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Dr. Estranho de Sam Raimi traz o terror ao UCM.

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Spector, Grant, Cavaleiro da Lua, as múltiplas personalidades do avatar de Konshu.

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George Perez e sua fantástica trajetória.

Eu sou as sombras.

The Batman, de Matt Reeves, recria o universo sombrio do Homem-Morcego.

Ser legal não está com nada...Ou está?

Lobo, Tubarão, Aranha, Cobra, Piranha...Que medo!!! Mas eles querem mudar isso.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Escolha o seu Fim de Mundo – Parte 1

 


 

Resenha: Filmes & Séries Apocalípticas – Parte 1
por Alexandre César
(originalmente publicado em 28/ 03/ 2020
 Cogumelos atômicos, discos voadores, mutantes...
 
 
Nestes tempos de reclusão face a pandemia global do Novo Corona Vírus (COVID-19) comecei a refletir sobre o conceito de “Fim do Mundo” sejam quais forem os seus nomes (Apocalipse, Ragnarok, Guerra Nuclear, etc...) e mentalmente listei quantas vezes o cinema, e depois a TV e agora o streaming explorou este tema, refletindo cada qual os temores e fantasmas de sua época e momento econômico-cultural. Esta série não se propõe a esgotar o assunto, até porque obviamente no computo final muita coisa ficará de fora, mas para fins didáticos procurarei agrupar os “apocalipses” em temas, embora algumas vezes acabem mesclados, sendo que aqueles que com o sucesso iniciaram franquias, me limitarei a enumerar apenas o primeiro exemplar. Para facilitar coloco os links do verbete referente ao filme no IMDB (Internet Movie Data Base) e o do trailer no You Tube. Então, boa diversão e que superemos todos este momento de provação.

- Guerra Nuclear:

 

Finda a Segunda Guerra Mundial emerge a polarização do mundo em dois blocos: de um lado o Ocidente liderado pelos Estados Unidos, e a “Cortina de Ferro”, liderada pela União Soviética, surgindo a “Guerra Fria” entre os dois blocos, sendo explorado pelo cinema o medo e a paranoia da possibilidade de uma guerra “quente” entre as duas potências nucleares ocorrer. Curiosamente o termo “Cortina de Ferro” foi criado por Winston Churchill justamente o responsável pela criação desses “lados”, em um acordo secreto com Joseph Stálin combinaram a divisão da Europa a revelia dos E.U.A. ambos procurando garantir o que tinham conquistado durante a 2ª Guerra. Vamos aos filmes...
 


A Hora Final (1959) de Stanley Kramer com Gregory Peck, Ava Gardner, Fred Astaire. 1964, a guerra nuclear ocorre e, a tripulação de um submarino americano, encontra temporariamente na Austrália o último refúgio, pois a radiação avança engolindo a tudo e a todos, Gregory Peck no papel do capitão desse submarino, talvez a última oportunidade de romance da humanidade, já que havia perdido toda sua família, inclusive esposa e filhos, no holocausto nuclear. Elenco estelar e competente, direção de Kramer em drama sólido, embora fantástico.
 


 
 

 
 
Em 2000 Russell Mulcahy fez uma refilmagem com Armand Assante, Rachel Ward, Bryan Brown.
 


 
Pânico no Ano Zero (1962) de Ray Milland, com Milland, Jean Hagen, Frankie Avalon. Típica família saindo de Los Angeles com o trailer para um fim de semana é surpreendida por um bombardeio nuclear, tendo de lidar com o colapso da civilização. Milland dirige e atua competentemente nesta pequena produção, dosando bem os poucos recurso de que dispõe numa pequena obra-prima.  



 
 

"-YPIKIAIOOOO!!!!"

Dr. Fantástico (1964) de Stanley Kubrick com Peter Selers, George C. Scott, Sterling Hayden. “Comédia-Pesadelo” como disse o próprio Kubrick, sobre a paranoia da guerra fria. Um general yankee enlouquece e manda um B-52 bombardear a União Soviética. A tentativa de desfazer o mal-entendido e a desconfiança entre os dois lados evidencia o ridículo do militarismo. 

 

 
Sellers brilha em 3 papéis distintos: O presidente americano, o Col. Mandrake e o Dr. Fantástico, protótipo do cientista louco de HQs. A cena do cowboy montando na Bomba Atômica tornou-se icônica.

