Resenha: Filmes & Séries Apocalípticas – Parte 2
por Alexandre César
(originalmente publicado em 05/ 04/ 2020)
Pragas, pandemias e apocalipses zumbis
Como vimos na primeira parte dessa série, nestes tempos de reclusão face à pandemia global do Novo Corona Vírus (COVID-19) com mais de 1 milhão de casos espalhados pelo Mundo, reflito sobre o conceito de “Fim do Mundo” sejam
quais forem os seus nomes (Apocalipse, Ragnarok, Guerra Nuclear,
etc...) e listei quantas vezes o cinema, e depois a TV e agora o
streaming explorou este tema, refletindo cada qual os temores e
fantasmas de sua época e momento econômico-cultural. Esta série não se
propõe a esgotar o assunto, até porque obviamente no computo final
muita, mas muita coisa mesmo ficou de fora, mas para fins didáticos
procurei agrupar os “apocalipses”em
temas, embora algumas vezes acabem mesclados, sendo que aqueles que com
o sucesso iniciaram franquias, me limitarei a enumerar apenas o
primeiro exemplar. Para facilitar coloco o links do verbete referente ao
filme no IMDB (Internet Movie Data Base) e o do trailer no You Tube. Então, boa diversão e que superemos todos este momento de provação.
- Pragas & Pandemias:
Pragas, epidemias, Vírus, doenças e afins são algo recorrente na
história da humanidade, tendo esta já enfrentado ao longo da história a
peste negra, gripe espanhola, ebola, entre outras. Embora alguns filmes
aqui não chegam a mostrar um apocalipse pleno, passam a ideia do que é
enfrentar uma situação de contágio. Entre os vários temas, apresentamos aqui as 3 versões do livro seminal de Richard Matheson lançado em 1954 Eu Sou A Lenda que
embora originalmente caracterizasse os infectados como vampiros, nas
telas nunca foram retratados desta forma, o que leva a crer que um dia
ainda veremos uma adaptação-raiz do romance...
Mortos que Matam (1964)
de Ubaldo B. Ragona, com Vincent Price. Robert Morgan, último homem
sadio sobre a terra enfrenta humanos “zumbificados”, filme que inspirou
George A. Romero para criar A Noite dos Mortos-Vivos.
A Última Esperança da Terra (1971) de Boris Sagal, com Charlton Heston e
Anthony Zerbe. Rosalind Cash. Robet Neville, cientista militar,
imunizado por vacina contra praga mutante, enfrenta o culto fanático de
Matthias, mutante anti-ciência.
Eu Sou A Lenda (2007)
de Francis Lawrence, com Will Smith e Alice Braga. Numa isolada
Manhattan, dominada por mutantes humanos infectados, Robert Neville,
outro cientista militar, vive procurando a cura para a epidemia,
escondendo-se à noite dos mutantes animalizados.
Pânico nas Ruas (1950)
de Elia Kazan, com Richard Widmark, Barbara Bel Geddes, Paul Douglas.
Médico e policial tem 48 horas para localizar um assassino infectado
(Jack Palance) e impedir um surto de pneumonia em Nova Orleans. Filme noir dos bons.
A Mais Cruel Batalha (1970)
de Cornel Wilde com Nigel Davenport, Jean Wallace, John Hamill. Numa
Inglaterra devastada por uma praga que abalou a produção de alimentos,
uma família procura sobreviver face ao colapso social, aprendendo a
lidar com a lei do mais forte.
O Enigma de Andrômeda (1971)
de Robert Wise com James Olson, Walter Hill, Kate Reid. Um satélite com
vírus alienígena cai na terra dizimando pequena cidade, e pesquisadores
correm contra o relógio para achar a cura. Drama tenso, preciso, de
ritmo lento mas realista, como só Robert Wise é capaz. Efeitos visuais
de Douglas Trumbull (2001: Uma Odisséia no Espaço).
Gerou uma mini-série (2008) da A&E com Benjamin Bratt, Christa Miller, Louis Ferreira.
O Guerreiro do Futuro (1975) de Robert Clouse com Yul Brynner, Max Von Sydow,
William Smith. Em 2012, numa Nova York arrasada após uma praga dizimar a
maior parte da vegetação, um botânico incumbe um guerreiro de proteger
de gangue arruaceira as últimas sementes de vegetais comestíveis e a sua
filha grávida, enquanto busca um lugar seguro. Detalhe: A recompensa do
guerreiro é um estoque vitalício de charutos (Brynner morreria de
câncer nos pulmões em 1985)...
