Doppelgänger
por Alexandre César
(Originalmente postado em 20/ 11/ 2019 )
Série urbana da Marvel se despede em grande estilo

A Irmã Maggie (Joanne Whalley) e Matthew Murdock (Charlie Cox). Entre as imagens e o passado, o boxe

A Irmã Maggie (Joanne Whalley) e Matthew Murdock (Charlie Cox). Entre as imagens e o passado, o boxe
-“Jó era um covarde!” - diz
Matthew Murdock (Charlie Cox) para a Irmã Maggie (Joanne Whalley) uma
freira que cuidara dele quando pequeno, após a morte de seu pai, e
agora, refazendo o mesmo papel agora com ele adulto. Este é o espírito
do protagonista no início da terceira (e até o momento derradeira)
temporada de Demolidor série da Marvel/ Netflix refletindo
seu aspecto fraturado tanto físico quanto espiritual em virtude dos
sacrifícios de toda uma vida caminhando sempre na linha tênue que separa
o heroísmo do vilanismo, desnudado ante seus traumas e fragilidades, e
tal qual um equilibrista, sempre andando na corda bamba que o distinguia
como um vigilante, ao invés de um assassino, apesar dos ocasionais
desequilíbrios. A história desta vez empresta elementos de A Queda de Murdock, de Frank Miller e David Mazzucchelli, e também de Demônio da Guarda
de Kevin Smith e Joe Quesada pois, se na primeira ele está quebrado
fisicamente na outra é o seu psicológico/ espiritual é que está em
frangalhos, embora a narrativa não se prenda exclusivamente à dos
quadrinhos.

Matt e Foggy Nelson (Elden Henson). Inicialmente se afastando dos amigos, para protegê-los.
O terceiro showrunner da
série Erik Oleson embarca com o pé direito na série, voltando ao
básico, eliminando ninjas mortos-vivos, passados amorosos de Matt, ou
coadjuvantes com caveiras no peito para desviar as atenções.Todo o
choque entre vigilantismo X heroísmo, ganha assim maior profundidade por
um simples fato: Matt Murdock ser um homem bastante religioso. Seu lado
irlandês-católico é o que o impede de matar qualquer outro ser humano
(algo nada fora do comum em se tratando de super-heróis) mas que aqui
ganha ainda mais fundamento em razão do pecado, brindando-nos com a
clássica história de queda e ascensão de um herói que, só funciona
realmente porque conta do cuidado na construção e desenvolvimento de uma
história que realmente ocupa de maneira homogênea, sem se arrastar (na
maioria das vezes) a história, nos 13 episódios-padrão, com uma imensa
preocupação em firmar oponentes espetaculares, memoráveis como o Coringa (afinal, sempre se disse que o Demolidor era o Batman da Marvel).
Antes Demolidor pouco
explorava do passado de seus personagens, mas agora entende que não há
como fugir do peso que cada um deles carrega e, se por um lado o roteiro
compreende qual caminho seguir, por outro ele prolonga e dá espaço (às
vezes demais) a certas questões, como o passado de Karen Page (Deborah
Ann Woll) e sua juventude mucho loka em Fagan Corners, Vermont (?) onde trabalhava na “Casa da Penny”, contrastando com a sua persona
atual como jornalista investigativa, e Foggy Nelson (Elden Henson) que
está seguindo carreira em uma grande empresa de advocacia, mas
enfrentando problemas familiares.