 

Herança Nuclear (1977) de Jack Smith com George Peppard, Jean-Michael Vincent, Dominique Sanda. Lançado no mesmo ano pela Fox, como potencial 
 sucesso, junto a outro filme que o estúdio não levava fé (Star Wars) este road movie sci-fi se passa pouco após a troca de cogumelos nucleares entre as superpotências, e vemos o impacto no deserto americano, com insetos gigantes, mutações, alterações climáticas. Temos ainda no elenco um ainda garoto Jack Earle Haley, o Rorschach de Watchmen (2009) de Zack Snyder.
 


 
 

 
 
O Dia Seguinte (1983) de Nicholas Meyer com Jason Robards. Filme feito para a TV que ganhou a tela grande, ao mostrar a crua realidade pós-guerra nuclear, onde não haveria esperança alguma para os sobreviventes, pelo envenenamento radioativo do ambiente.



O Exterminador do Futuro (1984) de James Cameron,, com Arnold Schwarzenneger, Linda Hamilton, Michael Biehn. Soldado volta no tempo para deter androide que pretende matar a mãe do futuro líder da resistência da humanidade às máquinas que provocaram um holocausto nuclear (O Julgamento Final). Filmaço B de BOM, que gerou 4 sequências e um reboot até agora, tentando resgatar o sucesso dos dois primeiros filmes.
 
 

- Ataques Alienígenas:

No auge da “Guerra Fria” entre Estados Unidos e União Soviética, muitos filmes exploraram o clima de paranoia vigente, sempre usando os seres extraterrestres, que vinham geralmente destruir a terra (e particularmente o American Way of Life em especial) como alegorias do “Perigo Vermelho Comunista”. No mundo pós 11 de setembro, o foco passou a ser o terrorismo e o temor do ocidente quanto ao mundo islâmico. O norte americano cria e gosta de manter uma paranoia...


A Guerra dos Mundos (1953) de Byron Haskin com Gene Barry, Ann Robinson. Primeira adaptação do clássico de H.G.Wells, produzida pelo mago George Pal (A Máquina do Tempo de 1960) com ótimos efeitos especiais e um senhor design para as naves marcianas.

 
Em 1988 foi feita uma série (2 temporadas) baseada no filme, crida por Greg Strangis, com Jared Martin, Lynda Mason Green, Philip Akin. 35 anos após os eventos do filme; os marcianos voltam, e quase ninguém lembra da invasão (os governos abafaram e confiscaram as naves destruídas).
 

 


Houve uma refilmagem em 2005 por Steven Spielberg, com Tom Cruise, Dakota Fanning, Tim Robbins. Ambientada nos tempos atuais, reflete o mundo pós 11 de setembro.


 
 

 
Em 2019 houve duas séries: Uma reimaginação anglo-francesa em 8 capítulos no estilo The Walking Dead, com Gabriel Byrne, Léa Drucker, Adel Bencherif.
 
 
 
 
 


A outra série, pela BBC, em três capítulos dirigidos por Craig Viveiros com Eleanor Tomlinson, Rafe Spall, Robert Carlyle, cujo roteiro de Peter Harness resgata a ambientação vitoriana, carregando em temas como feminismo, a hipocrisia social e o embate ciência X religião. Vale a pena.
 
 


 


A Invasão dos Discos Voadores (1956) de Fred F.Sears com Hugh Marlowe, Joan Taylor. Com o mago dos efeitos visuais de stop-motion Ray Harryhausen no comando não tinha como dar errado neste clássico escapista das matinês, que inspirou gerações e futuros cineastas.
 
 

Independence Day (1996) de Roland Emmerich, com Will Smith, Jeff Goldblum, Bill Pullman. Divertido e bobo, Emmerich e o roteirista Dean Devlin colocaram no liquidificador Star Wars, Alien, o cinema-catástrofe dos anos 70 e os filmes de invasões alienígenas dos 50, gerando um modelo que até hoje influi em produções posteriores como Battleship: A Batalha dos Mares (2012), tendo Emmerich feito uma continuação em 2016.
 
 
 
 
 

 

Marte Ataca! (1996) de Tim Burton com Jack Nicholson, Glen Close, Pierce Brosnam. Tim Burton, fã de Ray Harryhausen, aqui faz um deliciosa sátira-homenagem ao cinema dos anos 50, com direito a participações de grandes astros e personalidades cults. Pam Grier, Jim Brown e de... Tom Jones, como Tom Jones! Imperdível.
 

 

Skyline- A Invasão (2010) de Colin e Greg Strause com Eric Baulfour, Donald Faison. Filme B (U$ 10 milhões) que gerou duas continuações, rodado no condomínio onde um dos diretores morava. Uso competente dos poucos recursos, com um bom visual apesar de tudo.
 
