domingo, 14 de novembro de 2021

- "KLAATU BARADA NIKTO!!!" - Clássicos - O Dia Em Que A Terra Parou (1951)

Quando nós somos os errados 

por Alexandre César


Robert Wise peita (e vence) os medos da Guerra Fria 
 

Apesar do que o cartaz dá a entender, aqui temos um filme de qualidade, acima dos clichês

1951. Os principais países do mundo descobrem através de seus radares que um Objeto Voador Não Identificado está viajando nas proximidades da Terra na velocidade anormal de 6.000 Km/h. Rádios e tevês anunciam o que parece ser o início do Apocalipse, o medo de uma invasão é real. A nave (um disco voador) pousa em Washington, D.C.(para quem não sabe, capital dos Estados Unidos), uma multidão circunda a espaçonave, civis, imprensa e exército estão à espera da ameaça. Quando a nave abre saiam de lá o humanóide Klaatu (Michael Rennie*1, de O Mundo Perdido, 1960). O alienígena se apresenta para a humanidade, sendo recebido com cautela por uma legião de soldados fortemente armados do exército americano, em meio a tanques de guerra e metralhadoras especiais, e são recebidos pela maneira mais humana da humanidade com belicosidade. “Viemos visitá-lo em paz e com boa vontade”, diz ele, mas seu gesto, é mal interpretado, sendo imediatamente alvejado por um soldado nervoso com um dedo no gatilho que coça. Aí, para surpresa e pavor de todos, surge Gort (Lock Martin*2), um enorme robô de três metros de altura, que abre um visor onde brilha um feixe luminoso como se ele fosse um ciclope cibernético e então, emite raios energéticos, rápidos e precisos, que desintegram os rifles e tanques e guerra (só as armas). Klaatu emite um comando “Gort... Deglet ovrosco” e assim, ele se imobiliza.

 

A coisa se mostra séria: Um O.V.N.I. surge veloz sobre Washington...

...Logo pousando no centro da capital americana

 

Sua missão é pacífica: Ele conta para o Sr. Harley (Frank Conroy de Na Cova da Serpente de 1948), o Secretário do Presidente, que veio, após uma viagem de 5 meses (pela nossa medida de tempo) de seu mundo, localizado a 250 milhões de milhas (pela nossa medida de distância) para dar aos líderes mundiais uma importante mensagem que deve ser compartilhada com todos, sem excluir nenhuma nação, para não estimular as picuinhas mesquinhas entre os povos primitivos daqui. Logo, a disposição dos líderes para se reunirem-se com Klaatu, mostra-se frustrante, pois cada um quer que tal reunião ocorra em se domínio, não chegando a um entendimento satisfatório, para a sua decepção.

 

Logo se forma uma multidão querendo ver o momento histórico

Klaatu decide que ele deve conviver um tempo com os terrestres comuns, para entender melhor os seus problemas e poder tomar uma decisão mais acertada. O governo americano, que está “hospedando-o” enquanto tenta pelas suas costas (e sem sucesso) invadir a nave e desmontar Gort, coisa que eles não conseguem, pois o seu material é à prova de maçarico, broca de diamantes, etc... Como eles não o conseguem invadir a nave, decidem mantê-lo isolado como recurso estratégico. 

 

E eis que surge Klaatu (Michael Rennie), emissário de um outro mundo...

... "Eu vim em paz!" diz o emissário...

 

Para desespero dos militares, Klaatu foge, roubando uma maleta e trajes civis, assumindo a identidade de um homem normal, Sr. Carpenter*3, ele se abriga numa pensão nos arredores da cidade. A proprietária, Sra. Crockett (Edith Evanson de Festim Diabólico de 1948) que reconhece o seu “sotaque da Nova Escócia!”, bem como os demais inquilinos ignoram a real natureza do novo locatário, interessado em conhecer os costumes humanos, onde faz amizade com uma bela viúva que perdeu o marido na guerra, Helen Benson (Patricia Neal de A História de Três Estranhos de 1968), e seu filho pré-adolescente Bobby (Billy Gray de Papai Sabe Tudo) para irritação de Tom Stevens (Hugh Marlowe de A Invasão dos Discos Voadores de 1956) namorado de Helen, que fica enciumado pela classe e cultura de Carpenter. Bobby o ajuda a entrar em contato com um importante cientista, no melhor estilo de Albert Einstein, o Prof. Jacob Barnhardt (Sam Jaffe*4 de Ben-Hur de 1959), na esperança que o inteligente homem da ciência pudesse auxiliá-lo em sua missão reunindo e convencendo os governantes das maiores nações do mundo da necessidade da paz para preservar a própria Terra. 

 

... mas, como toda boa ação não passará impune, um soldado nervoso, o alveja...

