do filme esta alternância prossegue, gerando uma tensão narrativa que nos entrega um senhor filme de ação com “A” MAIÚSCULO.

 

O "Mediador” (Clancy Brown) se apresenta no Hotel Continental de Nova York...

... instituindo o Marquês (Bill Skarsgård) como o novo administrador da crise

 

Iniciando no deserto da Jordânia, com uma “entrevista” entre John Wick e um Ancião da Irmandade dos Assassinos (George Georgiou, de Moonhavenque deixa claro que nosso protagonista nunca terá paz. Posteriormente conhecemos a enigmática e implacável figura do “Mediador” (Clancy Brown, de O Mandaloriano), que é encarregado de resolver a rixa entre a Irmandade dos Assassinos*1 e John Wick. Ele encarna a “face institucional” da Cúpula do Mundo do Crime e institui o Marquês (Bill Skarsgård de IT – Capítulo 2) para resolver a questão. 

 

O assassino cego Caine (Donnie Yen) é destaque do filme

 

E o Marquês, exigindo uma obediência e fidelidade canina à guilda por seus membros, manda seu capanga-chefe Chidi (Marko Zaror, de Alita: Anjo de Combatecaçar John Wick com um pequeno exército. Além destes, Wick encontra pelo caminho alguns adversários que parecem estar a sua altura, como Caine (Donnie Yen, de Rogue One: Uma História Star Wars), um assassino cego que rivaliza em habilidade com o Demolidor da Marvel. Outro adversário é “Tracker” (Shamier Anderson, de Valentes),  assassino astuto que possui uma cadela (espelhando o amor de Wick por cães) que fica à parte, só agindo após o valor pelo pescoço do alvo da vez ir crescendo até o valor que almeja.

 

O misterioso “Tracker” (Shamier Anderson) 

 
Falando no Demolidor, outro personagem presente no filme que remete as histórias do herói é Killa (Scott Adkins, de Boyka: O Imbatível), corpulento mafioso russo (sob camadas de maquiagem) com dentes de ouro. O personagem é quase uma versão "máfia russa" do Rei do Crime, pois briga muito à despeito do volume de seu corpo. As ótimas coreografias de luta ao longo da história mesclam kung fu e a luta de rua, onde tudo à mão pode ser usado como arma, remetendo ao estilo de Jackie Chan na utilização destas “ferramentas” e ressaltando as diferenças culturais dos personagens que se confrontam. 


Da galeria de tipos, retornam Winston (Ian McShane, de Deuses Americanos), gerente do Hotel Continental de Nova York, seu concierge Charon (Lance Reddick, de Fringe numa de suas últimas aparições) e o “Rei” do Bowery (Laurence Fishburne, de A Mula), que auxiliam John Wick em suas andanças. 
 
 
No Japão, John Wick recorre a Shimazu (Hiroyuki Sanada) gerente do Hotel Continental de Osaka

 
Dos novos rostos, ainda têm destaque Shimazu (Hiroyuki Sanada, de Westworld) gerente do Hotel Continental de Osaka que o auxilia Wick - apesar das reservas de sua filha Akira (a cantora Rina Sawayama) -, Katia (Natalia Tena, de O Mandaloriano), chefe do clã da máfia russa que pode reabilitar John Wick, calcado nas regras da Irmandade.

Ao final, a ação leva a uma espetacular sequência em um ritmo angustiante nas famosas escadarias de Montmartre, em Paris. A cena remete a inexorável passagem do tempo, concluindo os arcos dos personagens e abrindo possíveis rumos para este rico universo narrativo.

 

O filme marca uma das últimas aparições de Lance Reddick (1962-2023), como Charon, o "concierge" do Hotel Continental de Nova York

Os valores de produção refletem o ápice da expansão deste mundo. A linda fotografia de Dan Laustsen (O Beco do Pesadelo) valoriza a beleza das locações na caminhada de seu protagonista pelo mundo, similar às aventuras de James Bond e Jason Bourne: o deserto de Wadi Rum (Jordânia); o Arco do Triunfo e as escadarias de Montmartre (França); Osaka (Japão); Berlin e o Estúdio Babelsberg, em Potsdam (Alemanha). 

