domingo, 14 de março de 2021

Resenha: Os Perdidos no Espaço e Eu

 


 

Onde nenhuma família jamais esteve...
 
por Ronald Lima
(Originalmente publicado em 14/08/2018)

Série começou "hard" e se tornou "camp", virando cult
 
Irwin Allen, o pai da série, ou o culpado por ela...


16 de outubro de 1997 no Controle Alpha: Um grande passo a ser dado na História da humanidade.


 Perdidos no Espaço foi uma série de ficção científica produzida nos anos 60 sobre uma família que deixou a Terra para formar as bases de uma colônia em um planeta no Sistema Alpha Centauri. Como toda obra do produtor Irwin Allen é baseada em um algum de seus clássicos favoritos da literatura, no caso o conto de Johann Rudolf Wiss "A Família do Robinson Suíço", onde a união ajuda a vencer os sofrimentos de uma família que sobrevive a um naufrágio. A obra também foi referência para diversos outras releituras na cultura pop (Para mais informações sobre esses outros derivados, veja aqui.)  
 
 
A mais avançada obra da tecnologia humana, a
 Júpiter II está prestes a decolar!!!.

 
Na época do lançamento do seriado uma família unida para superar desventuras não era nenhuma novidade, mas uma família perdida no espaço sideral?! Sim, isso era diferente. E me conquistou logo de cara quando conheci com meus seis anos de idade - até hoje gosto muito do visual da nave dos Robinsons. Em minha infância em Copacabana, as aventuras da série cativaram a mim e meu irmão menor - não perdíamos um episódio. Lembro que a primeira vez que vi estava na casa de minha avó, em Botafogo.  
 
Os Robinsons são cumprimentados pelas autoridades responsáveis pelo projeto


 
Costumávamos brincar inventando novos episódios da série usando nossos bonecos em miniatura - misturávamos cowboys com índios e soldados para encarnar os personagens da série. Era comum eu fazer o papel do monstro da semana, enquanto meu irmão manipulava os bonecos em fuga. Os cenários do interior das naves e toda a parafernália que os Robinsons usavam me atraíam a atenção - eu queria estar lá, ser parte de uma equipe de exploração espacial. E todo mundo era fã do Dr. Smith.  
 
Smith (Jonathan Harris) aguarda durante as checagens finais de lançamento o momento oportuno para realizar o seu ato de sabotagem

 
 
 
Tudo começou em 1965, quando foi produzido pela CBS um episódio piloto para a série chamado No Place To Hide. Dirigido por Irwin Allen, foi um dos mais caros pilotos na época, mas não foi ao ar na ocasião. Só foi exibido em 1997 para comemorar a data fictícia de lançamento da Júpiter 2. Desse piloto foram usadas na série apenas as cenas da chuva de meteoros na chegada no planeta perdido e o confronto com um gigantesco ciclope ameaçador. Atualmente está completo em todas as coletâneas de CD, DVD E BLUE RAY.
 
Ao longo da série chuvas de meteoros, nuvens de energia, etc...
eram café pequeno para a intrépida família de exploradores
...

 
 
A Corrida Espacial avançava rapidamente nos anos 60, movida pelos ventos da Guerra Fria. Naquela ocasião deve ter parecido bem plausível para a produção a escolha de 1997 como data para lançamento de uma nave com tecnologia do porte da Júpiter 2 visando a colonização de outros planetas.  
 
Sem saber da sabotagem os Robinsons hibernam em  suas cápsulas de animação suspensa
...

 
O primeiro episódio de Perdidos no Espaço que deu início a 1ª temporada foi ao ar no ano de 1965, onde vemos o desenrolar dos seguintes eventos: 16 de outubro de 1997. O Planeta passa por enorme crescimento populacional. São 10 milhões de habitantes novos por ano no planeta. Cientistas do projeto intitulado Controle Alpha, haviam realizado uma busca por outros possíveis mundos habitáveis e localizaram um mundo habitável no sistema Alpha Centauri, o mais próximo do nosso Sol. Um objetivo possível de ser alcançado pela tecnologia que então dispõem. 
 