 


 
 
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (2011) de Jonathan Liebesman com Aaron Eckart, Michelle Rodriguez, Bridget Moynhan. Mega produção, com visual de documentário que acompanha um dia de trabalho de um pelotão de soldados durante uma invasão global de alienígenas (mas só vemos Los Angeles). Filho de Independence Day que se leva a sério, e se planejava ser o primeiro de uma série, que não seguiu por causa do fracasso nas bilheterias.
 
 
 
 
 

 
Rua Cloverfield 10 (2016) de Dan Trachtenberg com Mary Elizabeth Winstead, John Goodman. Ambientado no mesmo universo narrativo de Cloverfield: Monstro (2008) este claustrofóbico thriller indica sutilmente, para só mostrar, o que é de fato os últimos 15 minutos. Um bom filme B.
 
 
 
 
 

 
A 5ª Onda (2016) de J Blakeson com Chloë Grace Moretz, Matthew Zuk, Gabriela Lopez. Após sucessivas ondas de ataque, cada vez mais intensos, grupo de jovens soldados descobrem que na verdade a sua percepção de aliados/ inimigos é manipulada pelos alienígenas.
 
 


V (1983) Série em 2 capítulos criada e dirigida por Kenneth Johnson com Marc Singer, Jane Badler, Michael Durrell. Raça reptliana, disfarçada de humanos invade a Terra, gerando resistência similar ao combate contra o nazismo.

 



Teve uma continuação em 1984, V: A Batalha Final (3 capítulos) com o mesmo elenco principal, dando prosseguimento aos embates entre humanos e alienígenas.
 

 

 
Houve ainda um remake em 2009, V: Visitantes (2 temporadas) com Elizabeth Mitchell, Morena Baccarin, Laura Vandervoort, atualizando o conceito num resultado superior ao original, apesar do sucesso mediano.
 
 
 
 
 

Falling Skies (2011 – 2015) 5 temporadas. Série criada por Robert Rodat e Steven Spielberg com Noah Wyle, Will Patton, Moon Bloodgood. Após um ataque fulminante, os humanos sobreviventes se unem em forças de resistência para sobreviver e dar o troco. Produzida pela Amblin de Steven Spielberg.
 

Gostou da resenha? Aguarde o próximo capítulo quando abordaremos outras formas de Fins do Mundo. Quem viver, verá...


"-Faça como eu: Sorria."


 
 

Eram os Deuses... Clássicos da TV: Battlestar Galactica

 

Vinda no rastro de Star Wars, série tinha personalidade 

por Alexandre César
(Originalmente publicado em 19/05/2020)




O piloto exibido nos cinemas brasileiros em 1979, dublado e em 
sensurround, apresentava diferenças quanto à série..


  Existem aqueles que creem que a vida aqui começou lá em cima, bem distante no universo, com tribos de humanos que podem ter sido os antepassados dos egípcios, ou dos toltecas ou dos maias, seres que podem ser irmãos do homem e que até agora lutam para sobreviver em algum lugar muito além daqui." assim começava a narrativa em off de abertura do piloto de Galactica: Astronave de Combate, dirigido por Richard A. Colla e Alan J. Levi (não creditado) exibido nos cinema brasileiros em 1979, em Sensurround*1 e dublado, recurso na época quase sempre usado apenas para as animações da Disney e alguns filmes ocasionais, a maioria dirigido ao público infanto-juvenil, mas agora estendido para uma parcela crescente do público que tem preguiça de ler legendas... Aqui, abertura da série original:

https://www.youtube.com/watch?v=8hrd767Xzfk

 

Grande família: Jolly (Tony Swartz), Boomer (Herbert Jefferson Jr.), Sheba (Anne Lockhart), Comandante Adama (Lorne Greene), Athena (Maren Jensen), Apolo (Richard Hatch),Cassiopeia (Laurette Spang) e Starbuck (Dirk Benedict)...

 

Papai orgulhoso: Athena e Apolo, os filhos de Adama, sempre estavam ao lado de seu líder, apoiando-o...

Em 1977 Guerra nas Estrelas (atualmente Star Wars) tomou de assalto as bilheterias mundiais resgatando a ficção científica como gênero de sucesso financeiro e se tornando o carro-chefe da cultura pop e deixando todos os outros produtores ávidos de conseguir uma fatia desse filão rentável escancarado pela aventura escapista de George Lucas. 

