O estranho sem nome do espaço
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Foi em "Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca" (1980) que surgiram os caçadores de recompensas, e entre eles, Boba Feet |
Nesta época em que a Disney está lançando o seu próprio serviço de streaming (o Disney + ) e as propriedades intelectuais adquiridas por ela nos últimos anos estão indo para lá a fim de engordarem o seu portfólio. O universo da galáxia “muito, muito distante” se tornou uma joia preciosa por ter ao longo dos anos gerado lucros nos mais diversos campos, do cinema aos parques temáticos além de toda a sorte de produtos licenciados. Uma franquia alimentada por uma múltipla sequência de animações, séries e até filmes feitos diretamente para o formato da plataforma streaming, mantendo o alto padrão de qualidade e apostando no vasto fandon da criação de George Lucas. Após baixada a poeira de Star Wars: A Ascensão Skywalker, que dividiu o público e constatou-se que esta última trilogia foi bem abaixo dos padrões anteriormente estabelecidos*1, reduzindo o faturamento com os produtos licenciados somado a pandemia do Corona Virus, que manteve os mesmos parques fechados, fez império do rato perder liquidez, e diminuir o brilho desta mesma “joia”... Aguardemos os futuros desdobramentos dessa trama. Por hora há um carta boa no naipe...
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Os mandalorianos cresceram graças ao universo expandido, criando uma sólida mitologia própria |
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Facetas individuais: Boba Feet, o mercenário cínico; Mando (Pedro Pascal), o caçador de recompensas com princípios e Sabine, a revolucionária |
Originalmente surgido (em live-action) em Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980) de Irwin Kershner, junto com outros caçadores de recompensas, Boba Feet, foi o primeiro mandaloriano a dar as caras na saga, granjeando uma vasta legião de fãs por seu jeito seco, lacônico e visual inspirado. A despeito do péssimo tratamento dado ao personagem no filme seguinte, livros, quadrinhos e games criaram a mítica em torno do personagem e ampliaram o enredo em torno de seu povo, os mandalorianos, povo guerreiro, adeptos do uso de armaduras de combate incrementadas. Sua melhor representação dentro da franquia foram nas animações Rebels e Clone Wars, sendo os habitantes do planeta Mandalore pouco conhecidos pelos fãs da franquia tradicional do cinema.
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"Este é o caminho!!!" : A armeira mandaloriana (Emily Swallow) é um mix de ferreira com sacerdotisa, criando as armaduras de forma ritualística... |
Mandalore, um planeta da Orla Exterior, foi totalmente devastado pela guerra, cuja sociedade é dividida em casas e clãs, que frequentemente lutavam entre si pelo poder ao longo dos séculos. O povo também lutou fora dos limites do planeta, tendo travado batalhas até mesmo contra os Jedi. Após vários confrontos ao longo dos séculos, a República Galática entrou em negociação com alguns clãs adeptos da paz para formar um novo governo mandaloriano, que embora não tivessem amor pela República, sabiam que não teriam nada a ganhar com uma oposição à ela.
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O "Bom" e o "Mal": Clint Eastwood e Lee Van Cleef se sentiriam à vontade neste universo narrativo, onde os limites de certo e errado estão borrados... |
Depois vieram as Guerras Clônicas, o Império Galático, a paz e a Primeira Ordem e os guerreiros de armadura sempre atuaram, atacando ou se defendendo daqueles que ficavam em seu caminho, pagando o seu preço em sangue e em beskar*2 “Este é o caminho” diriam eles...
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Velho mas confiável: O Razor Crest, o veículo de Mando é uma nave robusta da época das Guerras Clônicas |
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Elementos conhecidos: O veículo blindado dos Jawas é um dos elementos familiares aos fãs que surgem ao longo da série... |
Criado por Jon Favreau (O Rei Leão, Homem de Ferro) e tendo (entre outros) na produção Dave Filoni (Clone Wars, Rebels) surge agora O Mandaloriano, série ambientada no período compreendido entre a queda do Império Galático e o surgimento da Nova República, e bem antes dos eventos que posteriormente levaram ao surgimento da Primeira Ordem da última trilogia, agora encerrada com Star Wars: A Ascenção Skywalker.