 

Klaatu conta a Barnhardt que os alienígenas não se interessavam pelos assuntos terrestres enquanto eles guerreassem entre si com seus primitivos aviões, navios e tanques, mas como eles agora já tinham acesso a uma forma primitiva de energia atômica e de desenvolvimento de mísseis. Com o tempo, isso acabaria propiciando um desenvolvimento bélico capaz de levar a violência da humanidade para além das fronteiras do planeta, ameaçando futuramente a paz em outros mundos similares, comprometendo o futuro de nosso planeta. Devido à resistência e intolerância entre os homens da Terra, Klaatu se vê obrigado a dar uma demonstração de poder, eliminando durante meia hora a eletricidade no planeta, parando literalmente a Terra (exceto hospitais, aviões em vôo, e toda situação em que alguma vida possa ser ameaçada). Esta demonstração – dramática mas não-letal, de precisão cirúrgica - visava forçar os dirigentes das mais poderosas nações do mundo, a interromperem as hostilidades e conflitos armados entre si, evitando que as guerras possam comprometer a continuidade da vida na terra. Só que os militares decidiram que Klaatu é uma ameaça e que deve ser detido a todo custo...

 

... e então surge Gort (Lock Martin) um poderoso robô, que reaje ao ataque...

... mostrando aos soldadinhos, com quem estão lidando

 

Dirigido por Robert Wise*5 (O Dirigível Hindenburg), O Dia Em Que A Terra Parou (The Day The Earth Stood Still) de 1951, é um filme adulto, com algo a ser dito e merece ser ouvido com atenção, por ser uma grande crítica social, indo na contramão dos filmes de "invasão alienígena", como por exemplo, O Monstro do Ártico (The Thing from Another World) de Christian Nyby e Howard Hanks, feito no mesmo ano, e que aposta na fórmula do alienígena maligno. Simples e preciso, Robert Wise (cineasta premiado quatro vezes no Oscar, com filmes como Amor, Sublime Amor, 1961, e A Noviça Rebelde1965, mas que dirigiu também outros grandes longas de ficção, como O Enigma de Andrômeda1971, e Jornada nas Estrelas: O Filme, 1979)  fez algo inédito até então: pegou um gênero considerado menor, indicado mais para adolescentes e crianças (neste período, da qual os filmes de ficção eram retratados, como muitas cores e com seres bizarros), e o tratou com seriedade e maturidade, sendo uma das obras primas do cinema clássico de ficção científica. Recebeu em 1952 o Globo de Ouro honorífico ao melhor filme a promover o entendimento internacional, em 1995 foi incluído no catálogo do registro Nacional dos EUA como um produto de arte a ser preservado.

 

Klaatu, com um comando cessa o ataque de Gort, que fica inerte, e os soldados levam o alienígena à um hospital

O roteiro de Edmund H. North (Patton, Rebelde ou Herói?) baseado no conto Farewell to the Master de Harry Bates*6 (1940) trabalha bem os medos e a paranóia do McCarthismo*7 inserido no cotidiano dos anos 50, numa história simples e que vai direto ao ponto, como na cena em que todos os moradores da pensão estão à mesa, tomando café da manhã, e ouvindo o rádio onde um comentarista*8 fala da necessidade de todos se acautelarem quanto ao “perigoso invasor”, a Sra. Barley (Frances Bavier de O Estranho Inquilino de 1953), diz : -“Se quiserem a minha opinião, ele vem daqui da Terra, e já sabem de onde falo...” , ao que outro inquilino responde : -“Eles não viriam em espaçonaves, viriam em aviões!” refletindo o temor do “perigo vermelho” vigente, algo ainda valendo nos tempos atuais, com movimentos xenófobos correndo ao redor do globo (quando não bradam que ele é plano). O próprio North, era um ex-oficial do exército, e escreveu o roteiro em resposta à proliferação das armas nucleares durante o período.

 

Dias depois, na pensão da Sra. Crockett (Edith Evanson à frente), ela, junto com Helen Benson (Patricia Neal), e seu filho Bobby (Billy Gray) recebem a visita de um estranho...

... Sr.. Carpenter, que na realidade, é Klaatu, desejoso de conviver com os humanos comuns

Vale destacar, a edição de William Reynolds (Golpe de Mestre de 1973) que dinamiza em seus 92 minutos, a narrativa visionária de Robert Wise, crua e mais pé-no-chão, de aspecto semidocumental, que soube mesclar os efeitos especiais, realizados pelo pioneiro Fred Sersen (Mergulho no Inferno de 1943), junto com seus assistentes*9 – inovadores na época – e apesar de datados, ainda funcionam, aliados à bela fotografia em preto e branco de Leo Tover (Viagem ao Centro da Terra de 1959) que se complementa com a incrível música de Bernard Herrmann (Psicose de 1960) fazendo um vasto uso de instrumentos e, do teremim*10 para produzir sons etéreos, fantasmagóricos, marcantes até hoje, sendo várias vezes usada em outros filmes e séries*11, e complementada pelos efeitos sonoros de Harry M. Leonard (O Capitão Eddie de 1945) e Arthur von Kirbach (A Raposa do Mar de 1957).

