Quando o "remake" supera o original, indo muito além...
Obs: Alguns spoilers...
Em 1977, o rolo compressor de Guerra nas Estrelas (atualmente Star Wars) de George Lucas resgatou a ficção científica como veículo de entretenimento mais do que rentável, provocando no ano seguinte uma avalanche de genéricos, cada qual tentando pegar uma fatia do filão da recém-descoberta mina de ouro e desses, um dos poucos que se destacaram foi Battlestar Galactica (na época Galactica: Astronave de Combate) criada por Glen A.Larson (Magnum, A Super-Máquina, Buck Rogers) que lançada pela rede de TV americana ABC era calcada livremente na premissa do livro Eram os Deuses Astronautas? de Erich Von Däniken, e numa cosmogonia com grande influência mórmon*1 aludindo às antigas civilizações dos egípcios e babilônicos além das civilizações maias, incas, toltecas e outras tantas, que teriam sido descendentes de seres espaciais.
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A Galactica original foi um dos sonhos de muitos montadores de kits mundo afora... |
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Ronald D. Moore: O homem certo na hora e lugar certos... |
A série terminou precocemente devido ao seu alto custo para os padrões televisivos da época e os produtores viram que sua decisão de descontinuar a série havia sido um erro em virtude do sucesso e surgimento de um fandom ávido de mais aventuras, o que eles tentaram atender no equivocado Galactica 1980, que subverteu a premissa original, ao ambientar os personagens na época contemporânea (da época) e direcionar o seriado para o público infanto-juvenil, encerrando a série no 10°episódio. Um tiro no pé e em outras partes do corpo encerrando de vez essa encarnação do conceito.
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Crescendo e aparecendo: No alto, a Galactica de 1978, no meio a nova versão repaginada e abaixo a nova Pegasus... |
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Lee "Apollo" Adama (Jaime Bamber) & Kara "Starbuck" Thrace (Kate Sackhoff) são dois dos pilares de apoio do "Velho" Comandante William Adama (Edward James Olmos no centro)... |
O tempo passou e o fandon consumiu avidamente neste período vários produtos licenciados como quadrinhos, novelizações de episódios da série e, várias vezes se tentou transpor este universo narrativo para o cinema, sendo um desses projetos inclusive encabeçados pelo ator do seriado Richard Hatch (o Apolo original) mas por mais que se tentasse, a frota nunca saia do papel, ganhando o espaço, até que o Mundo sofreu uma reviravolta em 11 de setembro de 2001 quando as torres gêmeas do World Trade Center vieram abaixo num ataque calculado que fez mergulhar todos os países em um clima de paranoia (que reverbera até hoje) e jogou na lixeira o clima utópico de uma ficção científica em que a ciência, política e economia andassem lado a lado em comum acordo, sendo a mais prejudicada por este contexto a nossa querida Star Trek que a partir dessa mudança de paradigma foi abraçando cada vez mais a distopia.
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Laura Roslin (Mary McDonnel) a "professora" que não se dobra às dificuldades... |
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Adama e Roslim tem uma relação que supera as armadilhas de suas carreiras... |
Neste contexto surge, egresso da equipe de Star Trek: A Nova Geração um talentoso roteirista que havia tido várias ideias rejeitadas por não se encaixarem no perfil que os produtores imprimiam às séries da Federação Unida dos Planetas e assim, ele viu que a saga dos membros das 13 colônias fugindo da tirania cylons se encaixava como uma luva para dialogar com essa nova realidade.
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Caprica, capital das colônias lembra muito metrópoles contemporâneas... |
Tendo à frente Ronald D. Moore e como consultor Glen A.Larson, para poder contextualizar adequadamente o conceito para esse novo mundo, Battlestar Galactica refletia logo de cara que no ocidente temeroso de que em qualquer esquina poderia haver um agente da Al-Quaeda residindo na vizinhança, o espectador não engoliria como ameaçador o conceito original do cylon metalizado, tal qual uma torradeira cromada ambulante tamanho gigante. Não. O conceito deveria remontar ao clássicos da guerra fria tipo Os Invasores de Corpos (1956), onde “qualquer um pode ser um deles infiltrados na nossa sociedade” podendo ser qualquer um e para agravar a sensação de perigo os fugitivos deveriam estar em severa desvantagem numérica e tecnológica face ao inimigo*2 , e para jogar mais lenha na fogueira fazendo a alegoria do choque de civilizações do mundo judaico-cristão versus islamismo a discussão religiosa entre as espécies, que começou como uma "nota de rodapé" ao final da série original, mais discutido no universo expandido, era o principal foco do enredo, pois excetuando alguns personagens, todos os humanos de Battlestar Galactica são politeístas, contrastando com os seus inimigos, os Cylons, originalmente máquinas (que aqui sofreram um upgrade para uma versão sintética biológica) que são monoteístas, criacionistas e, reencarnacionistas (acredite se quiser!) mostrando uma complexa relação entre criador e criatura.