"- Caros telespectadores, informamos com imenso 
pesar que a Júpiter2..."

 
Dentre dois milhões de voluntários, o Controle Alpha recruta um grupo formado por um núcleo familiar para garantir uma boa coesão de propósitos. Cada membro da família apresenta, além das qualidades físicas desejadas, uma especialidade de conhecimento em diversas áreas - o pai John Robinson, interpretado pelo ator Guy Williams (que foi o Zorro 1957, da Disney), é astrofísico, geólogo e professor. A mãe Maureen (June Lockhart) é bioquímica. Eles tem duas filhas: a mais velha, Judy (Martha Kristen) e Penny (Angela Cartwright - Angela Cartwright Lost In SpaceTribute page), que estudaram zoologia. O caçula da família é o William (Billy Mumy), estudioso de eletrônica. A família é auxiliada por um oficial piloto, o major Don West (Mark Goddard), e o robô B9 da classe M3, desenvolvido para exploração e testes em meio-ambientes diversos. Ele contava com os atores Bob May nos movimentos e Dick Tufeld na voz. E também a bordo estava um inesperado e relutante clandestino, o mais icônico personagem da série, o Dr. Zachary Smith interpretado por Jonathan Harris. 
 
 Da esquerda para a direita: Judy Robinson (Martha Kristen), Major Don West (Mark Goddard), Prof. John Robinson (Guy Williams) e Maureen Robinson (June Lockarth), os mais velhos e responsáveis do grupo


Apesar da missão da Júpiter 2 de colonização espacial surgir como a grande solução para a Humanidade, nem todos desejam que ela seja um sucesso. Para impedir esse passo a frente, surge o Coronel Dr. Smith, agente infiltrado da Aeolus 14 Umbra. Smith participa dos preparativos finais para a decolagem. Ele é o médico responsável pelo exame final dos Robinsons antes de serem congelados em animação suspensa para viagem, que duraria cinco anos. Smith altera a programação do robô B9 para que, após algumas horas da decolagem, ele inicie um processo de destruição dos controles da nave.
 
Naves e bases alienígenas não faltam ao longo da série...

 
 Os Robinsons e o Major Don West fazem uma última vistoria na nave antes da decolagem e, por acaso, técnicos que os acompanhavam desativam a programação alterada do robô. Smith percebe o ocorrido e espera os técnicos saírem e os tripulantes irem para as câmaras de hibernação para refazer a sabotagem. Mas, ao sair, ele é abordado por um soldado que verificava se o local já estava evacuado, pois faltava pouco tempo para a decolagem. Smith aproveita um momento de distração e derruba o soldado com um golpe. Ele se livra do corpo inconsciente, sem o menor remorso, jogando-o em um tubo para a queima de resíduos (sim, este não é o Dr. Smith medroso e histriônico que entrou para a história da cultura pop. Essa versão surgiu bem depois). O problema é que, com esse contratempo, ele se atrasa, ficando preso na nave antes da decolagem. Seu peso extra, somado as ações da programação alterada do robô, alteram de forma irremediável a trajetória da Júpiter 2, que se perde nas profundezas do espaço.  
 
...e algum ocasional passeio no espaço (parte deste traje foi reciclado como um equipamento experimental num episódio de Viagem ao Fundo do Mar...).



 

A primeira temporada de Perdidos do Espaço possui um clima típico da Ficção Científica áudio visual dos anos 50 e 60, com histórias em ritmo de aventura onde os detalhes técnicos prevalecem: computadores, consertos orbitais, trajes espaciais, exploração planetária. A coerência técnica, porém, oscila a ponto de um corpo humano não sofrer maiores danos depois de uma entrada orbital forçada - algo comum nas aventuras espaciais dos anos 50. O importante é o suspense e a tensão da aventura.
 