A Travesssia de Cassandra (1976)
de George Pan Cosmatos. Com Richard Harris, Sophia Loren, Burt
Lancaster. Cinema-catástrofe produzido por Carlo Ponti em que um
terrorista contaminado num laboratório da OTAN se esconde num trem e
morre, levando as autoridades a conduzi-lo a uma local de quarentena que
passa por uma ponte sem manutenção desde a 2ª Guerra Mundial (a “Cassandra” do título) e os passageiros lutam para desconectar os vagões antes da tragédia iminente. Este filme foi citado na matéria Filmes ambientados em trens.
Epidemia (1995)
de Wolfgang Petersen com Dustin Hoffman, Renné Russo e Morgan Freeman. A
possibilidade de uma epidemia se alastrar nos EUA mostra o choque entre
pesquisadores e militares nas suas visões e formas de lidar com a
questão.
Os 12 Macacos (1995) de Terry Gillian, com Bruce Willis, Brad Pitt, Madeleine Stowe. Epidemia, viagem no tempo e Síndrome de Cassandra se mesclam como só Gillian é capaz de fazer...
Gerou uma série no SyFy (2015 -2018) com 4 temporadas com Aaron Stanford, Amanda Schull, Noah Bean e um telefilme em 2016.
Contágio (2011)
de Steven Soberbergh com Mat Damon, Gwineth Paltrow. Soderbergh
acompanha alternadamente de forma documental a disseminação de uma
epidemia e a luta de médicos, enfermeiros e cientistas para evitar o seu
avanço.
A Batalha dos Mortos (2007) de Griff Furst com Mark Dacascos, Geoff Meed, Jennifer Lee Wiggins. Produção trash da Asylum, produtora famosa por fazer filmes “genéricos” de grandes sucessos, aqui, “baseado” em Eu Sou A Lenda, mesclando mutantes e artes marciais.
Ensaio Sobre a Cegueira (2008)
de Fernando Meirelles, com Juliane Moore, Mark Rufallo Danny Glover.
Fábula baseada em obra de José de Saramago, onde uma epidemia que deixa a
todos cegos, sendo que a degradação física e moral de seus personagens
reflete o colapso da civilização.
Vírus (2009) de Aashiq Abu, com Parvathy Thiruvothu, Tovino Thomas, Madonna Sebastian. Aclamado thriller
médico indiano (falado em malaio) retratando os bastidores de uma
epidemia real ocorrida em 2008 no estado indiano do Querala, balneário
paradisíaco. Cenas fortes que fazem pensar.
Vírus (2009)
de David & Alex Pastor com Chris Pine, Piper Perabo, Lou Taylor
Pucci. Uma epidemia mortal leva os indivíduos à atitudes cruéis e
egoístas pelo medo do contágio. Indicado para aqueles que acham que os
pobres, os miseráveis e os idosos devem ser deixados para trás em nome
da economia e do “Bem Maior”...
A Epidemia (2010) de Breck Eisner com Radha Mitchel, Timothy Olyphant, Danielle Panabaker. Refilmagem de um clássico de Romero (O Exército do Extermínio
de 1973) Após um acidente de avião liberar um vírus tóxico que infecta
uma comunidade rural com uma febre que torna as pessoas homicidas, um
casal à luta pela sobrevivência no meio da quarentena.
A Gripe (2013)
de Sung-su Kim, com Hyuk Jang, Soo Ae, Roxanne Aparicio. Filme sul
coreano para lá de contundente, onde uma cidade-satélite de Seul é
tomada por uma epidemia, sendo sitiada pelo governo para conter o
contágio, num final chocante.
Ao Cair da Noite (2017)
de Trey Edward Schults. Com Joel Edgerton, Christopher Abbott, Carmen
Ejogo. Terror psicológico regado a isolamento, claustrofobia, falta de
privacidade e o medo do desconhecido numa situação-limite onde duas
famílias dividem o mesmo espaço numa casa isolada nas montanhas, depois
que uma pandemia desconhecida começou a devastar o mundo.