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A relação destrutiva de Saul Tigh (Michael Hogan) e sua mulher Ellen (Kate Vernon) é digna de "A vida é assim" de Nelson Rodrigues... |
Para uma maior identificação com o momento atual, optou-se por uma direção de arte sóbria e genericamente atemporal nos cenários, figurinos, adereços e elementos de uso cotidiano com sutis modificações (como livros e folhas de papel de formato octogonal) ao invés de um visual metalizado,com malhas coloridas ou pistolas de raios tipo Flash Gordon. Não. Se as 13 colônias foram as ancestrais do nosso mundo e civilização atual, elas devem se parecer conosco, só que mais avançadas tecnologicamente. Assim o desenho de produção de Richard Hudolin (Stargate SG-1), a direção de arte de Doug McLean (Caprica) e a decoração de sets de Jonathan Lancaster (O Homem do Castelo Alto) seguiram ao compor os espaços tanto do interior das naves remontando à navios e submarinos, como no caso da Galactica e a sua irmã Pegasus ou aviões de passageiros como no caso da Colonial One, sede do governo provisório, que remete ao Air Force One (avião oficial da presidência americana) e ao retratar as moradias de Caprica e demais colônias, parecia que víamos um seriado contemporâneo.
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Sharon "Boomer" Valeris (Grace Park) e Caprica 6 (Tricia Helfer, de vermelho): Modelos cylon de infiltração que apaixonaram os fãs... |
Um caminho similar foi o seguido pelos figurinos de Glenne Campbell (Secret Agent Man) que criou uniformes e trajes funcionais para os pilotos, fuzileiros e pessoal de manutenção das naves e trajes civis genéricos mas bastante relacionáveis ao olhar para os personagens não-militares, como o uso de conjuntos de paletó e gravata e vestidos, que ao nosso olhar daria a sensação de uma ambientação contemporânea.
A fotografia de Stephen McNutt (Pessoa de Interesse) procurou realçar o aspecto cotidiano ao optar por uma palheta de cores o mais naturalista possível, embora optasse às vezes de acordo com a necessidade da cena ora por tons mais cinzas e frios, ora por tons mais quentes e coloridos, enfatizados pela trilha musical de Bear McCreary (Godzilla II: Rei dos Monstros) que soube ser incidental e atmosférica nos momentos tensos e introspectivos e em outros mais emotivos usou de acordes intensos, destacando-se o uso da gaita de foles quando a emoção ficava mais à flor da pele, fazendo inserções pontuais do tema original de Stu Phillips.
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Gaius Baltar (Jams Callis): Nunca um personagem foi tão covarde, egoísta, narcisista e ainda sim, adoravelmente humano... |
O design da Galactica foi extremamente feliz em preservar a sua silhueta básica, dando-lhe um aspecto mais funcional e detalhamento mais rústico, realçando o seu aspecto massudo, poderoso, lembrando uma baleia, e da mesma forma as naves-bases e os cylon raiders passaram a ter um visual mais orgânico, contrastando com o visual dos vipers coloniais, que foram aperfeiçoados mas preservando a sua silhueta característica, coisa similar ao que aconteceu às demais naves da frota de refugiados, que tirando algumas mais visadas, em sua maioria eram basicamente versões em CGI dos modelos da série original. As sequências de vôo e de batalha das naves observava detalhes ligados à física, como o uso de retrofoguetes para manobras e a crescente deterioração da Galactica que ao longo da série vai colecionando avarias, amassados, sujeira de impactos à queima-roupa, que muitas vezes fazia a sua estrutura balançar enquanto soltava placas e componentes. A esmerada supervisão de efeitos visuais de Gary Hutzel (Defiance) fez valer cada centavo investido na computação tornando o velho vaso de guerra um personagem com características próprias, e muito querido dos fãs.
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Transhumanismo: "Boomer" e Karl "Helo" Agathon (Tahmoh Penikett) formam um casal inter-espécies... |
No quesito de escalação de elenco, a grande maioria desconhecido, surgiram muitos atores cujos personagens os tornaram ícones da sci-fi mostrando que a procura de um papel que o torne lembrado pode fazer a diferença numa carreira. Personagens icônicos foram repaginados, alguns mudando de etnia e gênero ou personalidade, e outros substituídos por novos, criando uma grande família disfuncional de desgarrados, refletindo um povo que ficou sem chão e sendo obrigado a lidar com ameaças externas, internas e os seus próprios demônios pessoais. Fatores com xenofobia, divergências políticas e religiosas com luta de facções nesta tentativa de manter o fiapo de civilidade tornaram-se a tônica da série.