Design clássico: A Galactica tinha cerca de 1.445 ms de comprimento, sendo maior do que um Star Destroyer de "Star Wars"...
.

A frota fugitiva: Aqui (excetuando as naves 15 e 16) vemos a relação das principais 
naves do comboio fugitivo, liderado pela Galactica...

A partir de 1978 começaram a pulular nas telas do cinema (e da TV) inúmeros caça-níqueis com “um rapaz com uma arma de raios na mão e uma moça bonita vestindo malha metalizada na outra, enfrentando alienígenas borrachosos!” numa mostra do quanto a indústria cultural precisa reduzir tudo a uma fórmula estereotipada... no meio desta leva, um dos poucos produtos que conseguiu ganhar alguma personalidade foi Battlestar Galactica (na época Galactica Astronave de Combate) criada pelo veterano Glen A. Larson (Magnum, A Super-Máquina, Esquadrão Classe A) que lançada pela rede de TV americana ABC e, calcada livremente na premissa do livro Eram os Deuses Astronautas? de Erich Von Däniken, aludia às velhas civilizações dos egípcios, dos maias, dos incas, dos toltecas e outras tantas, que teriam sido descendentes de seres espaciais.

 
 Aqui, por ocasião do remake, temos um documentário de 2003 sobre a série com depoimento dos atores originais: https://www.youtube.com/watch?v=6Vs6LGEBeuk

 
Conde Baltar (John Collicos) eliminado no piloto mas poupado na série regular, pois
para ela funcionar, era necessário haver um vilão relacionável para se odiar...

  O enredo da série sugeria que esses seres humanos "que até hoje lutam pela sobrevivência em algum lugar do espaço" seriam os antepassados dessas antigas civilizações, sendo os nossos “deuses astronautas”, criando assim uma cosmogonia com grande influência da doutrina mórmon*2 .

 
Starbuck & Apolo: As aventuras da dupla cairam no gosto do público graças à química entre os intérpretes...

Em sua época a série original era inovadora por causa da grandiosidade de seus valores de produção, com dois nomes oriundos de Star Wars: Ralph McQuarrie como artista conceitual e John Dikstra com a sua empresa Apogee Inc. nos efeitos visuais revolucionou o seu uso em seriados para a televisão, além da evolução dos enredos dos filmes em geral e dos filmes para a televisão em particular, especialmente dos filmes de ficção científica. 

 
Os "Vipers" coloniais, tinham um design tão marcante quanto o os "X-Wings" da saga passada numa galáxia "muito muito distante..."

Os "Raiders" cilônios voavam em formação de três tal qual os "Zeros" japoneses na Segunda Guerra Mundial...


 É claro que como se tratava de uma série de TV haviam limitações orçamentárias, portanto as sequências espaciais da Galactica e do lançamento e manobra dos caças, os “Vipers” coloniais, bem como de seus rivais, os “Raiders” cilônios, eram reaproveitadas ad nauseum, ficando depois de um tempo para o espectador mais atento, previsível o resultado da sequências, pois sempre víamos por exemplo uma saraivada de raios se aproximando de uma formação de três “raiders” (como os zeros da Marinha Imperial Japonesa), destruindo o do meio e cada veículo remanescente ia para um lado. Às vezes essa sequência (e outras...) era repetida com o filme rebatido, de forma a sequência ir no sentido contrário. Aqui temos duas compilação de algumas destas sequências usadas e reusadas várias vezes:  

 
ocasionalmente surgiam alienígenas borrachosos ao longo da série...

Os "Anjos do Espaço" eram a atração do cassino do piloto da série...

Segundo a série, e posteriormente em produtos derivados, em um passado longínquo, Kobol, o planeta originário da raça humana não pôde mais suportar a vida e os humanos, organizados em treze tribos, tiveram um grande êxodo, indo a procurar um outro planeta em algum outro sistema solar. Milhares de anos depois de estarem instalados em novas colônias, com a evolução, a tecnologia avançou muito e a inteligência artificial usada pelos humanos ganhou status de forma de vida e consciência própria, se revoltando contra seus criadores por achar que estes não davam valor à sua existência*3.

 
Um raider chega a uma nave-base cilônia. As sequências de vôo e de combate  das naves eram tão repetidas (às vezes rebatidas) que se tornavam previsíveis...

A Nave-Base Cilônia. O design sofisticado das naves fêz muito sucesso entre os montadores de kits...