 

Carpenter (Klaatu) estabelece uma relação de amizade com Bobby aprendendo um pouco dessa coisa de ser "humano"

A Direção de Arte de Addison Hehr (A Conquista do Oeste de 1962) e Lyle R.Wheeler (E o Vento Levou de 1939) soube criar um contraste interessante com o disco voador de aspecto clean e seu interior cujas instalações transpiram o Art Deco (tendo tido a colaboração do arquiteto Frank Lloyd Wright) em contraste com o aspecto bruto e primitivo dos tanques, canhões e jipes dos militares americanos*12, já veteranos da Segunda Guerra Mundial. De forma similar, a Decoração de Sets de Claude E. Carpenter (Idílio Perigoso de 1944) e Thomas Little (Viva Zapata! De 1952) caracterizam os ambientes mundanos como a aconchegante e básica pensão da Sra. Crockett, ou os funcionais e impessoais escritórios e instalações dos militares e burocratas.

 

 Atravé de Bobby, Klaatu descobre o Prof. Jacob Barnhardt (Sam Jaffe) e revela a ele a natureza de sua missão, forjando um plano...

Dias depois, Bobby e Helen Benson descobrem a verdade e Klaatu fica preso num elevador com ela, durante meia hora, quando a eletricidade é suspensa em todo o planeta

 Já os Figurinos de Travilla (As Aventuras de Don Juan de 1948) e Clinton Sandeen (O Diário de Anne Frank de 1959) têm um contraste curioso entre o tom Kitsch do traje espacial  de Klaatu, criado por Perkins Bailey (de um verdão metálico que felizmente fica num bom ton de cinza na fotografia Preto & Branco) com os modelitos simples mas elegantes de Helen (uma secretária ) ou de Bobby, como o ”típico garoto americano de filme”, e os trajes formais e cotidianos do resto do elenco realçando o tom semi-documental do filme, que procurava uma ambientação o mais “pé-no-chão” possível. 

 

"Não me interessa o reto do mundo!": Tom Stevens (Hugh Marlowe), namorado de Helen Benson, resolve delatar Klaatu, para se tornar "Um Grande Homem"

 

O filme, orçado em US$ 1,2 milhão foi o segundo mais caro do gênero na época (O mais caro foi O Monstro do Ártico), tendo sido rodado entre 9 de abril e 23 de maio de 1951, no lote dos fundos da 20th Century-Fox, onde muitos filmes do estúdio foram filmados, e que agora é um luxuoso complexo de escritórios conhecido como Century City. Nenhum dos atores do elenco principal esteve em Washington durante as filmagens, tendo as cenas no cemitério Arlington e no Lincoln Memorial sido filmadas pela segunda unidade de direção, usando dublês, com os atores filmados com tais cenas sendo exibidas ao fundo. Na ocasião de seu lançamento em setembro de 1951, foi lançado nos cinemas junto com o curta-metragem The Guest (1951) de Harve Foster, de temática existencial-religiosa baseado numa história de Lev Tolstoy.

 

Após Klaatu ser baleado em fuga, morrendo a seguir, Helen vai a Gort para lhe passar o último comando, e evitar a destruição automática da Terra...

... Gort, resgata o corpo de Klaaru, e usando de sua tecnologia lhe restaura a vida temporariamente, para cumprir a sua missão

A nave espacial de design elegante e minimalista, é um capítulo à parte, sendo o seu modelo em tamanho natural, construída com materiais básicos de construção cenográfica como madeira, arame, gesso e massa automotiva, sendo até hoje simples e muito funcional a solução de sua rampa embutida, e sua porta, que aparece do nada *13, mas na realidade uma parte da cúpula gira (provavelmente acionada por contra-regras fora da vista) mas devido ao posicionamento da câmera, sua marca não é visível. Já a miniatura*14 usada nas sequências de vôo, era suspensa por um fio, fixado num sistema de polias que mantinha a mesma alinhada com um recorte redondo de madeira fina, pintada de preto fixada num fundo móvel. Ao filmar o pouso da espaçonave, à medida que as polias iam sendo giradas, a miniatura ia seguindo e descendo e embaixo o disco preto ia chegando ao seu encontro, terminando por ficarem perfeitamente alinhados no final. Ao se fazer a dupla exposição da edição dos efeitos visuais, a maquete ficava alinhada com o seu negativo, ficando opaca, enquanto o disco foi exposta sem o seu negativo, ficando transparente. Superpostas com a imagem do amplo campo onde ela pousa, O disco por ser transparente, mas escuro, virou a sombra, dando o efeito de tridimensionalidade procurado, com um brilho animado pulsante acrescentado por cima. Hoje em dia com o CGI, essa cena pode parecer tosca em comparação, mas foi de grande impacto na época, e até hoje impressiona numa tela grande.

 

Klaatu se prepara para levar a sua mensagem a uma plateia internacional de cientistas

O traje de Gort, de borracha com enchimentos de espuma, para dar mais imponência ao magro Martin, foi criado por Melbourne A. Arnold (V: Os Extraterrestres) que confeccionou também um busto em tamanho maior para os closes em que ele abre o seu visor, para emitir os raios, e um manequim de fibra de vidro, que ficava em cena nos momentos em que Gort estava imóvel.