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A assessora Tory Foster (Rekha Sharma) e o mestre dos mecânicos Galen Tyrol (Aaron Douglas) compartilham uma origem em comum... |
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O tenente Felix Gaeta (Alessandro Julliani) é um dos mais importantes colaboradores de Adama... |
O grande líder e figura paterna da frota (chamado respeitosamente de “O Velho"), o comandante William Adama (Edward James Olmos de Blade Runner) é um líder à toda prova, severo, dedicado mas com grande empatia por sua tripulação, assumindo riscos e às vezes tomando decisões equivocadas, mas sendo capaz de quando possível voltar atrás em nome do bem maior. Sua contraparte é a presidente Laura Roslin (Mary McDonnel de Dança com Lobos) que originalmente uma secretária de educação (sempre se referem a ela como “a professora”) tornada líder política por conta de todos os outros superiores hierárquicos acima dela terem perecido no maciço ataque nuclear dos cylons às doze colônias (ela é a 41ª na linha de sucessão) o que muitas vezes faz com que questionem a sua legitimidade, fazendo-a revelar grande capacidade de lidar com as armadilhas da política.
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A repórter D´Anna Biers (Lucy Lawles) se revela sendo a agente cylon Nº 3... |
Ela e Adama forjam uma aliança para preservar o fiapo de civilidade entre a população da frota. Se Adama é o “pai” da frota refugiada Roslin é a “mãe”, e esta aliança enfrentará várias turbulências e calmarias, como todo o casamento, vindo daí as grandes questões levantadas pela série quanto à relação do Estado X Segurança X Política X Direito e seus desdobramentos quanto aos limites de cada aresta desse quadrado num contexto em que as necessidades mais imediatas fazem as fronteiras de certo e errado ficarem turvas*3 , gerando uma quantidade de reviravoltas, alianças de ocasião e traições a que só nos acostumaríamos adiante com Game of Thrones.
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A agente cylon Nº 6 seduz Gaius Baltar para ter acesso à Rede Colonial, onde introduz um vírus... |
Dando suporte ao “Velho” temos Lee Adama (Jamie Bamber de Strike Back) ou “Apolo”, seu filho decidido e idealista, com quem volta e meia entram em sérias divergências (por serem mais parecidos do que admitem...) que tem uma relação conflituosa (e não-consumada) com Kara Thrace (Kate Sackhoff de Outra Vida) a “Starbuck”, a melhor piloto da frota, cujo temperamento explosivo e abusado a fazem uma mestre em meter-se em encrencas, muitas vezes desafiando o braço-direito de Adama, o Coronel Saul Tigh (Michael Hoogan de Sonic: O Filme) cuja fidelidade canina a Adama só é abalada por seus problemas de alcoolismo e a relação rodrigueana com sua vulgar e fogosa esposa Ellen (Kate Vernon de Malcolm X) que concilia lealdade com infidelidade de forma ímpar...
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Dois Apolos: Lee Adama e Tom Zareck (Richard Hatch que foi o Apolo de 1978)... |
Na série temos um variado elenco de apoio, destacando-se o chefe dos mecânicos e de manutenção Galen Tyrol (Aaron Douglas de The Bridge),o “Scooty” da nave, capaz de consertar e resolver qualquer problema mecânico; o piloto Karl “Helo” Agathon (Tahmoh Penikett de Um Mundo Novo); o Dr. Cottle (Donnelly Rhodes de Vivendo e Aprendendo) o médico de bordo; o oficial técnico tenente Felix Gaeta (Alessandro Julliani de O Homem de Aço); o líder guerrilheiro Samuel Anders (Michael Trucco de Fúria em Alto Mar); a oficial Anastasia Duala (Kandyse McClure de Hemlock Grove); Tory Foster (Rekha Sharma de Star Trek: Discovery) a assessora de Roslin, e a tripulante especialista Cally (Nicki Clyne de Todas Contra John) fora outros personagens recorrentes, alguns é claro não chegarão ao fim da jornada, em função das inúmeras provações a que o grupo é submetido.
Dos personagens fora do núcleo principal, a que se mais se destacaram foram a almirante Helena Cain (Michelle Forbes de Star Trek: A Nova Geração) e o dissidente rebelde Tom Zarek (Richard Hatch). Ela, por refletir o que Adama poderia ter se tornado caso não tivesse uma figura forte como Roslin para lhe fazer contraponto e reconhecer que eles perderam a guerra e devem preservar o restante da raça humana, e ele, um terrorista convertido hora em opositor político, hora em aliado de Roslin, defendido com garra pela atuação correta de Hatch, fugindo da sua persona de mocinho da série original.