Os cilônios se valeram de plano de combinarem uma conferência de paz e colocaram em prática a execução de um plano de destruição em massa (um ataque maciço digno de Pearl Harbor) que reduziu a humanidade a alguns poucos milhares de sobreviventes e sem alternativas, esses sobreviventes decidiram, sob a liderança do Comandante Adama (Lorne Greene de Bonanza), montar uma frota com todas as naves disponíveis, liderada pela Galactica, e partir à procura por uma lendária décima terceira tribo, que havia deixado Kobol antes das outras doze tribos e assim se dirigem "a um planeta brilhante conhecido como Terra"
 
 
Aqui neste link temos o vídeo de um colecionador que montou os kits de toda a frota fugitiva da série original: 
https://www.youtube.com/watch?v=97xQmnD26A8 
 
e aqui vemos uma relação dos kits baseados nas naves da série e de outras produções de Glen A. Larson: 


"Missão Galactica: O Ataque dos Cylons" foi o segundo filme feito à 
partir do seriado que passou aqui nos cinemas...



  Auxiliado pelo seu filho Apolo (Richard Hatch), e os pilotos Starbuck (Dirk Benedict), Boomer (Herbert Jefferson Jr.) e Jolly (Tony Swartz), o Coronel Tigh (Terry Carter) e as tenentes Athena (Maren Jensen) e Sheba (Anne Lockhart) que enfrentavam as tramóias do traidor Conde Baltar (John Collicos), aliado dos cilônios, que no piloto da série era executado, mas ao se efetivar a série a sequência foi reeditada, indo para o final do segundo episódio, poupando-o para ser o vilão recorrente e, introduzia-se o seu traiçoeiro braço-direito Lúcifer (no original, a voz de Jonathan Harris, o Dr. Smith de Perdidos no Espaço).

O centurião cilônio clássico: Mix de um "Darth Vader" ciclope 
com uma torradeira cromada...

 Ao longo da série, a frota improvisada ia de planeta em planeta à procura da Terra, com os cilônios em seu encalço. Apolo relacionava-se com a viúva Serina (Jane Seymour), adotando o seu filho Boxey (Noah Hataway) após a morte desta. Como curiosidade tínhamos Muffit, o cachorro-robô, que era interpretado por uma chimpanzé amestrada metida na fantasia (!?!).

 
O coronel Tigh (Terry Carter) era o braço-direito de Adama, cuja lealdade era inquestionável...

"Eram os deuses.." Os capacetes dos pilotos lembravam as esfinges egípcias...

A série devido a seu alto custo teve uma única temporada (21 episódios de 40 minutos), sendo os seus três primeiros episódios editados no piloto que foi veiculado nos cinemas brasileiros em 1979 no sistema Sensurround, e mais tarde viria outro, Missão Galactica: O Ataque dos Cylons (1979) de Vince Edwards, Christian I. Nyby II foi um telefilme compilando os episódios “The Living Legend: Parts 1 & 2” e “Fire in Space” mostrando entre outras coisas o encontro da Galactica com a Pegasus uma astronave que escapou do grande ataque, comandada pelo Comandante Cain (Loyd Bridges, inspirando-se no Gen. George Patton) que inclusive era o antigo caso de Cassiopeia (Laurette Spang) quando ela era “socializadora” (cortesã) e interesse romântico de Starbuck.  

 
Boxley (Noah Hataway) e "Muffit", o cachorro-robô, que na verdade...

...era uma chinpamzé! Aqui, Muffit sem a máscara...

 Também foi exibido nos cinemas brasileiros, por volta de 1980. Outro momento marcante foram os episódios 13 e 14 (“The Battle of the Gods -Parts 1 & 2”) em que surge a carismática e “milagrosa” figura do Conde Iblis (Patrick Mac Nee de Os Vingadores que fazia a voz do líder supremo cilônio) que propõe-se a levar os homens a um caminho de trevas (o demônio?), sendo confrontado pelos Seraphs, seres luminosos (anjos?) ou ainda os episódios 17 (“Greetings from Earth”) e 19 (“Experiment in Terra”) em que encontram um sistema que tem um desenvolvimento paralelo similar ao da terra da guerra fria havendo duas facções: Os Terrans (algo como a OTAN) e a Aliança Oriental (similar ao Pacto de Varsóvia) tendo no episódio 17 a presença de Lloyd Bochner, figurinha fácil na TV da época fazendo o Comandante Leiter da Aliança Oriental, numa paródia de oficial soviético e no episódio 19 os Seraphs aparecem de novo para orientar Starbuck a como lidar com a crise das duas facções. 