O gigante cíclope foi um dos monstros mais icônicos da série...
 
 
Esse clima vintage é reforçado pelo fato de ter sido filmada em preto e branco. Por isso estes episódios são mais difíceis de serem lembrados pelo público em geral - as temporadas seguintes, produzidas em cores, foram mais reprisadas. A trilha incidental também é bem típica de produção de Sci-Fi daquela época, tornado-os ainda mais datados. 
 
Chariot: veículo "pau pra toda a obra" dos pioneiros Robinsons

 

 A Júpiter 2 encontra um planeta desconhecido e seus tripulantes procuram lidar com esse novo mundo e suas rápidas oscilações climáticas, com fortes tempestades elétricas. Eles exploram a superfície diante da necessidade de sobrevivência e também para encontrar material que sirva de combustível. Eles se comportam como pioneiros do oeste, com direito a um carroção, acampamentos, fogueiras, violão e até uma tradicional ceia de ação de graças, com a presença ao longe de dois intrigados alienígenas a observá-los. No episódio 15 os Robinsons nomeiam o planeta de Priplanus.
 
O Colecionador (Michael Rennie) e a nave onde mantém o seu acervo. "Dois Robinsons para a minha coleção seria pedir muito?"


 
A 1ª temporada teve 29 episódios, com o clássico episódio em duas partes no meio. Os extraterrestres são bem legais com sacadas interessantes em suas formas e linguagem - uns se utilizam de descargas elétricas para comunicação - e também nos seus propósitos e intenções. Contudo não há nenhuma preocupação com continuidade: membros da família são clonados, desaparecem e são capturados ou encontram algo importante. Até um valoroso cão aparece vindo de uma cápsula espacial dos primeiros anos do programa espacial da Terra. E nada disso é mencionado nos episódios seguintes. 
 
Robbie de "O Planeta Proibido" aparece como o terrível "Robotóide" no episódio "A Guerra dos Robôs" da 2ª temporada, fazendo uma figuração na temporada seguinte...
  
Mas há uma exceção: Debbie, uma pequena primata passa a fazer parte do grupo, embora em alguns episódios posteriores a sua chegada ele não apareça. A receita do monstro da semana ganha corpo aos poucos e o trio Smith-Robô-Will começa a se destacar, principalmente a partir do episódio duplo no meio da temporada: O Estranho Colecionador, que conta com a participação de Michael Rennie do famoso clássico de ficção científica O Dia Em Que A Terra Parou (1951, de Robert Wise). 
 
Dentre os vários alienígenas, o jovem Quano (Kurt Russel), aqui ao lado do caçula Will Robinson (Billy Mumy)...
 
“Sua lata de sardinha enferrujada!!”
 
 
À cores: Agora podíamos apreciar o belo tom cobre dos cabelos de Maureen, o louro de Judy e as belas madeixas negras da caçula Penny (Angela Cartwrigth)


 
A segunda temporada foi ao ar em outubro de 1966 no total de 30 episódios, com mudanças marcantes para a audiência. Para entender essas mudanças é preciso ter em mente dois fatos importantes. Um deles foi a estréia em janeiro daquele ano do seriado do Batman no canal rival ABC, com seu clima Camp até a raiz e sua produção à cores. Foi um sucesso de estréia arrebatador. A estréia de Batman foi durante o episódio do Estranho Colecionador, bem no meio da primeira temporada de Perdidos no Espaço. A série passa a ser feita em cores - chapadas e berrantes - e os roteiros passam a ser assumidas paródias de ficção científica. 
 
 
Dr. Smith: "Oh, dor! Oh, dor! Minha constituição delicada.."