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Intransigente: John Cavil, o Nº 1 detesta ter um corpo orgânico: "- EU SOU UMA MÁQUINA!!!" |
Se os humanos são contraditórios, os novos cylons não ficam atrás, refletindo as contradições dos seres que os criaram. Ao optarem, após a Grande Guerra Cylon, de 40 anos atrás (quando justamente os cylons tinham o design da antiga série), por um modelo orgânico, como os replicantes de Blade Runner, sendo que a cada morte a consciência é transmitida para um outro corpo do mesmo modelo, fazendo com que cada modelo tenha um mesmo perfil básico de personalidade, mas a sensorialidade gradualmente foi criando respostas emocionais e, esta personalidade foi se individualizando, deixando-os tão parecidos com os humanos, os permitindo infiltrar-se entre eles, gradualmente e levando à buscar interação com eles, seja oprimindo e destruindo, seja unindo-se a eles, pois como um diz: - “Os cylons são os filhos da humanidade!” e outro: - “Mas para os filhos crescerem, os pais devem morrer...”
Assim os modelos Nº 1 que tem o nome John Cavil (Dean Stockwell de Duna) são frios e calculistas, racionalistas extremos, ansiando por serem mais máquinas do que humanos, a quem desprezam; os Nº 2 , de nome Aaron Doral (Mathew Bennet de Cold Squad) seguem a mesma linha, apesar de serem mais curiosos quanto à natureza humana; as Nº 3 , as D´Anna Biers (Lucy Lawless de Xena, A Princesa Guerreira) são manipuladoras astutas com uma tendência ao messianismo; as Nº 4, as Sharon “Boomer” Valeris (Grace Park de Havaí Cinco-0) são portadoras de grande empatia, sendo ela, uma agente infiltrada na frota e envolvendo-se romanticamente com Agathon e Tyrol; os Nº 5, os Leoben Conroy (Callum Keith Rennie de Amnésia) são inicialmente trapaceiros e manipuladores, mas tornam-se gradativamente grandes partidários da humanidade; as Nº 6 apresentaram maior variedade , adotando nomes como Gina, Sonja, Caprica 6 (Tricia Helfer de O Escândalo) em função de sua maior exposição aos humanos e suas emoções; e os Nº 7 , os Simon (Rick Worthy de Duplicidade) são basicamente indiferentes aos seres humanos, sendo os menos desenvolvidos ao longo da série.
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O cenário do hangar de atracação da Galactica, com suas catapultas de lançamento dos "vipers" impressiona pelo tamanho... |
Ao final os cylons se revelaram um grupo não monolítico, havendo divergências entre eles (entre os modelos e entre os indivíduos de um mesmo modelo), fator que acaba levando-os à uma guerra civil, levando um grupo dissidente a fazer uma aliança com os humanos.
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A Celestra, uma das naves da frota fugitiva... |
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Algumas naves foram criadas e outras são basicamente, os modelos de 1978 escaneados ... |
E para arrematar temos a figura pivotal da série, o Dr. Gaius Baltar (James Callis de Austenland) que em seu arco traça uma caminhada única. Seu Baltar, ao contrário da versão de John Collicos da série original, é mais complexo e palpável do que um vilão que traiu a sua própria espécie. Vaidoso de sua superioridade intelectual, mulherengo, narcisista, e apenas preocupado com si mesmo, ele é seduzido pela “loura fatal” Nº 6 e achando estar para entrar numa “jogada” lucrativa lhe dá acesso à rede de computadores da frota colonial, o que viabiliza o ataque maciço dos cylons, o que o deixa transtornado e temeroso das consequências de sua ganância, sendo assombrado constantemente por uma visão da Nº 6 (que só ele vê e ouve) que sempre lhe aconselha e tenta orientar a “seguir o plano de Deus” coisa a que um sobrevivente cético como ele não dá muitos ouvidos. De qualquer forma, Baltar vai trilhando a sua jornada seja como manipulador, seja como manipulado, ora covarde, ora audaz, até uma redenção inesperada, celebrando o humano imperfeito, coisa que só voltaríamos a ver no reboot de Perdidos no Espaço com a Dra. Smith.
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O casal "Boomer" & "Hello" tem a pequena Hera, e dependem da ajuda do bom Dr. Cottle (Donnelly Rhodes)... |
Em linhas gerais estes foram os principais eventos da mini-série inicial (2 capítulos) e das quatro temporadas:
Mini-série (2003)
Gaius Baltar dá acesso à rede de defesa da frota colonial à bela amante que ele acha representar um consórcio financeiro, mas ela lhe revela ser uma agente cylon, e que ela hackeou a rede, permitindo o ataque devastador às doze colônias deixando um saldo de 50 bilhões de mortos, e a única nave sobrevivente da frota, a Galactica, nave velha não conectada à rede, comandada por William Adama, que reúne uma frota improvisada de 75 naves civis com cerca de 50 mil sobreviventes, entre eles, Laura Roslin, secretária de educação (e diagnosticada pouco antes do ataque com câncer), que assume a presidência. Em Caprica, Agathon cede seu lugar num raptor para Baltar, que embarca na Galactica. Adama blefa dizendo saber a localização da lendária “Terra” colônia perdida das lendas de seu povo, é forjada a aliança entre Roslin e Adama, Descobre-se que os cylons agora tem forma humana. Ao final, além de Aaron Doral e de Leoben Conroy, descobrimos que Sharon “Boomer” Valerys é uma agente infiltrada na frota.