TV:
Helix (2014-2015) série do SyFy em
2 temporadas criada por Cameron Porsandeh, com Billy Campbell, Kyra
Zagorsky, Mark Ghanimé. Atrama se passa no Ártico, numa base de
pesquisas científicas da ILARIA, envia um pedido de socorro e cientistas
do CDC (Centro de Controle de Doenças), são convocados para conter um
surto causado por um vírus destruidor até então desconhecido. Isolados
no meio do nada, cercados de gelo e em quarentena, os sobreviventes são
obrigados a colaborar entre si, para permanecer vivos, emergindo
segredos que podem mudar a vida de todos, enquanto mortes e conflitos
internos entre os personagens se estabelecem em um clima de tensão.
- Apocalipses Zumbis:

"- Moço, tem pão duro ou cérebro aí???"
Aqui temos a maior quantidade de produções, tendo havido um crescimento
do número de filmes desde a crise econômica de 2008, sendo os
mortos-vivos a perfeita materialização do medo que a sociedade de
consumo neoliberal, tem das classes mais pobres, pois ao virar zumbi, o
indivíduo passa a só se preocupar com a sua fome insaciável e só, e como
zumbis são uma perfeita alegoria sobre o fim da civilização, da ordem
social, de tudo, pois zumbis são feios, maltrapilhos, sujos, não têm
liderança ou hierarquia, atropelando tudo pela frente sem se importar
com classe social, ou seja: O maior horror para o capitalismo é
empobrecer!
A Noite dos Mortos-Vivos (1968)
de George A. Romero com Duane Jones. Judith O´Dea, Karl Hardman. Grupo
heterogêneo se fecha numa casa, tentando evitar o avanço dos zumbis.
Claustrofóbico debut de
Romero que como ninguém soube enxergar os zumbis como metáfora da
sociedade, reformulando o gênero, discutindo, abuso, racismo e
xenofobia. Esse filme é o 1º que desliga totalmente os zumbis de sua
origem no imaginário popular, antes desse filme zumbis eram criados por
magia, uma pessoa em transe profundo, passando a ser algo associado à
pragas.
A Volta dos Mortos-Vivos (1985)
de Dan O´Bannon com Clu Gulager, James Karen, Don Calfa. O´Bannon
homenageia o clássico de Romero, com momentos hilários e escatológicos.
Imperdível.
Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002)
de Paul W.S.Anderson com Mila Jovovich, Michelle Rodriguez, Ryan
McCluskey. Inaugurou uma franquia lucrativa (até o momento 6 filmes,
fora os derivados) baseado no famoso videogame, criando uma fórmula muito copiada, tornando Mila Jojovich, como a invencível Alice no ícone de uma geração, e de fato ela é.
Extermínio (2002)
de Danny Boyle com Cillian Murphy. Naomi Harris, Brendan Gleeson.
Ativistas ecológicos ao invadirem laboratório, se infectam com as
cobaias de variante do vírus da raiva, disseminando a pandemia sobre a
Inglaterra e além, e salve-se quem puder...
Madrugada dos Mortos (2004) de Zack Snyder com Sara Polley, Ving Rhames, Mekhi Phifer. Snyder refilma Despertar dos Mortos (1978)
de Romero em grande estilo, onde sobreviventes se fecham num shopping
center durante um apocalipse zumbi, lidando com os desafios da
sobrevivência.
Guerra Mundial Z (2013) de Marc Foster com Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz. Especialista da ONU
corre pelo mundo (e contra o tempo) para encontrar um modo de conter a
virulenta praga de zumbis que aqui agem como formigas, fazendo ondas de
ataque e pontes com os próprios corpos. Uma sequência está programada para ser realizada, apesar dos problemas de bastidores e orçamentários, embora os problemas decorrentes da pandemia de COVID-19 deve atrazar e muito este e outros projetos cinematográficos, que estão migrando para o streaming.
Invasão Zumbi (2016)
de Sang-ho Yeon , com Yoo Gong, Yu-mi Jung, Dong-seok Ma. Um trem-bala
vai de Seoul a Busan quando explode um apocalipse zumbi, levando os
passageiros à uma luta desesperada pela sobrevivência enquanto toda a
civilização vai ruindo numa viagem de horror sem escalas. Ação
vertiginosa e violência gráfica aliada ao exagero dramatúrgico típico da
filmografia sul-coreana. Impactante. Uma continuação ambientada no mesmo universo ficcional foi lançada em 2020, mas sem o mesmo impacto.