Vanessa Marianna (Ayelet Zurer): Por trás de todo enorme e mortal homem, existe uma grande e perigosa mulher...
Matt se encontra extremamente debilitado após o final apoteótico de Os Defensores
(quando foi dado como morto) e sendo tratado no orfanato onde cresceu.
Entre as estátuas de anjos e santos no porão da instituição, ele
acredita que é melhor o Demolidor continuar a ser considerado morto (“-prefiro morrer como o demônio de Hell´s kitchen do que viver como Matt Murdock” diz a certa altura) sendo o seu subjetivo permeado pelo uso bem dosado de flashbacks e de “fantasmas”
ao longo da temporada, mas de forma relevante (para um Murdock
traumatizado). Todos os personagens com os seus graus de fratura...
porém, a vida de todos eles é abalada mais ainda com a volta de um
“Rei”...
Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio, triunfante em sua performance)
continua na prisão, mas comendo o seu omelete com especiarias e
contemplando a parede branca, lembrando da pintura que comprou de
Vanessa (Ayelet Zurer, a perfeita encarnação da personagem, capaz se tudo
para ficar ao lado do seu homem...) a sua amada não pode retornar aos
EUA sob risco de ser presa. Após um atentado dentro do presídio, resolve
fazer um acordo de colaboração com o FBI para entregar informações cruciais sobre os criminosos que conheceu durante o tempo que ficou atrás das grades, e, vai
literalmente sendo o mestre manipulador de tudo e todos à medida que
vai driblando todos ao seu redor, e transformando-os em seus próprios
fantoches da sua versão macabra do Muppet Show. Um dos peões neste tabuleiro é Rahul “Ray” Nadeem
(Jay Ali), um agente arruinado por dívidas decorrentes do tratamento da
doença de sua cunhada, que se sente eufórico com a sua “vitória” sobre o
Rei do Crime ao conseguir o acordo. Mas, Wilson Fisk é o REI DO CRIME e
a temporada inteira se torna uma sucessão de desesperadas tentativas
para desbaratar seu complexo jogo de xadrez em que ele está sempre “cinco jogadas a frente”, como o próprio Matt reconhece.
As cenas de ação, em especial um plano sequência no quarto episódio, (com um toque de videogame)
mostram uma evolução se comparadas às outras temporadas mostrando o
quanto uma briga além de dolorosa é cansativa, deixando os seus
participantes extenuados. Cox apanha, sangra como nunca, e luta de forma
convincente. A direção faz um bom uso da câmera desfocada no fundo do
quadro para “vermos” como o sentido de eco-localização de Matt está
afetado pelo ouvido lesionado no início da temporada, demonstrando a sua
dificuldade em localizar os elementos no ambiente. Embora ao longo dos
episódios ele vá se recuperando percebemos que ele não esta assim
realmente 100%.

Foggy e o agente especial Rahul “Ray” Nadeem (Jay Ali). O seu arco mostra bem como Fisk enreda as pessoas em sua teia
A opção pela agilidade da câmera, locais escuros e muita sanguinolência,
tornam as cenas chocantes sem gratuidade pois tudo acontece por um
motivo e reflete a brutalidade dos personagens envolvidos e, embora a
sua volta seja tortuosa, difícil, cheia de dúvidas morais internas, não
se perde muito tempo em colocá-lo com a máscara preta original, o único
traço de “uniforme” que ele usa, ótima escolha, aliás, para manter o
grau de realismo necessário, que enfatiza as raízes dos Murdock com o
box e o “pugilismo” de rua, mas a produção entende que sequências de
ação a todo e qualquer momento não são vitais para fazer uma boa série
de heróis.
Tal qual Christopher Nolan fez em Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008),
aqui vemos um drama, que, por acaso, tem super-heróis e não o
contrário. Tanto é assim que capítulos praticamente sem qualquer ação
funcionam plenamente, numa plena aposta no suspense e na construção de
personagens, para segurar a audiência, mostrando que o perigo, sempre
está lá, mesmo que não precise ser enfrentado a toda hora num curto
espaço de tempo.
Outro mérito é a forma vagarosa, com que a temporada vai construindo um vilão antológico, conhecido nos quadrinhos como Mercenário (no inglês, Bullseye),
um habilidoso assassino com uma pontaria e capacidade quase
sobrenatural de usar qualquer objeto como arma letal. Na série, ele é
Benjamin “Dex” Poindexter (Wilson Bethel), um agente do FBI que
ganha o respeito de Fisk que, vai lentamente manobrá-lo e trazê-lo para
o seu lado. Os roteiros acertam em cheio ao manter sua história
passada, apresentada com paciência e precisão.
De todos os inimigos secundários já apresentados, ele é o com os
melhores momentos dentro da série mantendo na sua origem, uma lógica tão
perturbadora quanto a de Wilson Fisk mostrada na 1ª temporada, feita
num belo episódio que é quase que integralmente um flashback em preto-e-branco. “Dex” é de certo modo uma versão espelhada, quase um “Doppelgänger”*1 de
Matt Murdock, pois ambos são órfãos com habilidades excepcionais e
muita raiva no peito mas, o infeliz agente não teve figuras parentais
substitutas fortes como o Padre Paul Lanton (Peter McRobbie) ou a Irmã
Maggie, que lhe fortalecessem o senso de empatia.