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Ao final a frota se abastece numa base remota e começa a sua fuga dos cylons... |
1ª Temporada (2004 - 2005)
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"Fugindo da tirania cylon, a última astronave de Combate, Galactica segue com uma frota desmantelada..." |
Para fugir dos cylons, a Galactica salta pelo hiperespaço a cada 33 minutos, para com isso depistá-los. A sabotagem de um cylon compromete a reserva de água da Galactica. Na Caprica ocupada, Agathon se envolve com uma “Bommer” que diz ter retornado para resgatá-lo, enquanto são supervisionados por Nº 2 (Doral) e Nº 6. Após um combate, Starbuck é abatida e perdida num asteróide, recupera um cylon raider, e voa nele, retornando à Galactica. Entre os sobreviventes do ataque às colônias, ressurge Helen Tigh reacendendo os boatos sobre cylons infiltrados. Numa nave prisão ressurge o renegado Tom Zarek, com reivindicações que levam Lee Adama a negociar um acordo. mais adiante a aliança entre Adama e Roslin entra em choque quando após descobrirem o lendário planeta Kobol, ela manda Starbuck de volta à Caprica ocupada para resgatar num museu a flecha de Apolo, relíquia vital para encontrar o caminho para a Terra, gerando lei marcial. Lee se rebela, tomando o partido de Roslin. Após detonar um artefato nuclear na nave-base cylon sobre Kobol, “Boomer” descobre ser uma cylon infiltrada, e sua programação a faz atirar em Adama.
Starbuck presa num asteroide prova ser capaz...
2ª Temporada (2005 - 2006)
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A Pegasus, diferente da versão de 1978 (que era apenas o mesmo modelo da Galactica com outra placa de identificação) é maior e mais avançada, sendo uma ótima adição à frota... |
Adama luta contra a morte na sala de operação, enquanto Tigh mantém a ordem, de forma brusca, levando Roslim, Lee e Zarek a desertarem com um terço da frota e, ao ser levada prisioneira "Boomer", é alvejada e morre nos braços de Tyrol. Na Caprica ocupada, Starbuck é capturada por Nº 5 (Leoben) e Nº 7 , sendo mantida prisioneira numa clínica que faz experimentos em humanas. Ao fugir, ela conhece o líder rebelde Samuel Anders com quem se envolve, e regressa à Galactica com Agathon e a outra “Boomer” que está grávida. Recuperado do atentado Adama reassume o comando e lidera o resgate dos humanos sobreviventes com Starbuck, fazendo as pazes com Roslin e Lee Adama.
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A almirante Helena Cain (Michelle Forbes) é uma ótima personagem... |
Após uma calmaria, surge a Pegasus, outra nave desgarrada da frota, maior e mais avançada do que a Galactica, comandada pela almirante Helena Cain (Michele Forbes de Star Trek A Nova Geração) com mão de ferro e disciplina totalitária, logo entrando em rumo de colisão com Adama, pois ela tinha uma frota de naves civis que canibalizou as peças e pessoal técnico, descartando o resto por não ser essencial para manter a nave. Nasce Hera, fruto da união humano (Agathon) - cylon (Sharon Valeris) mas Roslin resolve ocultar a criança simulando a sua morte. A frota encontra escondido numa nebulosa, um planeta propício à vida, apesar de severo e pouco viçoso. Roslim se opõe à colonização, perdendo por isso a eleição para Baltar, com Zarek como vice, que ao tornar-se presidente ordena o assentamento de Nova Caprica (nome dado ao planeta). Um ano se passa e quando a frota está com mais da metade do efetivo desembarcado, vivendo como colonos, surge uma frota cylon. Adama e Lee, são forçados a baterem em retirada com a frota (para se reagrupar e depois retornarem para o combate). Indefesos, os colonos veêm os cylons marchando em seu assentamento, e Baltar assina a rendição.
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Na "Colonial One", Uma Nº6, um Nº2 (Mathew Bennet) e uma Nº 4 dão os termos da rendição a Baltar... |
3ª Temporada (2006 - 2007)
Baltar é obrigado a concordar com os termos dos cylons e se torna um governo-fantoche, Sharon é enviada por Adama para se infiltrar em Nova Caprica e se articula com o movimento de resistência liderada por Tigh e Tyrol que enfrenta os cylons e os colaboracionistas, até o retorno de Adama com a Galactica (ele deixou Lee no comando da Pegasus com a frota) para a liberação, sendo Gaeta o contato secreto no governo com a resistência. Os rebeldes desenvolvem um vírus que debilita os cylons, usando-o como arma biológica. Starbuck é mantida presa por Leoben, que lhe arruma uma “filha”, enquanto Roslin, Zarek (foi preso por discordar de Baltar) e outros estão para ser fuzilados irrompe o ataque da Galactica, que salta na alta atmosfera, lançando os vipers, para saltar em seguida*4 e lutar com as naves-bases cylons.