 
O outro fator foi a interpretação de Jonathan Harris ao compor seu personagem, o Dr. Smith. Ele foi introduzido na série para criar um clima de tensão na história, um vilão pronto para criar alguma dificuldade, querendo sempre garantir o seu retorno a Terra - de preferência sozinho (ok, com o robô no comando da nave). O ator comentou em uma entrevista que Irwin Allen queria um vilão profundo e isso o preocupou. Harris havia feito muitos vilões cômicos em sua carreira e sabia o quanto eles podiam ser divertidos. “Você pode ser muito ruim, mas pode se redimir, para que as pessoas o amem em vez de odiá-lo” , dizia.  
 
"Dr. Smiiiiiithiii ♫ ♪!" Vitina Marcus como Athena,a sereia flutuante do espaço (com o seu pirex na cabeça). Ela retorna em outro episódio da 2ª temporada


Aos poucos sua visão do personagem foi se impondo: uma careta ali, um gesto afetado acolá, e nenhuma reprimenda. Irwin Allen era um diretor do tipo controlador, e até agressivo em suas observações e cobranças na atuação. Então um dia ele entra com o dedo em riste no camarim de Harris e grita: "Eu sei o que você vem fazendo!" O ator olha para ele assustado, esperando a maior das broncas, e o diretor diz: "Faça mais!" E assim, com esse apoio, o ator passou a ter liberdade para editar, escrever, reescrever e interpretar seu personagem como lhe parecesse melhor, desde que não interferisse no andamento dos roteiros. 
 
Keema (Dennis Patrick) o "Homem dourado", que esconde a sua real aparência para enganar os Robinsons...


 
...Se revela um dos monstros "assustadores" da série. Neste episódio os homens estão fora numa missão (exceto Smith), sendo Penny o grande destaque

 
O relacionamento do Dr. Smith com o robô vem desde o primeiro episódio , sempre com o vilão procurando manipulá-lo para que obedecesse somente a ele e pudesse livrar-se da família tão zelosa em retomar a sua missão. Mas outro personagem também cresceu no decorrer dos episódios, fechando a trinca chave da segunda temporada: Will Robinson. Ele e o robô B9 também se tornam próximos a cada aventura. Essa proximidade atrai a atenção de Smith que procura manipular o garoto também para realizar seus planos. Só que desta vez ele perde seu tempo. Apesar de simpatizar como lado ladino do Dr. Smith, Will é um filho dedicado que ama a família.   
 
Não faltaram alienígenas ou andróides como Verda (Dee Hartford) a amiga
 de Penny que retornaria com upgrades...


 
Aqui, já aperfeiçoada com um namorado, IDAK (Don Matheson de "Terra de Gigantes").

 
  Com isso, podemos resumir a segunda temporada com o Dr. Smith sempre se metendo em alguma encrenca, procurando obter alguma vantagem com o inocente Will Robinson e o obediente B9, com a “sagrada família” correndo para ajudar Smith e sua pequena tropa de Brancaleone. Convido você, leitor, a deixar uma provável implicância de lado e assistir essa temporada com um olhar descompromissado, de curtição, porque senão... 
 
A poderosa Niolani (Francine York) dos colonizadores Kondor, uma das precursoras das feminazis...

 
Contudo, foi esta temporada que definiu o sucesso da série. O público queria mesmo era ver monstros bizarros, sereias do espaço ou qualquer paródia de SciFi. Para os que desejavam algo mais hardcore, Star Trek havia estreado pouco antes, em setembro de 1966.  A receita do “Monstro da Semana” já tinha sido implantada no meio da 1ª temporada e na segunda é a regra da vez. Aqui lembro do meu irmão que morria de medo desses monstros a ponto de ter pesadelos e de minha mãe nos proibir de continuar vendo a série. Eu particularmente não me incomodava com os monstros. Talvez por achar que minha influência pudesse fazer meu irmão superar seus medos, minha mãe acabou mudando de ideia e voltamos a assistir. No ponto de vista de um adulto, de fato, aqueles monstros não causavam pânico nenhum. 
 
O pássaro-monstro gigante (Janos Prohaska) e o soldado Tiabo (Wally Cox), um dos tipos "qualquer coisa" da série...