As duas faces de uma moeda: Demolidores em luta

Amor, eterno amor: Wilson Fisk e Vanessa finalmente se reúnem e celebram a sua união
Neste embate épico, vemos curiosamente o amor, em suas várias formas,
como sendo uma grande força motriz de seus personagens, mesmo que
escondido sob camadas de ódio, desejo de vingança, necessidade de
satisfazer expectativas ou de procurar pertencimento. Ironicamente,
Wilson Fisk é o que tem mais consciência disso quando diz que “-O amor é a mais perfeita prisão. Por ele eu aceito a maiores humilhações e me mantenho dentro de suas grades!” e não se pode negar que o amor dele por Vanessa é até bonito, só que... ele é um monstro! O que
ele fará para concretizar esse amor deixará um rastro de sangue tão
denso quanto o de qualquer exército fascista, e ele não esmorecerá no
seu plano de virar a opinião pública para vê-lo como um “Cidadão de Bem”
(tanto que em uma cena em que fala às câmeras parece “Il Duce” Benito Mussolini) e consolidar o seu poder, restando a Matt, cumprir a sua via-crucis,
de enfrentá-lo, e também enfrentando sem dó os seus questionamentos,
complexos e traumas de infância, fazendo aflorar o seu lado mais humano,
cuja integridade e caráter sempre lhe renderam o título de herói, o que
colocou-o na berlinda mais de uma vez, brotando daí a sua profunda
ligação com o Cristianismo.

O Herói Penitente,que carrega o peso do mundo nas costas
Matthew Murdock é o herói penitente, o Jó-super-herói
que aceita todas as provações, como a de ser confundido com o Diabo, o
que contradiz a tradução literal de seu nome original em inglês, Daredevil (algo como aquele que "desafia o Diabo") para do seu jeito, “fazer o trabalho do Senhor” na Terra. Mais bíblico impossível!

O real Big Brother
Notas: * Doppelgänger,
segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser
fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa
que ele escolhe ou que passa a acompanhar, o que hipoteticamente pode
significar que cada pessoa tem o seu próprio. Também são conhecidos como
duplo-eu ou sósia. (Wikipedia)