A Noite Devorou o Mundo (2018)
de Dominique Rocher, com Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani,
Denis Lavant. No dia seguinte a uma festa, um jovem acorda e se dá conta
de que Paris foi invadida por zumbis e o mundo virou de ponta cabeça.
Uma alegoria sobre a solidão e a inadequação social dos indivíduos.
The Walking Dead (2010 até agora) 10 temporadas. Série da AMC criada
por Frank Darabont e Angela Kang com Andrew Lincoln, Norman Reedus,
Melissa McBride. Crônica de sobrevivência de um grupo num mundo
decadente, infestado por mortos-vivos, onde os homens são o perigo real e
imediato.
Fear the Walking Dead (2015
até agora) 6 temporadas. Série criada por Dave Erickson e Robert
Kirkman com Cliff Curtis, Kim Dickens, Lennie James. Derivado de The Walking Dead em que acompanhamos um núcleo familiar liandando com o declínio da civilização face ao avanço dos zumbis.
Kingdon (2019 até agora) 2 temporadas Série sul-coreana criada por Kim Eun-Hee e dirigida por Kim Seong-Hun para a Netflix,
com Ji-Hoon Ju, Doona Bae, Kim Sungkyu. Durante a dinastia Joseon
(1392-1897) acompanhamos os desafios do príncipe Lee Chang, durante uma
epidemia que devasta o reino, pondo a sua capacidade à prova. Visual
elaboradíssimo, artes marciais, luta de classes e intrigas políticas
dignas de Game of Thrones, como só os coreanos sabem fazer.
E
então leitor, gostou da resenha? Aguarde o próximo capítulo quando daremos
sequência a outras formas de Fins do Mundo. Cuidem de vocês e dos seus
enquanto isso. Até, pois viver é preciso...
Como vimos na primeira parte dessa série, nestes tempos de reclusão face à pandemia global do Novo Corona Vírus (COVID-19) com mais de 1 milhão de casos espalhados pelo Mundo, reflito sobre o conceito de “Fim do Mundo” sejam
quais forem os seus nomes (Apocalipse, Ragnarok, Guerra Nuclear,
etc...) e listei quantas vezes o cinema, e depois a TV e agora o
streaming explorou este tema, refletindo cada qual os temores e
fantasmas de sua época e momento econômico-cultural. Esta série não se
propõe a esgotar o assunto, até porque obviamente no computo final
muita, mas muita coisa mesmo ficou de fora, mas para fins didáticos
procurei agrupar os “apocalipses”em
temas, embora algumas vezes acabem mesclados, sendo que aqueles que com
o sucesso iniciaram franquias, me limitarei a enumerar apenas o
primeiro exemplar. Para facilitar coloco o links do verbete referente ao
filme no IMDB (Internet Movie Data Base) e o do trailer no You Tube. Então, boa diversão e que superemos todos este momento de provação.
- Pragas & Pandemias:
Pragas, epidemias, Vírus, doenças e afins são algo recorrente na história da humanidade, tendo esta já enfrentado ao longo da história a peste negra, gripe espanhola, ebola, entre outras. Embora alguns filmes aqui não chegam a mostrar um apocalipse pleno, passam a ideia do que é enfrentar uma situação de contágio. Entre os vários temas, apresentamos aqui as 3 versões do livro seminal de Richard Matheson lançado em 1954 Eu Sou A Lenda que embora originalmente caracterizasse os infectados como vampiros, nas telas nunca foram retratados desta forma, o que leva a crer que um dia ainda veremos uma adaptação-raiz do romance...
Mortos que Matam (1964)
de Ubaldo B. Ragona, com Vincent Price. Robert Morgan, último homem
sadio sobre a terra enfrenta humanos “zumbificados”, filme que inspirou
George A. Romero para criar A Noite dos Mortos-Vivos.
A Última Esperança da Terra (1971) de Boris Sagal, com Charlton Heston e
Anthony Zerbe. Rosalind Cash. Robet Neville, cientista militar,
imunizado por vacina contra praga mutante, enfrenta o culto fanático de
Matthias, mutante anti-ciência.
Eu Sou A Lenda (2007)
de Francis Lawrence, com Will Smith e Alice Braga. Numa isolada
Manhattan, dominada por mutantes humanos infectados, Robert Neville,
outro cientista militar, vive procurando a cura para a epidemia,
escondendo-se à noite dos mutantes animalizados.