 
O comandante da Pegasus, Cain (Loyd Bridges) era o "senhor que ajudava" Cassiopeia (Laurette Spang) na época de sseu antigo ofício...

Vermelhos do espaço: Comandante Leiter (Loyd Bochner) da "Aliança Oriental"...


No ano seguinte (1979) Larson reutilizaria muitos dos cenários, adereços e figurinos da série em Buck Rogers, uma outra série espacial, de custo mais barato, sem grandes pretensões épicas, com um espírito mas escapista e camp, mas isto, é uma outra história, e uma outra resenha...

 
Mais adiante o Conde Iblis (Patrick MacNee) o "Anjo Caído", aparece para tentar os humanos nos episódios 14 e 15...

 
Os "Seraphs", seres mais evoluídos tinham uma nave modelo "Cidade dos Anjos"...

O sucesso da série e dos telefilmes levou a se pensar numa nova série, resultando no ano de 1980 em Galactica 1980 (10 episódios) apostava numa nova geração de personagens, tendo do elenco original somente Lorne Greene (Adama) e Herbert Jefferson Jr. (Boomer) quando a Galactica finalmente chegava à Terra, mas na época contemporânea (os anos 80) por motivos de restrições orçamentárias e tentando atrair o público infantil havia os “escoteiros espaciais” grupo de criancinhas típicas de “comercial de margarina” que tinham super-habilidades, devido à gravidade da Terra ser bem menor do que a de seus mundos natais, repetindo o tipo de sequências que já estávamos cansados de ver em O Homem de Seis Milhões de Dólares. Obviamente fracassou após o seu melhor episódio*4, levando os remanescentes das 13 colônias para uma longa hibernação, até que no início do novo milênio Ronald D. Moore repaginar o conceito para o mundo pós-11 de setembro...

 
Os Seraphs, seriam uma raça que se originou dos humanos primordiais, tendo evoluído para um patamer quase divino...

Com bastante sucesso, a série foi veiculada no Brasil em 1981, na TV Globo e posteriormente outras emissoras como Record, Manchete, e depois Telecine Classic Movie onde nos acostumamos a ver o agora clássico final de quase todo o episódio (que por coincidência não deixa de ter semelhança com a cena final de Star Wars - Episódio V: O Império Contra-ataca de 1980) víamos a frota desmantelada de naves sobreviventes tendo a fanfarra inspirada de Stu Phillips e a voz em off do Comandante Adama, como se estivesse escrevendo num diário de bordo:  "Fugindo da tirania cilônia, a ultima Astronave de combate, Galactica, lidera uma frota fugitiva, numa busca solitária, de um planeta brilhante, chamado... Terra."

A série de 1980 "flopou" direto por decisões equivocadas...

 

Notas:

*1: Um sistema desenvolvido pela Universal que usava caixas de som extras distribuídas pela sala na premissa de propiciar uma maior imersão do espectador, mas aqui pela péssima manutenção das nossas salas resultava na maioria das vezes em apenas uma maior barulheira nas cenas de explosões e impactos, sem haver realmente qualquer modulação sonora significativa. O som apenas ficava MUITO mais alto do que o normal nas salas e incomodava mais do que proporcionar imersão. A Universal o usou nos filmes Terremoto (1974), Midway (1976), Terror na Montanha-Russa (1977) além do piloto da série.

*2: Glen A. Larson (1937 - 2014), roteirista, produtor e criador da série, era membro da  Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e pegou a cosmologia de sua igreja, mixando-a com as teorias dos “Deuses-Astronautas” e as mitologias egípcia, suméria, etc... colocando tudo no liquidificador no melhor estilo George Lucas e a transformou na série. 

*3: Segundo o universo expandido da série os Cilônios eram andróides ciclopes remanescentes de uma antiga civilização de répteis, e acreditavam em um Deus único (monoteísmo) e os Humanos em vários (politeísmo), causando conflito entre suas culturas. 

*4: O episódio A Volta de Starbuck é considerado pelo fandon o melhor desta segunda série ao retornar Dirk Benedict como o piloto que , ilhado num planeta junto com um cilônio desgarrado, vivenciando uma relação parecida com a do filme Inimigo Meu (1985) de Wolfgang Petersen, onde descobrimos que ele é o pai do Dr. Zee (James Patrick Stuart) um híbrido de humano com uma seraph, a raça de seres alienígenas humanóides mais evoluídos.

 
"- Ao seu comando!"