Matt e Foggy Nelson (Elden Henson). Inicialmente se afastando dos amigos, para protegê-los.
O terceiro showrunner da
série Erik Oleson embarca com o pé direito na série, voltando ao
básico, eliminando ninjas mortos-vivos, passados amorosos de Matt, ou
coadjuvantes com caveiras no peito para desviar as atenções.Todo o
choque entre vigilantismo X heroísmo, ganha assim maior profundidade por
um simples fato: Matt Murdock ser um homem bastante religioso. Seu lado
irlandês-católico é o que o impede de matar qualquer outro ser humano
(algo nada fora do comum em se tratando de super-heróis) mas que aqui
ganha ainda mais fundamento em razão do pecado, brindando-nos com a
clássica história de queda e ascensão de um herói que, só funciona
realmente porque conta do cuidado na construção e desenvolvimento de uma
história que realmente ocupa de maneira homogênea, sem se arrastar (na
maioria das vezes) a história, nos 13 episódios-padrão, com uma imensa
preocupação em firmar oponentes espetaculares, memoráveis como o Coringa (afinal, sempre se disse que o Demolidor era o Batman da Marvel).
Antes Demolidor pouco
explorava do passado de seus personagens, mas agora entende que não há
como fugir do peso que cada um deles carrega e, se por um lado o roteiro
compreende qual caminho seguir, por outro ele prolonga e dá espaço (às
vezes demais) a certas questões, como o passado de Karen Page (Deborah
Ann Woll) e sua juventude mucho loka em Fagan Corners, Vermont (?) onde trabalhava na “Casa da Penny”, contrastando com a sua persona
atual como jornalista investigativa, e Foggy Nelson (Elden Henson) que
está seguindo carreira em uma grande empresa de advocacia, mas
enfrentando problemas familiares.
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Vanessa Marianna (Ayelet Zurer): Por trás de todo enorme e mortal homem, existe uma grande e perigosa mulher...
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Matt se encontra extremamente debilitado após o final apoteótico de Os Defensores
(quando foi dado como morto) e sendo tratado no orfanato onde cresceu.
Entre as estátuas de anjos e santos no porão da instituição, ele
acredita que é melhor o Demolidor continuar a ser considerado morto (“-prefiro morrer como o demônio de Hell´s kitchen do que viver como Matt Murdock” diz a certa altura) sendo o seu subjetivo permeado pelo uso bem dosado de flashbacks e de “fantasmas”
ao longo da temporada, mas de forma relevante (para um Murdock
traumatizado). Todos os personagens com os seus graus de fratura...
porém, a vida de todos eles é abalada mais ainda com a volta de um
“Rei”...
Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio, triunfante em sua performance)
continua na prisão, mas comendo o seu omelete com especiarias e
contemplando a parede branca, lembrando da pintura que comprou de
Vanessa (Ayelet Zurer, a perfeita encarnação da personagem, capaz se tudo
para ficar ao lado do seu homem...) a sua amada não pode retornar aos
EUA sob risco de ser presa. Após um atentado dentro do presídio, resolve
fazer um acordo de colaboração com o FBI para entregar informações cruciais sobre os criminosos que conheceu durante o tempo que ficou atrás das grades, e, vai
literalmente sendo o mestre manipulador de tudo e todos à medida que
vai driblando todos ao seu redor, e transformando-os em seus próprios
fantoches da sua versão macabra do Muppet Show. Um dos peões neste tabuleiro é Rahul “Ray” Nadeem
(Jay Ali), um agente arruinado por dívidas decorrentes do tratamento da
doença de sua cunhada, que se sente eufórico com a sua “vitória” sobre o
Rei do Crime ao conseguir o acordo. Mas, Wilson Fisk é o REI DO CRIME e
a temporada inteira se torna uma sucessão de desesperadas tentativas
para desbaratar seu complexo jogo de xadrez em que ele está sempre “cinco jogadas a frente”, como o próprio Matt reconhece.
As cenas de ação, em especial um plano sequência no quarto episódio, (com um toque de videogame)
mostram uma evolução se comparadas às outras temporadas mostrando o
quanto uma briga além de dolorosa é cansativa, deixando os seus
participantes extenuados. Cox apanha, sangra como nunca, e luta de forma
convincente. A direção faz um bom uso da câmera desfocada no fundo do
quadro para “vermos” como o sentido de eco-localização de Matt está
afetado pelo ouvido lesionado no início da temporada, demonstrando a sua
dificuldade em localizar os elementos no ambiente. Embora ao longo dos
episódios ele vá se recuperando percebemos que ele não esta assim
realmente 100%.
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Foggy e o agente especial Rahul “Ray” Nadeem (Jay Ali). O seu arco mostra bem como Fisk enreda as pessoas em sua teia