Pânico nas Ruas (1950)
de Elia Kazan, com Richard Widmark, Barbara Bel Geddes, Paul Douglas.
Médico e policial tem 48 horas para localizar um assassino infectado
(Jack Palance) e impedir um surto de pneumonia em Nova Orleans. Filme noir dos bons.
A Mais Cruel Batalha (1970)
de Cornel Wilde com Nigel Davenport, Jean Wallace, John Hamill. Numa
Inglaterra devastada por uma praga que abalou a produção de alimentos,
uma família procura sobreviver face ao colapso social, aprendendo a
lidar com a lei do mais forte.
O Enigma de Andrômeda (1971)
de Robert Wise com James Olson, Walter Hill, Kate Reid. Um satélite com
vírus alienígena cai na terra dizimando pequena cidade, e pesquisadores
correm contra o relógio para achar a cura. Drama tenso, preciso, de
ritmo lento mas realista, como só Robert Wise é capaz. Efeitos visuais
de Douglas Trumbull (2001: Uma Odisséia no Espaço).
Gerou uma mini-série (2008) da A&E com Benjamin Bratt, Christa Miller, Louis Ferreira.
O Guerreiro do Futuro (1975) de Robert Clouse com Yul Brynner, Max Von Sydow,
William Smith. Em 2012, numa Nova York arrasada após uma praga dizimar a
maior parte da vegetação, um botânico incumbe um guerreiro de proteger
de gangue arruaceira as últimas sementes de vegetais comestíveis e a sua
filha grávida, enquanto busca um lugar seguro. Detalhe: A recompensa do
guerreiro é um estoque vitalício de charutos (Brynner morreria de
câncer nos pulmões em 1985)...
A Travesssia de Cassandra (1976)
de George Pan Cosmatos. Com Richard Harris, Sophia Loren, Burt
Lancaster. Cinema-catástrofe produzido por Carlo Ponti em que um
terrorista contaminado num laboratório da OTAN se esconde num trem e
morre, levando as autoridades a conduzi-lo a uma local de quarentena que
passa por uma ponte sem manutenção desde a 2ª Guerra Mundial (a “Cassandra” do título) e os passageiros lutam para desconectar os vagões antes da tragédia iminente. Este filme foi citado na matéria Filmes ambientados em trens.
Epidemia (1995)
de Wolfgang Petersen com Dustin Hoffman, Renné Russo e Morgan Freeman. A
possibilidade de uma epidemia se alastrar nos EUA mostra o choque entre
pesquisadores e militares nas suas visões e formas de lidar com a
questão.
Os 12 Macacos (1995) de Terry Gillian, com Bruce Willis, Brad Pitt, Madeleine Stowe. Epidemia, viagem no tempo e Síndrome de Cassandra se mesclam como só Gillian é capaz de fazer...
Gerou uma série no SyFy (2015 -2018) com 4 temporadas com Aaron Stanford, Amanda Schull, Noah Bean e um telefilme em 2016.
Contágio (2011)
de Steven Soberbergh com Mat Damon, Gwineth Paltrow. Soderbergh
acompanha alternadamente de forma documental a disseminação de uma
epidemia e a luta de médicos, enfermeiros e cientistas para evitar o seu
avanço.
A Batalha dos Mortos (2007) de Griff Furst com Mark Dacascos, Geoff Meed, Jennifer Lee Wiggins. Produção trash da Asylum, produtora famosa por fazer filmes “genéricos” de grandes sucessos, aqui, “baseado” em Eu Sou A Lenda, mesclando mutantes e artes marciais.
Ensaio Sobre a Cegueira (2008)
de Fernando Meirelles, com Juliane Moore, Mark Rufallo Danny Glover.
Fábula baseada em obra de José de Saramago, onde uma epidemia que deixa a
todos cegos, sendo que a degradação física e moral de seus personagens
reflete o colapso da civilização.
Vírus (2009) de Aashiq Abu, com Parvathy Thiruvothu, Tovino Thomas, Madonna Sebastian. Aclamado thriller
médico indiano (falado em malaio) retratando os bastidores de uma
epidemia real ocorrida em 2008 no estado indiano do Querala, balneário
paradisíaco. Cenas fortes que fazem pensar.