 

O alienígena deixa claro aos humanos a situação: Evoluam, e abdiquem da violência ou aguentem as consequências de seus atos, pagando o preço da destruição...

... indo embora logo em seguida, deixando o "Homo Sapiens" fazer a sua escolha...

 

Mas é claro, que nada disso funcionaria, se o elenco não estivesse bem dirigido e dentro de seus personagens. Michael Rennie tem uma ótima performance como o alienígena Klaatu: Contida, firme, e até distante quando necessário, mas revelando inteligência e um senso de empatia que quer entender o porquê do nosso apego à coisas pequenas e mesquinhas que nos impedem de atingir o nosso real potencial. Ele tornou-se o arquétipo de todo visitante alienígena racional e benevolente, ecoando indelevelmente em personagens do imaginário pop como Spock, Surfista Prateado, Starman (o filme de John Carpenter de 1984) entre outros. Este foi o terceiro filme de Rennie para a 20th Century-Fox; ficando à partir daí, sob contrato com o estúdio por sete anos, tendo importantes papéis coadjuvantes, mas neste período, Klaatu foi o único papel principal que lhe foi oferecido, deixando-o associado com o gênero Sci-Fi, seja no cinema ou na TV*15.

 

... que poderá resultar num grande futuro, ou na completa destruição!

 

Outro acerto é o relacionamento entre Klaatu, Helen Benson e seu filho Bobby. O relacionamento entre os dois acertadamente não trilha o caminho do romance (cenas iniciais feitas nesta direção foram descartadas por desviarem o foco da história) mas sim o do entendimento interpessoal. O alienígena assume um papel de figura paterna, no sentido de orientar os mais jovens num rumo construtivo, vendo o seu potencial, e  ajudando-o nas lições de matemática e, lhe ventilando as possibilidades da ciência, como a de um trem que não precisasse de trilhos (coisa até viável nos tempos atuais) dissociado das necessidades de mostrar força ou “autoridade”. Patricia Neal convence como uma mãe solteira*16 independente, que se conecta com a necessidade de completar a missão em nome de um bem maior, diferente de Tom Stevens, que por sentir-se ameaçado pela educação e cultura de Carpenter/ Klaatu, vê entrega-lo aos militares como uma oportunidade de se tornar um “grande homem” (ou seria “Cidadão de Bem”???), com a sua foto nos jornais, e ter dinheiro (numa alegoria ao clima de delações do Macarthismo) pois assim Helen se orgulhará dele, e quando ela diz que não, pois isto poderá prejudicar o mundo inteiro ele responde: -“Não me interessa o resto do mundo! Você verá! Vai se casar com um grande homem!!!” demonstrando ter um sentimento não de amor, mas de posse, o que ela rejeita.

 

Dava "Match"? A ótima química entre Michael Rennie como Klaatu e Patricia Neal como Helen Benson inicialmente resultaria num romance entre os personagens, mas logo isso foi descartado, pois desviaria o foco da mensagem do filme

A relação paternal de Klaatu com Bobby, é um dos pilares da narrativa, com o alienígena incutindo no garoto valores sólidos, fruto do bom-senso e do pensamento racional 

Mas nada supera o impacto do discurso final do alienígena, ressuscitado temporariamente por Gort (após ser alvejado pelos soldados) diante de sua nave para uma platéia de cientistas, talvez a última esperança de bom senso para a humanidade:

 

As mais belas cores: Esta foto do traje verde metálico de Klaatu, mostra como foi acertado filmar em preto e branco

“ Estou partindo em breve, e perdoem-me se falo tão rudemente. O universo está cada vez menor. E a ameaça de agressão de qualquer grupo, de qualquer lugar, não poderá mais ser tolerada... Deve haver segurança para todos, ou ninguém estará seguro. Isso não significa renunciar a nenhuma liberdade, exceto a liberdade de agir irresponsavelmente. Seus antepassados sabiam disso quando fizeram leis para governar e empregaram policiais para garanti-las. Nós, de outros planetas, há muito aceitamos esse princípio. Temos uma organização para a proteção mútua de todos os planetas, e para a eliminação total da agressão. O teste de tão alta autoridade é naturalmente a Força Policial que a apoia. Para policiar, criamos uma raça de robôs. Sua função é patrulhar os planetas em naves como esta e preservar a paz. Em caso de agressão, nós lhes concedemos poder absoluto sobre nós. Este poder não pode ser revogado. Ao primeiro sinal de violência, agem automaticamente contra o agressor. A penalidade por provocar sua ação é terrível demais para se arriscar. O resultado é que vivemos em paz, sem exércitos, nem armas, seguros de que estaremos livres de agressões e guerras. Livres para empreender atividades mais produtivas. Não pretendemos ter atingido a perfeição, mas temos um sistema, e ele funciona. Eu vim aqui apresentar a vocês esses fatos. Não nos interessa como dirigem seu próprio planeta. Mas se ameaçam estender a sua violência, a Terra se verá reduzida a um punhado de cinzas. Sua escolha é simples: Juntem-se a nós e vivam em paz, ou prossigam em seu curso atual e enfrentem a destruição. Estaremos esperando a sua resposta. A decisão cabe a vocês.”