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A "Colonial One". Qualquer semelhança com um certo avião presidencial... |
Quando tudo parece perdido, a Pegasus salta, salvando o dia, destruindo três naves-bases num ataque “kamikaze” permitindo à Galactica reagrupar as naves remanescentes e fugir com os colonos resgatados. Baltar foge com os cylons, após entregar-lhes Hera.
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O cylon Nº 5, Leoben Conroy (Callum Keith Rennie) tem inicialmente uma fixação maníaca em Kara Thrace... |
Acontecem “ajustes de contas” com colaboracionistas até Roslim, que retoma a presidência, fazendo Zarek, seu vice, promulgar uma anistia. Num planeta que param para reabastecer algas e água, Tyrol encontra um templo, com o “O Olho de Júpiter” que lhe indica o caminho para a Terra, quando a estrela do sistema vira uma super-nova, tanto humanos quanto cylons saem em fuga, sendo Baltar capturado. Tyrol observa as condições de trabalho das naves de mineração e avisa que o trabalho está aprisionando as pessoas, passando de uma geração à outra, o que faz a presidente estudar uma forma de possibilitar maior mobilidade social, coisa que da prisão Baltar escrevia em seus panfletos como tendência do regime. Ocorre uma crise sanitária com os refugiados de Sagitaron, colônia menos desenvolvida e de rígidas tradições religiosas.
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Romo Lumpkin (Mark Sheppard à esquerda) foi um ótimo personagem recorrente... |
Ocorre o julgamento de Baltar, e Lee auxilia Romo Lampkin (Mark Sheppard de Supernatural) o advogado de defesa, pois segundo ele: - “Deixamos de ser uma civilização para ser uma gangue, movida por mágoa, raiva e rancor, e escolhemos descontar nele, apesar de seus graves erros, todos os outros erros que nós cometemos.” e assim após boa dose de lavagem de roupa suja Baltar consegue se safar, conseguindo de quebra uma legião de seguidoras fanáticas. Starbuck se perde numa singularidade, sendo dada como morta. Após passarem por um evento, quatro indivíduos passam a ouvir uma “música” que ninguém mais ouve, cada vez mais insistentemente até serem levados a se reunirem e descobrir que são cylons, quatro dos “os últimos cinco”, que foram os criadores da geração atual cylon e estariam infiltrados desde então entre a humanidade por discordar da guerra.
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O fim da Pegasus foi um momento forte e impactante... |
A volta inesperada de Starbuck que diz ter estado na Terra dividem as crenças do grupo. Ocorre conflitos com os cylon, com uma facção aliando-se à frota e oferecendo tecnologia mais avançada no acordo, gerando opositores na frota. Após várias reviravoltas uma força conjunta humanos e cylons rebeldes destrói o centro de ressurreição, nave que faz o download da consciência de cada cylon que morre para outro corpo, e assim, os humanos ganham uma vantagem estratégica. A frota agora mais unida encontra a Terra, mas descobre ser um mundo devastado por um apocalipse nuclear há cerca de 2000 anos, com indícios de conflitos similares de homens e formas de vida sintética (é dito que “- Tudo isso já aconteceu antes e acontecerá de novo...”) sendo um duro golpe no moral da frota, e em especial para Starbuck, além de levar a desânimos e suicídios.
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Apolo e Starbuck acertam a sua relação novelesca... |
Adama resolve não desistir e continuar a busca por um mundo compatível, seja ou não a “Terra”. Ocorre um motim liderado por Gaeta e Zarek, dividindo as lealdades na frota. Adama a grande custo vence os rebeldes e descobre-se que a Galactica está com os dias contados por causa da idade e da quantidade de danos acumulados, sendo a tecnologia cylon usada para lhe dar uma sobrevida. Adama divide a frota e convoca voluntários em uma última missão para resgatar Hera do centro cylon, próximo a uma singularidade*5.
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Zareck e Felix Gaeta lideram um desastroso motim na nave... |
No combate encarniçado Baltar confronta Cavil quanto a futilidade deste ciclo circular entre humanos e cylons*6 , e a necessidade de rompê-lo para se criar algo novo. As tentativas de diálogo falham e Starbuck descobre a rota para o mundo que ela tinha visto em suas visões como sendo a “Terra” e aciona o salto da Galactica que destrói a base cylon e rompe de vez os mecanismos de salto estelar, ficando a nave a um passo do colapso final.