Vírus (2009) de David & Alex Pastor com Chris Pine, Piper Perabo, Lou Taylor Pucci. Uma epidemia mortal leva os indivíduos à atitudes cruéis e egoístas pelo medo do contágio. Indicado para aqueles que acham que os pobres, os miseráveis e os idosos devem ser deixados para trás em nome da economia e do “Bem Maior”...
A Epidemia (2010) de Breck Eisner com Radha Mitchel, Timothy Olyphant, Danielle Panabaker. Refilmagem de um clássico de Romero (O Exército do Extermínio
de 1973) Após um acidente de avião liberar um vírus tóxico que infecta
uma comunidade rural com uma febre que torna as pessoas homicidas, um
casal à luta pela sobrevivência no meio da quarentena.
A Gripe (2013)
de Sung-su Kim, com Hyuk Jang, Soo Ae, Roxanne Aparicio. Filme sul
coreano para lá de contundente, onde uma cidade-satélite de Seul é
tomada por uma epidemia, sendo sitiada pelo governo para conter o
contágio, num final chocante.
Ao Cair da Noite (2017)
de Trey Edward Schults. Com Joel Edgerton, Christopher Abbott, Carmen
Ejogo. Terror psicológico regado a isolamento, claustrofobia, falta de
privacidade e o medo do desconhecido numa situação-limite onde duas
famílias dividem o mesmo espaço numa casa isolada nas montanhas, depois
que uma pandemia desconhecida começou a devastar o mundo.
TV:
Helix (2014-2015) série do SyFy em
2 temporadas criada por Cameron Porsandeh, com Billy Campbell, Kyra
Zagorsky, Mark Ghanimé. Atrama se passa no Ártico, numa base de
pesquisas científicas da ILARIA, envia um pedido de socorro e cientistas
do CDC (Centro de Controle de Doenças), são convocados para conter um
surto causado por um vírus destruidor até então desconhecido. Isolados
no meio do nada, cercados de gelo e em quarentena, os sobreviventes são
obrigados a colaborar entre si, para permanecer vivos, emergindo
segredos que podem mudar a vida de todos, enquanto mortes e conflitos
internos entre os personagens se estabelecem em um clima de tensão.
- Apocalipses Zumbis:

"- Moço, tem pão duro ou cérebro aí???"
Aqui temos a maior quantidade de produções, tendo havido um crescimento
do número de filmes desde a crise econômica de 2008, sendo os
mortos-vivos a perfeita materialização do medo que a sociedade de
consumo neoliberal, tem das classes mais pobres, pois ao virar zumbi, o
indivíduo passa a só se preocupar com a sua fome insaciável e só, e como
zumbis são uma perfeita alegoria sobre o fim da civilização, da ordem
social, de tudo, pois zumbis são feios, maltrapilhos, sujos, não têm
liderança ou hierarquia, atropelando tudo pela frente sem se importar
com classe social, ou seja: O maior horror para o capitalismo é
empobrecer!
A Noite dos Mortos-Vivos (1968)
de George A. Romero com Duane Jones. Judith O´Dea, Karl Hardman. Grupo
heterogêneo se fecha numa casa, tentando evitar o avanço dos zumbis.
Claustrofóbico debut de
Romero que como ninguém soube enxergar os zumbis como metáfora da
sociedade, reformulando o gênero, discutindo, abuso, racismo e
xenofobia. Esse filme é o 1º que desliga totalmente os zumbis de sua
origem no imaginário popular, antes desse filme zumbis eram criados por
magia, uma pessoa em transe profundo, passando a ser algo associado à
pragas.
"- Moço, tem pão duro ou cérebro aí???"
A Volta dos Mortos-Vivos (1985)
de Dan O´Bannon com Clu Gulager, James Karen, Don Calfa. O´Bannon
homenageia o clássico de Romero, com momentos hilários e escatológicos.
Imperdível.
Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002) de Paul W.S.Anderson com Mila Jovovich, Michelle Rodriguez, Ryan McCluskey. Inaugurou uma franquia lucrativa (até o momento 6 filmes, fora os derivados) baseado no famoso videogame, criando uma fórmula muito copiada, tornando Mila Jojovich, como a invencível Alice no ícone de uma geração, e de fato ela é.
Extermínio (2002)
de Danny Boyle com Cillian Murphy. Naomi Harris, Brendan Gleeson.
