Intempol – Agora (Vol. 2): Viagens no Tempo com o Jeitinho Brasileiro
Ficção Cientifica em quadrinhos com os maneirismos, os erros e a corrupção típicos do Brasil
Tudo começou com “Eu Matei Paolo Rossi”, um conto de Octavio Aragão para coletânea de ficção-científica “Outras Copas, Outros Mundos”, organizada por Marcello Simão Branco e lançada em 1998. O livro aproveitava a onda em torno da Copa do Mundo realizada na França naquele ano. E o que parecia ser apenas o primeiro trabalho de um escritor se tornou o pontapé inicial para a Intempol: um vasto universo compartilhado de ficção-científica - um dos grandes projetos do gênero no Brasil, tanto pela quantidade de autores envolvidos (de várias partes do país) como pelo seu caráter multimídia: com a produção de contos, romances, blog informativo, redes sociais e quadrinhos.
E o que a Intempol? É a sigla para Polícia Internacional do Tempo, uma organização multitemporal e multidimensional que existe para proteger, controlar e direcionar as diversas linhas do tempo da realidade. Instituições como essa não são novidades na ficção-científica, mas essa tem um tempero especial: apesar de ter agentes de todas as partes do mundo, a Intempol é criada e gerada por brasileiros, apresentando com isso todas as caraterísticas inerentes de nosso povo e de nossas instituições - para o bem e para o mal. Estejam preparados para o mais recente trabalho do projeto, é o segundo volume de quatro previstos de “Intempol – Agora”, uma série de coletâneas de histórias em quadrinhos que se passam nesse curioso universo. Para quem nunca leu e sequer acompanhou, começar a ler por este volume não fará diferença. O álbum é composto de sete histórias independentes e auto contidas, com personagens distintos - tal como ocorre no primeiro volume da série. As HQs e seu pano de fundo do podem ser compreendidos mesmo por quem nunca ouviu falar da Intempol.
Este novo álbum traz uma mesma característica do primeiro volume: a diversidade dos criadores participantes. Há veteranos do mundo dos quadrinhos e gente que está batalhando há muito tempo para que seus projetos tenham maior reconhecimento na área. Autores que estão no projeto desde o início e outros que estão chegando. Versões em quadrinhos de contos publicados antes e material totalmente inédito. Autores e autoras, tanto na ilustração como na escrita. E tem profissionais gabaritados e conhecidos em outras áreas da cultura enveredando pela primeira vez nas HQs , trazendo suas experiências e vivências para esse formato artístico.
E essa grande combinação criativa composta por Mig Mendes, Ana Recalde, Lúcio Manfredi, Will Tom, Carlos Hollanda, Alex Mandarino, Hamilton Kabuna, Mariana Queiroz, André Flauzino, Luiz Felipe Vasques, Rubens Ângelo, Luma Rodrigues e Alexandre Soares, além do próprio Octavio Aragão, apresentam sete histórias repletas de drama, humor, criatividade e com nosso jeitinho brasileiro: pelo lado bom, elas têm a nossa reconhecida malandragem e simpatia. Pelo lado ruim tem a fossa da corrupção e uma certa irresponsabilidade e inconsequência. Fechando com chave de ouro temos a capa magnífica ilustrada por Ricardo Leite e pintada por Osmarco Valladão, dois grandes nomes dos quadrinhos brasileiros com material publicado e reconhecido internacionalmente.
E tudo isso prova que, sim, a ficção-científica tem a sua vertente brasileira, podendo utilizar nosso país e nossa sociedade como cenário sem parecer algo artificial e ainda assim ter um caráter internacional. As histórias do álbum também podem ser apreciadas perfeitamente por quem não conhece nosso jeito de ser. E temos certeza que o povo lá de fora vai gostar. E, para você garantir o seu, o álbum se encontra em pré-venda AQUI .
Aliás, o primeiro álbum em quadrinhos contendo uma aventura da Intempol - “The Long Yesterday”, de Osmarco Valladão e Manuel Magalhães - acaba de ser lançado no mercado norte-americano. A conquista do mundo já começou