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E quando tudo parecia perdido, finalmente acertaram a tacada... |
Neste novo destino encontram um mundo novo fértil e primitivo, onde os remanescentes das doze colônias se estabelecem junto com os cylons rebeldes, que emancipam os seus centuriões para que estes busquem o seu destino entre as estrelas. Como o planeta apresenta já uma população humanoide compatível, ainda em estágio primitivo, Lee Adama propõe a todos um novo começo, voltando às origens e abdicando da alta tecnologia na esperança de romperem o ciclo civilizatório das duas espécies, e assim as naves após desembarcar os equipamentos necessários para os colonos se estabelecerem em pequenos núcleos populacionais, Adama faz o seu vôo final de viper, despedindo-se daquela que foi a melhor e mais fiel nave de toda a frota colonial. As naves então, lideradas pela Galactica (ao som de um arranjo de gaita de foles do tema da série original de Stu Phillips) fazem a sua última viagem rumo ao sol.
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E a Galactica e suas irmãs fazem a derradeira viagem... |
Todos os personagens concluem os seus arcos, havendo ao final um salto temporal para a época atual, onde após o anúncio na mídia da descoberta do fóssil de uma jovem (Hera) que seria a “Eva mitocondrial” de onde se teria originado todo o ramo atual da nossa espécie, dois personagens, iguais a Baltar e Caprica 6*7 debatem o estado atual de nossa civilização, com avanços tecnológicos e na robótica, consumo desenfreados e impacto ambiental sem um equilíbrio a nível humano, tal qual em Kobol e em Caprica e se perguntam se afinal o ciclo havia sido rompido ou não. Ele, reticente, acha que o ciclo se repetirá, ela, otimista diz que: “ - Quando num sistema fechado um ciclo se repete inúmeras vezes, a própria repetição acaba por gerar rupturas e criando novos paradigmas”, o que seria o desígnio de “Deus” ao que ele responde: “ - Sim, mas você sabe que 'Ele' não gosta de ser chamado assim!” e os dois seguem adiante, em meio ao nosso caótico mundo com as opções em aberto...
Aqui no Brasil, a série foi veiculada nos canais a cabo TNT, Space, e Sci Fi Channel, sendo a mini-série inicial de 2 capítulos e os telefilmes exibidos no canal Telecine. Recentemente a série passou a ser exibida no streaming pela Amazon Prime Video.
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Uma das webséries que rolaram em paralelo com a série principal... |
Battlestar Galactica: The Resistance (2006) de Wayne Rose (10 episódios) mostrando as ações de resistência em Nova Caprica.
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Aqui faz-se uma ponte com a série original... |
Battlestar Galactica: Razor Flashbacks (2007) de Wayne Rose e Felix Enríquez Alcalá (7 episódios) mostra a história do jovem William Adama (Nico Cortez de Até o Último Homem) durante a Primeira Guerra Cylon, onde ele descobre uma base onde são feitos experimentos em seres humanos. Aqui os cylons e suas naves apresentam o velho design da série de 1978.
E também neste período foram feitos os filmes:
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A história de Helena Cain... |
Battlestar Galactica: Razor (2007) de Felix Enríquez Alcalá contando a história da Alm. Cain e da Pegasus, do ataque cylon até reencontrar a Galactica e Adama. Feito para a TV utilizando cenas da série e adicionando outras para contar a trama e entendermos porque Helena Cain tornou-se uma líder tão autoritária e inflexível.
Battlestar Galactica: Revealed (2008) Como houve uma demora de quase um ano entre as duas últimas temporadas, os produtores e roteiristas Ronald D. Moore e David Eick apresentam aqui um resumo sobre as três temporadas, apresentando o essencial dos personagens e suas relações na trama, para facilitar o entendimento geral da série para os espectadores recentes, preparando o público para a temporada final.
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O ponto de vista de John Cavil... |
Battlestar Galactica: O Plano (2009) de Edward James Olmos contando a trama do ataque a Caprica, da perspectiva de Cavil, o N°1 que aqui aparece em duas versões: Um pregador na Caprica ocupada que tenta “ajudar” os sobreviventes, e um psicólogo infiltrado na Galactica que tenta induzir Galen Tyrol ao suicídio. Feito para o vídeo, e basicamente engloba cenas das duas primeiras temporadas, com cenas adicionais, mostrando o porque da decisão de parte dos cylons de deixar de perseguir os humanos e seguir o seu próprio caminho . Um segmento persistiu na guerra, até haverem dissidências por partes dos N° 3, 4, 5 e 6 que se aliaram aos humanos, como visto na série.
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As aventuras do jovem William Adama... |
Battlestar Galactica: Blood & Chrome (2012) de Jonas Pate. Conta as aventuras do jovem William Adama (Luke Pasqualino de Expresso do Amanhã) durante a Primeira Guerra Cylon. Vemos aqui os primeiros passos para a nova geração humanóide dos cylon. Feito para a TV com material inédito. Tricia Helfer empresta a voz a um protótipo humanoide, e no início do filme o jovem William vê chegar a doca espacial uma Galactica novinha em folha, State of Art. Amor à primeira vista...