 
Uma novidade bem legal da temporada é que a Júpiter 2 recupera sua capacidade de voo e saem de Periplanus, que parece próximo da destruição, com terremotos cada vez mais violentos. A nave volta a singrar o espaço, mas Smith não se conforma com a decisão de continuarem com missão original. Ele então realiza nova sabotagem, deixando a nave desgovernada e viajando sem rumo mais uma vez. Nesta ocasião surge uma figura que, para mim e meu irmão, é o retrato de toda essa temporada, ou da série mesmo: Athena (Vitina Marcus) uma sereia do espaço que seduz Smith visando se alimentar de Cosmonium, o combustível da nave. Mais a frente eles são alvejados por um míssil ao fugir de um mundo comandado por máquinas, precisam fazer novo pouso forçado em outro planeta e novamente ficam encalhados. E haja estranhos visitantes sempre dando as caras por lá. Surge até um primo do Dr. Smith que aparece reclamando de uma herança ao descobrir que ele estava vivo (não me perguntem como ele descobriu onde ele estava e nem como chegou lá!).  
 
O "Planeta Hippie": Groove Penny, Yeah!!

 
 “Nada Tema, com Smith não há problema”  
 
Na temporada surge o módulo de serviço (tal qual o subvoador em Viagem ao Fundo do Mar...), cuja semelhança com os futuros módulos lunares do Projeto Apolo é notória...

 
Na terceira temporada (24 episódios) os produtores procuram aumentar a participação dos outros personagens em relação ao Dr. Smith e novamente cobram episódios com mais ação de Irwin Allen (o eterno mantra...). Com isso todos voltam a ganhar destaque e temos episódios inteiros sem foco no trio Smith-Will-Robô. Guy Williams era um dos mais descontentes com a liberdade de ação de Jonathan Harris e a total mudança no conceito original da série. Mark Goddard, por exemplo, tem grande destaque quando Don West e o resto da tripulação da Júpiter 2 enfrenta um Prof. Robinson do universo de anti-matéria e o major é a figura adulta central na aventura “A Princesa do Planeta Gelado”. Judy participa de um concurso de beleza interplanetário e o Trio Brancaleone se torna um quarteto com uma maior integração com Penny.
 
Apesar de tods as bizarrices, a direção de arte era bem criativa. Reparem que a textura do "cone" é a mebrana de um alvéolo pulmonar usado em "Viagem Fantástica" (1966)



  Apesar de continuarmos com episódios extravagantes, os roteiros são mais elaborados e voltam as histórias mais sérias. A exigência de mais ação faz a Júpiter 2 decolar mais uma vez (para a nossa alegria!) e os Robinsons passam por vários planetas. John agora pode voltar a usar um Rocket Belt ou Jetpack (o mesmo usado por James Bond em Thunderball) descobrimos que a nave possui um módulo menor para exploração espacial - passando mais tempo no espaço, o veículo terrestre da nave perde sua função cênica. 
 

O design do Júpiter 2 (originalmente Gemini 12) é da autoria de William J. Creber, que redesenhou o Seaview e criou o subvoador de "Viagem ao Fundo do Mar"...



Uma nova trilha do mesmo autor John Williams é feita usando a anterior como base, mas com acordes muito mais empolgantes, e uma abertura onde cada ator surge em um pequeno quadro que mostra segundos de cena de seus personagens, tudo para estimular o novo ritmo de aventuras planejado. Essa abertura é ótima, vale conferir. Veja aqui.
 
No Xilindró: "- E aí Smith, agora que você nos meteu nessa roubada, como vamos sair dessa???


 
Particularmente um episódio que me marcou desta temporada é onde Penny aparece dançando em um planeta de adolescentes. Um mundo que seria o destino original deles em Alpha Centauri.
 