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Negócios: O "cliente" (Werner Herzog) encomenda um "serviço" à Mando |
Abraçando as raízes do western spaghetti em que tínhamos estranhos sem nome e de moral dúbia indo do nada para o lugar nenhum vivendo um dia de cada vez, acompanhamos o caçador Mando (Pedro Pascal de Game of Thrones) membro de uma guilda de caçadores de recompensas, que atua nos mundos da Orla Exterior, mais afastada da autoridade da Nova República e também terreno fértil para velhos senhores da guerra imperiais assentarem raízes e tentar assegurar “esta parte que lhes cabe neste latifúndio” como dizia a música. Mando faz o tipo calado que não tira o seu capacete na frente de nenhum ser vivo, seu personagem refaz os passos que um certo Clint Eastwood (quando mais novo) fez ao trabalhar com Sergio Leone em clássicos como Três Homens em Conflito (1966) entre outros. Tanto ele como o eterno homem mau Lee Van Cleef estariam bem à vontade nestas terras áridas sob o calor de um sol ou dois...
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Amizade: Greef Karga (Carl Weathers) o chefe da guilda de mercenários encaminha a Mando os melhores serviços |
Capturando fugitivos (devidamente “embalados” em carbonita) ele vai cumprindo contratos a mando de Greef Karga (Carl Weathers da cinesérie Rocky, um Lutador). Segue de mundo em mundo a bordo de uma Razor Crest, antiga nave militar usada para patrulhar territórios na época anterior ao Império, onde o modelo servia como transporte e alojamentos dos mandalorianos, enquanto estes também vasculhavam a Orla Exterior à procura de fugitivos.
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Parceria: IG-11 (voz de Taika Waititi), é um dróide mercenário que ajuda Mando, apesar da aversão deste à robôs... |
Mando irá cumprir o contrato com um misterioso cliente, um ex-oficial imperial (o ator Werner Herzog de Jack Reacher: O Último Tiro) que lhe passou poucas instruções sobre o alvo. Seguindo sem muita informação, sua procura às cegas para realizar o objetivo lhe coloca em contato com IG-11 (voz de Taika Waititi de Jojo Rabbit e captura de performance em Rio Hackford). IG-11 é um droide assassino construído pelo antigo Clã Bancário Intergalático para as Guerras Clônicas. IG-11 é agora um caçador de recompensas também, um encontro mais calmo será com um Ugnaught chamado Kuiil (Nick Nolte e captura de performance de Misty Rosas). Kuill vive retirado após anos como trabalhador forçado do Império. Com ambos forja laços de amizade.
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Entre os associados do "cliente" está o Dr. Pershing (Omid Abtahi) que faz experiências com o "trabalho" de Mando... |
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Surpresa: O "Bêbê Yoda" tornou-se, um hit na internet... |
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"- O servico é pago à vista, em beskar..." |
Notas:
*1: Já se cogita de se estabelecer que a última trilogia seja um “elseworld” (universo paralelo) em que os eventos e personagens dos últimos três filmes passam a não pertencer à cronologia principal da franquia.
*2: Beskar ou Aço Mandaloriano: Metal conhecido por sua alta tolerância a formas de dano, sendo durável o suficiente para resistir a um disparo direto por um blaster. É usado, basicamente, por todos os mandalorianos em várias eras de Star Wars, principalmente no período clônico.Os conjuntos de mais alta qualidade são feitos pelo beskar resistente a sabre de luz (ferro mandaloriano), mas o custo e a raridade do beskar levaram ao uso outros materiais na produção das armaduras, sendo os seus métodos de transformação do beskar em liga em segredo pelos metalúrgicos mandalorianos, mas o elemento pode ser misturado com outros metais, para criar um conjunto de armaduras altamente denso e quase indestrutível.
*3: Uma série de mangás em que um samurai e seu filho pequeno percorrem o Japão feudal, perseguidos por guerreiros de um clã inimigo. Teve uma adaptação live action para a TV, que foi veiculada no SBT na década de 80 com muito sucesso.
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