 

Nas cenas em que ficava estático Gort, era substituído por um boneco de fibra de vidro (criado por Melbourne A. Arnold) sendo inclusive, um pouco maior do que Lock Martin vestido

O colecionador Bob Burns e o disco usado nas filmagens de efeitos visuais. Ele, após ser reciclado em outras produções, ficou jogado num depósito da 20th Century-Fox por anos, até ser resgatado

E logo em seguida, ele embarca após dar uma última saudação para Helen Benson, e o disco ascende rumo aos céus, tendo arrebatado os corações e as mentes das futuras gerações ainda por vir...     
 
 
Apropriação cultural: O disco “Goodnight Vienna” (1974), de Ringo Star traz o ex-Beatle como Klaatu, ao lado de Gort numa missão de 'Paz & Amor'

 
 
Legado e a refilmagem

Em 4 de janeiro de 1954, Michael Rennie reprisou o papel de Klaatu e Billy Gr Gray o de Bobby, numa adaptação radiofônica do filme de 60 minutos, veiculada no "Lux Radio Theater", com Jean Peters (Spartacus) fazendo o papel de Helen Benson.

 

Direção de Arte: A nave de Klaatu reflete o estilo Art-Deco em seu design externo e interno...

... sendo de um minimalismo elegante que permite várias experimentações da fotografia, dando uma atmosfera de mistério aos alienígenas

Tal qual futuramente aconteceria com Blade Runner (1982), o filme de Wise inicialmente não teve uma boa arrecadação nas bilheterias, mas suas qualidades gradativamente foram lhe dando visibilidade, e impedindo o seu esquecimento, sendo redescoberto quando chegou a TV no final de 1961, e quando foi veiculado em rede na primeira temporada de “NBC Saturday Night at Movies” em 3 de março de 1962.

 

Uma grande sacada do roteiro é mostrar o quanto a mídia trabalha, para criar uma narrativa tendenciosa e criar o medo, manipulando a opinião pública

Outro personagem icônico do filme que ganhou a cultura pop, foi o poderoso e temível Gort, que tornou-se um dos mais conhecidos e populares robôs do gênero, juntamente com a Maria de Metrópolis (1926), o simpático Robby de Planeta Proibido (1956), o divertido robô da série de TV dos anos 60 Perdidos nos Espaço, ou entre outros seres cibernéticos mais contemporâneos, como a dupla R2D2 & C3P0 de Star Wars, ou Data de Star Trek. Seu aspecto intimidante, silencioso e mortalmente eficiente, que levanta o seu visor para soltar seus raios letais, com certeza deve ter inspirado a dupla Stan Lee & Jack Kirby a criar o Destruidor das HQs do Thor, entre outros personagens inicialmente lacônicos, como Boba Feet.

 

Nova Era: A banda canadense Klaatu (1973 - 1982) formada por John Woloschuk, Dee Long e Terry Draper, deram os seus pitacos cósmicos

Bicho-grilo: Raul Seixas deu a sua própria interpretação do título, numa música existencial

 

Klaatu foi uma banda canadense formada em 1973 e dissolvida em 1982, formada por John Woloschuk, Dee Long e Terry Draper, todos de Toronto, que se batizaram em homenagem ao protagonista do filme. Tocavam um rock meio progressivo, e introduzindo vários segredos no meio das músicas. Por exemplo, o refrão de "Silly Boys" (faixa do segundo LP), tem outra letra se executado de trás para frente, e a melodia torna-se a do refrão de "Anus of Uranus" (faixa do primeiro LP). Há também código morse na faixa "Sub Rosa Subway", um alerta sobre o aparecimento de uma nave espacial. (Leia mais em: https://whiplash.net/materias/biografias/039161-klaatu.html)

 

Só não desintegra: Capacete de Gort, à venda na internet

A capa do disco de Ringo Star “Goodnight Vienna” de 1974, mostra Ringo trajado como Klaatu, ao lado de Gort com a entrada da espaçonave atrás.

Raul Seixas lançou em dezembro de 1977 o seu sétimo álbum de estúdio “O Dia em Que a Terra Parou”, mesmo nome da música-título, lançado pela gravadora Warner Music Brasil, que não tem relação com o enredo do filme, e pode ser interpretada tanto como uma crítica ao conformismo, quanto como um desejo de que um mundo mais solidário não seja apenas um sonho. (Veja aqui um clip https://www.youtube.com/watch?v=43y5KrwROsU)

 

Irrelevante: A refilmagem de 2008 com Keanu Reeves

Na refilmagem, sai Washington, entra Nova York, e sai disco-voador e entra um globo atmosférico
 

O Dia Em Que a Terra Parou foi exibido várias vezes na televisão aberta, tanto na versão original em preto e branco quanto numa versão colorizada por computador, e nunca havia sido lançado em nosso mercado de vídeo VHS. Devido a isso, a única forma dos colecionadores obterem uma cópia, seja dublada em português ou legendada, era através da gravação diretamente da TV (como eu fiz na década de 90, quando a Rede Globo tinha a sessão Cineclube nos domingos à noite, passando clássicos com som original e legendados). Isto mudou, quando o filme foi lançado em DVD pela Fox em agosto de 2005, trazendo como material extra a opção de ver o filme com os comentários do diretor Robert Wise (falecido em 14/09/2005) e Nicholas Meyer (Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan), um trailer original da época de lançamento, cenas comparando a restauração do filme, além de Movietone News.(um cinejornal da época). Acompanha ainda junto ao DVD um pôster, no tamanho da capa do estojo, sendo todos os extras, disponíveis apenas na versão em inglês, sem a opção de legendas em português.

