quarta-feira, 14 de abril de 2021

Aquele que todos achavam estar morto - Novos Clássicos: Fuga de Nova York (1981)

 



A "Grande Maçã": Terra de Ninguém

 
por Alexandre César


Carpenter e o fracasso da sociedade americana

 

 

Clássico indiscutível dos anos 80

Situação da ilha-prisão em relação ao resto do território americano

 

Em 1988 o crime nos Estados Unidos, essa tão injustiçada nação, cresce 400%, tomando proporções epidêmicas, levando o governo (provavelmente de extrema-direita) à tomar uma decisão radical, tornando a ilha de Manhattan (outrora livre) na única prisão de segurança máxima do país, para onde todos os indesejados são deportados, ficando por sua própria conta e risco. Para garantir a segurança, é erguido um enorme muro fortificado ao longo da costa de Nova Jersey, cruzando o Rio Arlen e seguindo pela costa do Brooklyn, e tendo toda as pontes e cursos d´água minados, além de vários postos da força policial americana (militarizada) aquartelados ao longo dele.

 

A regra é clara: Quem entra não sai...

 
Duas vistas da ilha-prisão de Manhattan, em boa composição de miniaturas e cenário

 1997. Neste ano rico de referências para a ficção-científica*1 o Air Force One , o avião da presidência norte-americana, é tomado por uma militante radical da Frente Nacional de Libertação da América, que mata os pilotos e lança a aeronave contra a ilha de Manhattan, num momento crucial pois o presidente (Donald Pleasence de Halloween) estava a caminho de uma conferência com líderes da União Soviética e China para negociar a paz, acabando uma guerra que vinha se arrastando há tempos. O presidente conseguiu escapar num módulo de fuga, mas foi capturado por pelo Duke (o músico Isaac Hayes) um Senhor do Submundo local. O chefe de segurança Bob Hauk (Lee Van Cleef de Três Homens em Conflito) resolveu, como último recurso para resgatá-lo, usar os serviços de "Snake" Plissken (Kurt Russel de Elvis).

 

O Presidente (Donald Pleasence) se vê numa situação complicada

A queda do avião é feita de forma simples, barata e eficiente
 

  Plissken é um ex-combatente (condecorado por ações em Leningrado e na Sibéria) mas que foi preso por assalto ao cofre da reserva federal*2 e que estava para ser justamente deportado para Nova York. Como o prazo para a conferência de paz estava se escoando, ele se mostrava a melhor opção para trazer o presidente de volta. Feito o trato com Plissken, Hauk lhe dá armamento e equipamentos para a operação e, como fator motivacional, ao lhe injetar vacinas, lhe implanta micro explosivos que detonarão ao findar o prazo para o resgate para forçá-lo a retornar à base com o líder. P*T0 da vida, Plissken pega o planador que o levará para a ilha e, após alguns rasantes, pousa no alto de uma das Torres do World Trade Center para cumprir a sua missão naquele lugar selvagem onde quem entra não sai...

 

O chefe de segurança Bob Hauk (Lee Van Cleef) monta um plano de resgate

O local da queda do avião, feito de uma carcaça de ferro-velho com um bom efeito final

 
Dirigido por John Carpenter (Halloween), Fuga de Nova York (1981), com o roteiro escrito pelo diretor e por Nick Castle (O Garoto que Podia Voar), marcou presença por lançar um dos maiores heróis de ação 'badass' do cinema, antes de John McClane de Duro de Matar (1988) e Martin Riggs de Máquina Mortífera (1985) e após “Dirty” Harry Callahan da série de filmes de Clint Eastwood. Plissken é um sutil e ameaçador herói de ação, embora ele não faria do filme o que é sozinho, pois, não fosse a intrigante base conceitual criada pelo diretor, seria apenas mais um esquecido Macho Movie dos anos 80. A mescla de ficção científica distópica com uma proposta de ação original e divertida, temperada com crítica social num thriller de suspense, trazendo o seu protagonista com um quê do cowboy solitário e cínico que transita entre o bem e o mal*3, foram o que fizeram do filme mais um suspense de perseguição com tons de western do que um filme de ação incessante, provando que John Carpenter é um dos nomes mais respeitáveis e influentes do cinema fantástico.