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A opção pela agilidade da câmera, locais escuros e muita sanguinolência,
tornam as cenas chocantes sem gratuidade pois tudo acontece por um
motivo e reflete a brutalidade dos personagens envolvidos e, embora a
sua volta seja tortuosa, difícil, cheia de dúvidas morais internas, não
se perde muito tempo em colocá-lo com a máscara preta original, o único
traço de “uniforme” que ele usa, ótima escolha, aliás, para manter o
grau de realismo necessário, que enfatiza as raízes dos Murdock com o
box e o “pugilismo” de rua, mas a produção entende que sequências de
ação a todo e qualquer momento não são vitais para fazer uma boa série
de heróis.
Tal qual Christopher Nolan fez em Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008),
aqui vemos um drama, que, por acaso, tem super-heróis e não o
contrário. Tanto é assim que capítulos praticamente sem qualquer ação
funcionam plenamente, numa plena aposta no suspense e na construção de
personagens, para segurar a audiência, mostrando que o perigo, sempre
está lá, mesmo que não precise ser enfrentado a toda hora num curto
espaço de tempo.
Outro mérito é a forma vagarosa, com que a temporada vai construindo um vilão antológico, conhecido nos quadrinhos como Mercenário (no inglês, Bullseye),
um habilidoso assassino com uma pontaria e capacidade quase
sobrenatural de usar qualquer objeto como arma letal. Na série, ele é
Benjamin “Dex” Poindexter (Wilson Bethel), um agente do FBI que
ganha o respeito de Fisk que, vai lentamente manobrá-lo e trazê-lo para
o seu lado. Os roteiros acertam em cheio ao manter sua história
passada, apresentada com paciência e precisão.
De todos os inimigos secundários já apresentados, ele é o com os
melhores momentos dentro da série mantendo na sua origem, uma lógica tão
perturbadora quanto a de Wilson Fisk mostrada na 1ª temporada, feita
num belo episódio que é quase que integralmente um flashback em preto-e-branco. “Dex” é de certo modo uma versão espelhada, quase um “Doppelgänger”*1 de
Matt Murdock, pois ambos são órfãos com habilidades excepcionais e
muita raiva no peito mas, o infeliz agente não teve figuras parentais
substitutas fortes como o Padre Paul Lanton (Peter McRobbie) ou a Irmã
Maggie, que lhe fortalecessem o senso de empatia.
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As duas faces de uma moeda: Demolidores em luta
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Amor, eterno amor: Wilson Fisk e Vanessa finalmente se reúnem e celebram a sua união
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Neste embate épico, vemos curiosamente o amor, em suas várias formas,
como sendo uma grande força motriz de seus personagens, mesmo que
escondido sob camadas de ódio, desejo de vingança, necessidade de
satisfazer expectativas ou de procurar pertencimento. Ironicamente,
Wilson Fisk é o que tem mais consciência disso quando diz que “-O amor é a mais perfeita prisão. Por ele eu aceito a maiores humilhações e me mantenho dentro de suas grades!” e não se pode negar que o amor dele por Vanessa é até bonito, só que... ele é um monstro!
O que
ele fará para concretizar esse amor deixará um rastro de sangue tão
denso quanto o de qualquer exército fascista, e ele não esmorecerá no
seu plano de virar a opinião pública para vê-lo como um “Cidadão de Bem”
(tanto que em uma cena em que fala às câmeras parece “Il Duce” Benito Mussolini) e consolidar o seu poder, restando a Matt, cumprir a sua via-crucis,
de enfrentá-lo, e também enfrentando sem dó os seus questionamentos,
complexos e traumas de infância, fazendo aflorar o seu lado mais humano,
cuja integridade e caráter sempre lhe renderam o título de herói, o que
colocou-o na berlinda mais de uma vez, brotando daí a sua profunda
ligação com o Cristianismo.
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O Herói Penitente,que carrega o peso do mundo nas costas
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Matthew Murdock é o herói penitente, o Jó-super-herói
que aceita todas as provações, como a de ser confundido com o Diabo, o
que contradiz a tradução literal de seu nome original em inglês, Daredevil (algo como aquele que "desafia o Diabo") para do seu jeito, “fazer o trabalho do Senhor” na Terra. Mais bíblico impossível!
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O real Big Brother
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Notas:
* Doppelgänger,
segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser
fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa
que ele escolhe ou que passa a acompanhar, o que hipoteticamente pode
significar que cada pessoa tem o seu próprio. Também são conhecidos como
duplo-eu ou sósia. (Wikipedia)
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