Ativistas ecológicos ao invadirem laboratório, se infectam com as
cobaias de variante do vírus da raiva, disseminando a pandemia sobre a
Inglaterra e além, e salve-se quem puder...
Madrugada dos Mortos (2004) de Zack Snyder com Sara Polley, Ving Rhames, Mekhi Phifer. Snyder refilma Despertar dos Mortos (1978)
de Romero em grande estilo, onde sobreviventes se fecham num shopping
center durante um apocalipse zumbi, lidando com os desafios da
sobrevivência.
Madrugada dos Mortos (2004) de Zack Snyder com Sara Polley, Ving Rhames, Mekhi Phifer. Snyder refilma Despertar dos Mortos (1978)
de Romero em grande estilo, onde sobreviventes se fecham num shopping
center durante um apocalipse zumbi, lidando com os desafios da
sobrevivência.
Guerra Mundial Z (2013) de Marc Foster com Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz. Especialista da ONU
corre pelo mundo (e contra o tempo) para encontrar um modo de conter a
virulenta praga de zumbis que aqui agem como formigas, fazendo ondas de
ataque e pontes com os próprios corpos. Uma sequência está programada para ser realizada, apesar dos problemas de bastidores e orçamentários, embora os problemas decorrentes da pandemia de COVID-19 deve atrazar e muito este e outros projetos cinematográficos, que estão migrando para o streaming.
Invasão Zumbi (2016)
de Sang-ho Yeon , com Yoo Gong, Yu-mi Jung, Dong-seok Ma. Um trem-bala
vai de Seoul a Busan quando explode um apocalipse zumbi, levando os
passageiros à uma luta desesperada pela sobrevivência enquanto toda a
civilização vai ruindo numa viagem de horror sem escalas. Ação
vertiginosa e violência gráfica aliada ao exagero dramatúrgico típico da
filmografia sul-coreana. Impactante. Uma continuação ambientada no mesmo universo ficcional foi lançada em 2020, mas sem o mesmo impacto.
A Noite Devorou o Mundo (2018)
de Dominique Rocher, com Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani,
Denis Lavant. No dia seguinte a uma festa, um jovem acorda e se dá conta
de que Paris foi invadida por zumbis e o mundo virou de ponta cabeça.
Uma alegoria sobre a solidão e a inadequação social dos indivíduos.
A Noite Devorou o Mundo (2018)
de Dominique Rocher, com Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani,
Denis Lavant. No dia seguinte a uma festa, um jovem acorda e se dá conta
de que Paris foi invadida por zumbis e o mundo virou de ponta cabeça.
Uma alegoria sobre a solidão e a inadequação social dos indivíduos.
A Noite Devorou o Mundo (2018)
de Dominique Rocher, com Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani,
Denis Lavant. No dia seguinte a uma festa, um jovem acorda e se dá conta
de que Paris foi invadida por zumbis e o mundo virou de ponta cabeça.
Uma alegoria sobre a solidão e a inadequação social dos indivíduos.
The Walking Dead (2010 até agora) 10 temporadas. Série da AMC criada
por Frank Darabont e Angela Kang com Andrew Lincoln, Norman Reedus,
Melissa McBride. Crônica de sobrevivência de um grupo num mundo
decadente, infestado por mortos-vivos, onde os homens são o perigo real e
imediato.
Fear the Walking Dead (2015
até agora) 6 temporadas. Série criada por Dave Erickson e Robert
Kirkman com Cliff Curtis, Kim Dickens, Lennie James. Derivado de The Walking Dead em que acompanhamos um núcleo familiar liandando com o declínio da civilização face ao avanço dos zumbis.
Kingdon (2019 até agora) 2 temporadas Série sul-coreana criada por Kim Eun-Hee e dirigida por Kim Seong-Hun para a Netflix,
com Ji-Hoon Ju, Doona Bae, Kim Sungkyu. Durante a dinastia Joseon
(1392-1897) acompanhamos os desafios do príncipe Lee Chang, durante uma
epidemia que devasta o reino, pondo a sua capacidade à prova. Visual
elaboradíssimo, artes marciais, luta de classes e intrigas políticas
dignas de Game of Thrones, como só os coreanos sabem fazer.
E
então leitor, gostou da resenha? Aguarde o próximo capítulo quando daremos
sequência a outras formas de Fins do Mundo. Cuidem de vocês e dos seus
enquanto isso. Até, pois viver é preciso...
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