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Origens: "Caprica" dava o pontapé inicial nos eventos que descambariam no conflito... |
Tivemos ainda um prequel: Caprica (2009 - 2010) contando a história de duas famílias, os Greystone e os Adama, vivendo na capital 58 anos antes da destruição das doze colônias. Danel Graystone (Eric Stoltz de Anaconda) pioneiro da cibernética desenvolve um protótipo de Inteligência Artificial que acidentalmente encapsula num chip um avatar virtual que reproduz a consciência de sua filha Zoe (Alessandra Torresani de Batwoman) e acompanhamos o advogado Joseph Adama (Esai Morales de Titâs) em suas relações com o crime organizado. Vemos o desenvolvimento do que futuramente dará origen aos cylons, e a sua busca por “Deus”. Precocemente cancelada (18 episódios).
Em seu final controverso Batlestar Galactica dividiu os fãs, mas manteve a premissa da série original de 1978, de que os exilados das Doze Colônias iriam ser os nossos “Deuses Astronautas” (coisa que se perdeu com o equivocado Galactica 1980) no melhor espírito de Erich Von Däniken, e curiosamente não deixa de ecoar sutilmente um “quê” de Os Exilados de Capella*8 (mas isto é uma outra história) dentre tantas outras obras. Ao final, levantando questões de transhumanismo que Westworld levaria adiante, os dois povos que se achavam tão diferentes, acabaram por reconhecer serem portadores de maiores semelhanças entre si, diluindo-se o conceito de “nós” e “eles”, mesclando-se com a humanidade emergente do planeta, que acabaram por batizar de “Terra”, pois como disse Adama: “ - 'Terra' é um lugar onde você se sente em casa. Se aqui nos sentimos assim, aqui é a Terra!!!” e assim foi ao fim esta fábula sci-fi sobre medo, paranoia e por fim sobre a nossa grande dificuldade de nos enxergar no outro e de nos amarmos uns aos outros...
E que venham outras fábulas do mesmo quilate...
NOTAS:
*1: Glen A. Larson (1937-2014), roteirista e produtor, criador da série, era membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e pegou a cosmologia de sua igreja, mixando-a com as teorias dos “Deuses-Astronautas” e as mitologias egípcia, suméria, etc... mixando-as no melhor estilo George Lucas e a transformou na série que conhecemos.
*2: Segundo Ronald D. Moore: -“A Galactica é um porta-aviões da Segunda Guerra Mundial com equipamentos datados não conectados em rede. Ela não é a Enterprise!”
*3: Numa discussão quanto às áreas de atuação de cada um Adama declara que “- Há uma razão para se separar os militares dos policiais: Os militares defendem o Estado, os policiais defendem e servem ao povo. Quando os militares assumem o papel de policiais, os inimigos do Estado se tornam o povo...”
*4: Sendo chamada por muitos fãs como “A Manobra Adama”, veja aqui no link: https://www.youtube.com/watch?v=3AjXgY35iZg
*5: Buraco Negro.
*6: Aqui Baltar alude a chamada “Roda da Vida” das religiões espiritualistas e seu ciclo de nascer, viver, morrer e nascer de novo, vivendo e morrendo inúmeras vezes.
*7: Ao longo da série Baltar é “assombrado” por uma N° 6 que vive a lhe sussurrar no ouvido, dando dicas e conselhos que o salvam de várias encrencas, mas quando ele reencontra a N°6 que o seduziu em Caprica ele percebe ser uma entidade distinta, o que o faz pensar ser ela uma manifestação de sua psique rumo à loucura. Mais adiante, a N°6 (quando passou a adotar o nome de Caprica 6) passa a também a ocasionalmente ver um “Baltar” que só ela vê e ouve, indo assim até que no último episódio, os dois vêem estes “duplos”, que os orientam no conflito final. Não é verbalizado, mas para quem acompanhou a série original fica evidente se tratarem de uma nova versão dos “Seraphs”, descendentes dos humanos primordiais, que teriam evoluído a um patamar quase divino, e dado origem tanto aos humanos quanto aos cylons.
*8: “Os Exilados de Capela” é um livro de 1949 de autoria de Edgard Armond, que foi secretário-geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo, sendo parte de uma trilogia onde o autor pressupõe a existência de uma civilização muito desenvolvida moral e intelectualmente que habita o quarto planeta em órbita de Capella, estrela da Constelação do Cocheiro (Auriga) e que por não corresponderem à evolução espiritual desse mundo, uma leva de 25 bilhões de espíritos de capelinos teriam sido banidos para a Terra, há 65.000 anos, tendo reencarnado aqui sucessivamente, tendo dado origem às civilizações da Atlântida entre outras, numa lenta evolução espiritual até que este mundo atenda os mesmos patamares de sabedoria e espiritualidade do mundo natal de Capela. Dava uma série legal, não?
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"Assim dizemos todos!!!" |
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