 
De Volta à Terra
 
O episódio de destaque fica por conta do segundo dessa temporada, quando eles retornam a Terra - só que no ano errado. A Júpiter 2 acelera e atinge a velocidade da luz. Todos ficam desacordados e quando despertam se depararam com a grata surpresa de estarem próximos da Terra. Estranham a falta de resposta nas tentativa de contato por rádio, mas seguem direto para o local de onde decolaram. Ao pousar, após rápida exploração, chegam a conclusão que estão na Terra mas na época errada: eles voltaram no tempo e estão no ano de 1947 (ano chave para a Ufologia). Ao pousar, a nave causa uma onda eletromagnética que deixa toda a região no escuro. A visão do robô e de todos os tripulantes trajando seus prateados trajes espaciais faz os moradores da cidade acreditarem que os Robinsons são aliens invasores.
 
Uma boa "matte painting" (pintura sore vidro)da parte de cmada Júpiter 2 enquadrada com a com a parte de baixo, em tamanho real renderam ótimas cenas de efeitos visuais

 
Apesar da correta decisão dos Robinsons em permanecer a bordo e tentarem bolar um jeito de voltar, adivinhem? Isso mesmo! Smith gostaria de ficar na Terra, mesmo que no passado, pois acredita que, com seus conhecimentos, possa se tornar um homem rico naquela época. Mas, após as desventuras de praxe, eles conseguem voar e voltar para o seu tempo correto - mas não próximo a Terra, lógico. 
 
 
“Não Tem Registro”
 
 
A Júpiter 2 sempre teve ótimas cenas de efeitos especiais, fruto do trabalho de lendas do ramo como L.. B. Abbot, Art Kruickshank, e os irmãos Howard e Theodore Lydecker...

 
Em 1968 todos no estúdio de produção de Perdidos no Espaço acreditavam que tudo estava ok para o início da quarta temporada. Todos os sinais indicavam isso: além de novos scripts e roteiros já estarem encomendados, a série possuía fãs suficientes para garantir o sucesso de uma nova etapa. Mas a CBS não renovou o contrato. Ter mais uma temporada, com os Robinsons chegando a Alpha Centauri no final, seria um desejo de todo fã. A maneira abrupta em que se deu essa decisão abriu espaço para diversas especulações sobre as razões do fim, já que a série foi interrompida no auge. O principal motivo alegado seria os custos de produção e o cachê dos artistas, mas, com a série sendo sucesso, não haveria condições de cobrir esse problema? Desgaste entre os atores é um motivo mais provável.   
 
Will entre suas irmãs Penny e Judy: As irmãs Robinson ficaram com mais destaque na temporada

 
A surpresa e a frustração pelo fim repentino de Perdidos no Espaço revela o carinho dos fãs pelo seriado - eu era um deles, que não entendi porque eles reprisavam tanto os episódios que eu já sabia de cor e não continuavam a contar as aventuras daquela família que eu conhecia tão bem. A série continua a fazer sucesso com suas reprises por todo o mundo, agradando tanto aos saudosistas como a um público que passou a ver nessa família muito unida, e também muito ouriçada, diversão e entretenimento suficiente com seu monstros coloridos, piratas espaciais e aventuras, tão exóticas quanto implausíveis. E ,claro, sempre contando com o carisma de um personagem como o Dr. Smith e suas insistentes e irritantes tentativas em se dar bem. 
 
Personagens exóticos como os Saticons continuaram na temporada dando as caras... 

 
Após tanto tempo de reprises, uma nova série está chegando para renovar o interesse do público nas aventuras da família de náufragos espaciais que se tornou um pilar da cultura pop - sim, família, incluindo aí o trapalhão Dr.Smith com suas altas confusões. Pois Harris tinha razão em dizer que, apesar de todos os seus defeitos, nós podemos amá-lo. Como aquele cunhado chato, ou aquele tio inconveniente que, apesar de tanto aprontar, é parte de nossa família.
 
 
Júpiter 2 & A Grande Família. Afirmativo!!!

 

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