 

O Klaatu de Keanu Reeves, é mais indiferente e distante do que o de Michael Rennie, numa composição curiosa

Em 1995, o filme foi incluído no catálogo de filmes do Registro Nacional dos Estados Unidos, criado para a preservação deste tipo de arte, e em 2000 recebeu o Prémio Chlotrudis, pela 136º posição na categoria Melhores filmes do século XX, listado pelo American Film Institute como um dos “100 Maiores filmes Americanos” de 2001 e rankeado em 5° lugar na sua  lista dos “10 Maiores Filmes de Ficção-Científica de Todos os Tempos” em junho de 2008, além de incluído no livro “1001 Filmes Que Você Precisa Ver Antes De Você Morrer ” editado por Steven Schneider 

 

Efeitos visuais: Gort, aqui é um Robô-gigante de CGI, que pouco aparece

a Doutora Helen Benson (Jennifer Connely )  e o pequeno Bobby (Jaden Smith) acompanham o alienígena, tentando fazer com que ele dê uma chance à humanidade

Em 2008 foi lançado um remake com um orçamento de US$ 80 milhões, dirigido por Scott Derrickson (O Exorcismo de Emily Rose) estrelado por Keanu Reeves (John Wick: Parabellum) como Klaatu, a bela Jennifer Connely (O Expresso do Amanhã) como a Doutora Helen Benson e o pequeno Jaden Smith (À Procura da Felicidade), trocando o antibelicismo pelo apelo à conscientização ecológica, sendo relevante neste quesito, mas sem a simplicidade do filme original de ir direto ao ponto da questão, transformando o enredo em clichê, ecologicamente correto, previsível e melodramático. Os efeitos visuais são eficientes, sendo Gort, um robô gigante biológico, que acompanha Klaatu, que pousa com sua nave no Central Park, sendo lacônico, e ficando estático quase todo o tempo. De positivo, temos o encontro de Klaatu com o Prof. Jacob Barnhardt (John Cleese de Um Peixe Chamado Wanda) que lhe diz que a humanidade só evolui quando está à beira do abismo. Só que ao final a decisão de Klaatu é radical: Ele elimina a eletricidade da Terra definitivamente, reduzindo a civilização à um patamar pré-industrial, ferrando com a raça humana, pois: adeus internet, entre várias outras coisas, tendo que recomeçar, e sem usar combustíveis fósseis, nos primeiros anos, o que provocará grande mortalidade pois sem eletricidade, a produção e preservação de alimentos, remédios, aquecimento, equipamentos médicos, etc... levará a uma grande redução populacional. Mas a natureza costuma de tempos em tempos lidar com grandes extinções... mas como próprio Klaatu responde a um personagem, que pergunta se ele veio salvar a humanidade: -”Não. Eu vim salvar a Terra. Por que vocês acham que o planeta é de vocês, só porque vocês moram nele???”

 

Umadas melhores coisas da refilmagem é o Prof. Jacob Barnhardt (John Cleese), que rivaliza com Sam Jaffe, que argumenta com Klaatu que "A humanidade só evolui à beira do abismo"

 

Ou seja: se realmente existirem alienígenas, será que se preocupariam com o nosso planeta? Por quê? E num universo que pode ter milhões de outros planetas habitados (segundo o célebre físico teórico Stephen Hawking), por que se interessariam em salvar justamente o nosso mundo e, principalmente, a nós?

 

 

A fotografia do original (1951) de Leo Tover sabe usar de enquadramentos  descritivos de tom documental para dar um enfoque 'pé-no-chão' na narrativa, de cunho realista...

... alternados com o uso de sombras e outros elementos expressionistas para realçar o fantástico, sempre mantendo a audiência atenta


No cômputo final, embora não tenha recebido uma acolhida tão imediata nos cinemas quando na época de seu lançamento, em 1951, O Dia Em Que a Terra Parou  sobreviveu ao teste do tempo, tornando-se um clássico como Planeta dos Macacos e 2001: Uma Odisseia no Espaço (ambos de 1968), revelando os méritos de uma obra muito à frente de sua era que simplesmente não perdeu seu impacto, por misturar diversão com o conteúdo de uma mensagem atemporal que, levada às telas há mais de 70 anos continua tão pertinente quanto agora, quando a xenofobia, a negação da ciência (e do bom senso) ainda se fazem presentes. E o melhor: aproxima um tema tão fantástico do mundo real, com seriedade e objetividade o ar kitsch é somente mais um charme em um projeto que ainda encontra ressonância. Afinal, "Klaatu Barada Nikto"*17 não entrou para a História por acaso.