O bom desenho de produção de Kevin Kavanaugh (O Peso do Talento) cria ambientes elegantes e ricos, mesclando habilmente uma ambientação noir com elementos sacros, remetendo às origens bielo-russas de Wick. A ambientação rave cheia de neons do night club de Killa, e um apelo de anime, no Continental de Osaka, nos remetem ao melhor estilo de Matrix. Tudo isso auxiliado pela direção de arte de Chris Shriver (Em um Bairro de Nova York), Andreas Olshausen (Sem Remorso), Emil Birk (Uncharted - Fora do Mapa), Giles Boillot (Valerian e a Cidade dos Mil Planetas), Karim Kheir (Cavaleiro da Lua), Cornelia Ott (As Panteras), Thierry Zemmour (Missão: Impossível – Efeito Fallout) e Régis Marduel.  A decoração de sets de Rand Abdel Nour (Cavaleiro da Lua) e Mark Rosinski (Atômica) enfatiza as forças políticas e econômicas em conflito.

 

É nítido o contraste entre o elegante Shimazu e os capangas de Chidi, todos com "paletós de segurança" que parecem fora de medida

Os figurinos de Paco Delgado (Morte no Nilo) contrapõem a elegância do terno preto de John Wick aos conjuntos padronizados em série de Chidi e seus capangas brucutus, que usam um uniforme padrão com coturnos e paletós cinzas (em medidas menores do que deveriam) feitos com um tecido de kevlar, para proteger seus usuários de tiros à queima-roupa. O aspecto destes não deixa de lembrar certos apresentadores de noticiários “populares” e políticos da nossa direita. A eficiente música de Tyler Bates (Deadpool 2) e Joel J. Richard (Livros de Sangue) permeia a ação, sublinhando o ritmo e acompanhando de forma eficiente a escalada do ritmo narrativo.

 

A direção de arte é esmerada, em ambientes variados em estilo, tamanho e atmosfera


Os efeitos visuais de Atomic Arts, Boxel Studio, Clear Angle Studios, Crafty Apes, Halon Entertainment, Incessant Rain Studios, Light FX, Mavericks VFX, McCartney Studios, NVIZ, One Of Us, Outlanders VFX, Pixomondo, Rodeo FX, The Yard VFX, Track VFX, Tryptyc e WeFX , supervisionados por Jonathan Rothbart (O Predador), Janelle Ralla (Mulher-Hulk: Defensora de Heróis) e Michael Ralla (A Tragédia de Macbeth), providenciam o necessário para dar credibilidade às cenas de ação, apagando cabos, fundindo tomadas, acertando cor, acrescentando sangue (sem ser splater), de forma eficiente e sem chamar demasiada atenção para si.

 

No metrô de Paris, o “Rei” do Bowery (Laurence Fishburne) e Winston (Ian McShane) se reunem a John Wick para tratar de sua estratégia


Ao final, tal qual o bicho-papão da mitologia eslava*2, John Wick 4: Baba Yaga mostra o dilema de seu protagonista, entre tornar-se a criatura ao mesmo tempo temida por uns e adorada por outros, ou apenas resolver suas pendências e encontrar um cantinho no mundo, curtindo o anonimato. Como a areia que escorre na ampulheta, saindo de uma câmara para outra, ao mesmo tempo que fecha um ciclo, podemos nos preparar para ser o início de um novo, caso a mesma ampulheta seja virada...

P.S.: Sim, amigos. Tem cena pós-créditos!

 

Armas, muitas armas, e um terno especial de tecido de kevlar. É tudo de que John Wick precisa
 



Notas:

*1: O universo ficcional da Irmandade dos Assassinos lembra a guilda de O Procurado (2008, de Timur Bekmambetov), com Angelina Jolie, James McAvoy e Morgan Freeman. Já ao evocar o passado mítico no deserto desta organização, o longa ecoa a versão hollywoodiana de As Aventuras de Omar Khayam (1957, de William Dieterle), com Cornel Wilde, Michael Rennie e Debra Paget


*2: Baba Yaga, figura chave da mitologia eslava, é um ser sobrenatural (ou um trio de irmãs com o mesmo nome) que tem a aparência de uma mulher deformada e/ou feroz e que voa pelos céus montada num almofariz (uma espécie antiga de moedor), apagando os rastros que deixa com sua vassoura. Mora no interior da floresta numa casa apoiada sobre pés de galinha (ou apenas sobre um pé, em algumas versões), cuja fechadura é uma boca cheia de dentes. A Baba Yaga pode ajudar ou dificultar aqueles que a encontram ou a procuram. De acordo com a morfologia folclórica de Vladimir Propp, a Baba Yaga normalmente aparece nos contos de fadas como uma doadora ou vilã, podendo também ser completamente ambígua. Andreas Johns identifica a Baba Yaga como "uma das figuras mais memoráveis ​​e distintas no folclore eslavo". Ele destaca que ela é "enigmática" e muitas vezes exibe uma "ambiguidade surpreendente". Se Baba Yaga pode ser traduzido como dor, Baba será Avó, e Yaga, mulher.



- "Matar, morrer... quem sabe, dormir..."