 
E assim, se construiu um clássico imortal...


 

NOTAS:

 

Michael Rennie, provando o figurino, e seu "balde"

 *1: - O personagem Klaatu foi inicialmente oferecido a Claude Rains, que não pôde interpretá-lo devido a compromissos na Broadway, e a Spencer Tracy, que demonstrou certo interesse, mas o produtor Julian Blaustein insistia num nome pouco conhecido, sendo o produtor Darryl F. Zanuck, quem sugeriu Michael Rennie para interpretar Klaatu, baseando-se em seu desempenho na cena teatral de Londres, aliado ao fato dele ser relativamente desconhecido pelo público americano, o que facilitava que fosse identificado como um alienígena. Zanuck sugeriu também que Gort fosse interpretado por Jack Palance.

 

Apesar de sua grande altura, Lock Martin era um indivíduo fisicamente frágil, tendo morrido aos 42 anos por complicações de saúde

*2: - Gort foi interpretado por Lock Martin, o porteiro do Grauman's Chinese Theater, devido à sua altura. Entretanto ele teve dificuldades com o pesado traje do personagem (feito de borracha e espuma), assim como não conseguia segurar a atriz Patricia Neal nos braços. Além disto Martin apenas conseguia permanecer usando o traje de Gort em torno de meia hora.

 

Klaatu e Bobby visitando o Monumento à Lincoln em momentos pungentes de reflexão

*3: O nome “Carpenter” (“Carpinteiro”) é uma alusão a Jesus Cristo, pois ele é morto pelos homens em nome da paz entre os povos, e ressuscita um tempo depois, antes de “retornar ao céu”... os diálogos entre Klaatu e Helen Benson sobre que a técnica usada por Gort poderia revivê-lo por um tempo limitado pois o poder de dar a vida era "reservado ao espírito todo-poderoso" foram inseridos por imposição do Escritório Breen (o órgão de censura da indústria cinematográfica) que sentiu-se incomodada com esta polêmica em potencial, achando-a "muito à esquerda", e assim foi feito, apesar da discordância de Robert Wise e de Edmun H.North (originalmente sua ressurreição seria permanente, sem contratempos), que argumentaram que seria inapropriada para uma raça avançada como a de Klaatu a noção de um ser onisciente  e todo-poderoso.

 

Sam Jaffe: Ativismo político e perseguição


*4: Apesar de já ter sido contratado para interpretar o professor Jacob Barnhardt, Sam Jaffe correu o risco de ser demitido do filme. O estúdio temia escalá-lo no elenco, devido à caça às bruxas política que ocorria na época. Foi o produtor Julian Blaustein quem pediu ao produtor Darryl F. Zanuck para que Jaffe interpretasse o personagem. O pedido foi atendido, mas este foi o último filme do ator em Hollywood até o final da década de 50.

 

Robert Wise: De montador de "Cidadão Kane" (1941) a um dos mais versáteis diretores de Hollywood, transitando de um gênero ao outro facilmente, e sempre fazendo grandes filmes

*5: Robert Wise interessou-se por dirigir o filme por acreditar em alienígenas e pelo lado anti-belicista da história, com que se identificava.

 

Capa da revista "Astounding Science Fiction" de outubro de 1940 onde o conto ''Farewell to the master' foi originalmente publicado

*6: : Harry Bates, autor de "Farewell to the Master", história na qual o filme é baseado (publicada na revista “Astouding Science-Fiction”), recebeu apenas US$ 500 da 20th Century Fox pelos seus direitos de adaptação ao cinema. No conto, o robô se chama Gnut, ao invés de Gort.

 

Caricatura de Joseph MCarthy, cujo movimento inflamou os EUA nos anos 1950

*7: Macarthismo: Termo que se refere à prática de acusar alguém de subversão ou de traição, vindo do nome de Joseph Raymond McCarthy (1908 - 1957), um senador americano de pouco destaque, que para ganho pessoal, promoveu a perseguição de suspeitos de serem comunistas ou simpatizantes, a trabalho para a União Soviética, gerando uma perseguição sem precedentes na história americana, chamada de “caça às bruxas”. Tal prática demagógica (usando na maioria das vezes de meios escusos) destruiu carreiras e vidas de profissionais no meio artístico, funcionários públicos, educadores e sindicalistas.

 

Nesta cena evidencia a necessidade da mídia de evitar qualquer voz discordante da pauta que ele deseja legitimar

*8: Para dar um tom semi-documental à trama, Wise escalou comentaristas jornalísticos reais como Gabriel Heatter, H.V. Kaltenborn, Elmer Davis e Drew Pearson que narram para a então nascente televisão os acontecimentos da chegada da nave e das dúvidas quanto às razões da missão de Klaatu.

 

Fred Sersen (de paletó): Pioneiro dos efeitos visuais, tendo  formado toda uma geração de artistas e técnicos no uso  combinado de maquetes, animação, pintura em vidro, etc...

*9: Assistentes de Sersen (sem crédito): L.B. Abbott (Fuga no Século 23 de 1976) futuro colaborador de Irwin Allen; Lyman Hallowell ( Jacktown de 1962) na edição de efeitos; Ray Kellogg (As Chuvas de Ranchipur de 1955) e Emil Kosa, cujo filho, Emil Kosa Jr. seria um dos mestres da técnica do Matte Painting (pintura em vidro) e também costumeiro colaborador de Irwin Allen.

 

Léon Theremin e sua invenção

*10: O teremim ou theremin é um dos primeiros instrumentos musicais completamente eletrônicos, controlado sem qualquer contato físico pelo músico. Seu nome vem da versão ocidental do nome do seu inventor, o russo Léon Theremin, que patenteou seu dispositivo em 1928. Fonte: Wikipédia (Teremim – Wikipédia, a enciclopédia livre) Herrmann utilizou para a partitura dois  teremins, pianos, harpas, diferentes tipos de órgãos elétricos, instumentos de percussão, solos de cordas amplificados, e uma grande seção de metais, incluindo quatro tubas. Numa entrevista, Danny Elfman (Batman) confessou ter a sido esta obra de Herrmann que lhe fêz querer ser um compositor.

 

Um dos clásicos episódios, onde a música de Bernard Herrmann foi usada, criando uma atmosfera de mistério e terror

*11: Trechos da partitura de Herrmann foram usados, entre outros programas, no 4° episódio “There Were Giants in the Earth”, no 9° episódio “Ghost in Space” e no 20° episódio “War of the Robots” da 1ᵃ temporada de Perdidos no Espaço, e no 21° episódio da 1ᵃ temporada de Viagem ao Fundo do Mar “The Indestructible Man”, sendo utilizada nos momentos de maior suspense e estranhamento.

 

O poderoso Exército... que aqui era a Guarda Nacional

*12: O exército norte-americano se recusou a cooperar com as filmagens, após ler o roteiro. O estúdio recorreu então à Guarda Nacional, que  não via razão para a negação do exército, e gentilmente ofereceu a sua cooperação. Historicamente o exército americano não aceita cooperar com roteiros que o retratem em posição de inferioridade militar, não tendo cooperado com filmes como Os Vingadores (2012) de Joss Whedon, mas sempre de bom grado estado presente nos filmes de Michael Bay.

 

Quando a abertura e a rampa surgiam, tinham de ser ocultas depois, para a próxima cena

*13: Para dar a aparência de selamento à espaçonave, a fresta em volta da rampa e ao longo da porta foi selada com putty (um tipo de massa acrílica), finalizada e pintada. Quando a porta era aberta, o material era rompido, fazendo a mesma simplesmente aparecer. Em algumas cenas, sem atores, a filmagem da abertura era revertida, sumindo assim a fresta, ficando a nave com o aspecto selado.

 

"O Dia Em Que O Seaview Parou": E agora Almirante Nelson???

*14: A maquete do disco voador foi usada (com alterações na parte inferior) no 6° episódio da 1ᵃ temporada de Viagem ao Fundo do Mar “The Sky is Falling”, além de cenas inteiras do filme mostrando o disco voando sobre Washington, sendo que as cenas do pouso foram aproveitadas no 24° episódio da 3ᵃ temporada de Além da Imaginação “To Serve Man” como sendo o pouso dos  Kanamits.

 

Na Sci Fi, Michael Rennie foi de Jesus Cristo ('Carpenter') a Noé ('o Colecionador')

 

*15: Michael Rennie apareceu como o Colecionador no 16° e 17° episódio da 1ᵃ temporada de Perdidos no Espaço , como o Capitão do Titanic no 1° episódio de Túnel do Tempo e como  Magnus no 9° episódio da 1ᵃ temporada “The Innocent” e como o Vice-Chanceler Pierre Alquist no 9° e 10° episódios “Summit Meeting Part I & Part II”  da 2ᵃ temporada de Os Invasores em ambos os casos, personagens distintos.

 

Anne Baxter como Nafertiti em "Os Dez Mandamentos"(1956) de Cecil B. DeMille

*16: Anne Baxter (A Malvada de 1950) foi originalmente cotada para o papel de Helen.

 

Ash Williams tinha apenas de proferir corretamente o encanto. Seria pedir demais???

*17: A célebre frase falada por Helen para dar um comando especial a Gort, (e evitar que ele a desintegre e ir recolher o corpo de Klaatu para ser revivido) está presente, por exemplo, no filme Uma Noite Alucinante 3 (1992) de Sam Raimi, na parte em que Ash Williams (Bruce Campbel) deve resgatar o Necronomicon, o “Livro dos Mortos”, só que numa versão “latinizada”, virando “Klaatu Verata Nicto”.

 


-"O recado foi dado. Agora, a decisão é de vocês. mas lembrem-se: Toda ação tem consequência..."

 

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