Romero (Frank Doubleday) deixa claro à Hauk que se eles avançarem, o Presidente...

"Snake" Plissken (Kurt Russel) a única e melhor opção disponível para resgatar o mandatário

 
Concepção e elenco
  
 
O truque narrativo do cronômetro em contagem regressiva, aqui é usado de forma eficiente

 
 
Tendo como fontes de inspiração o Caso Watergate*4, a história sci-fi de de Harry Harrison "Planet of the Damned" (1962) - onde o protagonista Brion Brandd é forçado à voltar a Anvhar, o seu mundo de origem, para prevenir a eclosão de um holocausto nuclear - e no filme Desejo de Matar (1974, de Michael Winner), cuja filosofia Carpenter discorda*5, o diretor apresentou a história de Fuga de Nova York para a produtora Avco Embassy Pictures quando essa lhe ofereceu a chance de dirigir o filme O Experimento Filadélfia (que acabou ficando a cargo de Stewart Raffill e lançado em 1984). A produtora aceitou a proposta.
 
Plissken vai de planador para a ilha-prisão...

... e após alguns rasantes, pousa numa das torres gêmeas do World Trade Center



O filme foi produzido pelos parceiro habituais de Carpenter: Debra Hill (Fuga de Los Angeles), Larry Franco (Batman: O Retorno) e Barry Bernardi (Tentáculos). Isso garantiu um bom clima nas filmagens, ainda que corridas, por conta do orçamento apertado (7 milhões de dólares), embora na ocasião tenha sido o maior valor com o qual o diretor já havia trabalhado.
 
 
Plissken logo nota que a poulação local tem grupos beeem sinistros e perigosos...
 
... se esconde e, encontra uma moça (Season Hubley, na época esposa de Russel)...

 
Para criar seu icônico personagem (e até hoje o seu favorito), Kurt Russell*6 inspirou-se em Bruce Lee, Darth Vader, Clint Eastwood e no personagem Exterminador, que Robert Ginty tornou famoso como personagem-título de O Exterminador (1980). O nome Snake Plissken foi tirado de uma pessoa real*7 .
 
 
... sendo logo pega pelos canibais dos esgotos. Plisken foge, com eles na sua cola...
 
... sendo salvo por Cabbie (Ernest Borgnine) um motorista de táxi

 
 Retomando à trama do filme, após pousar o seu planador no World Trade Center, Plissken começa a sua busca, cruzando com tipos marcantes como Cabbie (Ernest Borgnine, de Meu Ódio Será Sua Herança), o motorista de táxi, o casal formado pela bela Maggie (Adrenne Barbeau, de A Bruma Assassina) e Cérebro*8 (Harry Dean Stanton, de Alien - O 8° Passageiro) - antigo desafeto de Plissken - e o intimidante Duke de Nova York, o senhor feudal daquele mundo, que capturou o Presidente e coloca Plissken para lutar por sua vida numa arena. Após vencer o brutamontes, inicia-se uma louca escapada culminando numa contagem de corpos até só restarem Plissken e o Presidente, que ao final revela a sua verdadeira face*9, fazendo o anti-herói de forma sutil dar o troco à todo aquele construto social hipócrita e reacionário. 
 
Cabbie leva Plissken até  Maggie (Adrenne Barbeau) companheira de "Cérebro"

"Cérebro" (Harry Dean Stanton) é um velho "conhecido" de Plissken, com dívidas à pagar


Assim como George Miller havia feito em Mad Max (1979), Carpenter e Castle criaram um ambiente futurístico de desolação e conflitos entre gangues violentas, estilizado por um clima punk e new wave que, inclusive, inspirou William Gibson, o próprio fundador do conceito cyberpunk*10, cujo grande mérito é engajar o público contra o poder estabelecido desse mundo, evidenciando o seu caráter autoritário, opressivo, mas ao mesmo tempo sem levantar bandeiras de qualquer matiz ideológica. Esta atitude de fugir da onda de filme-manifesto criou um cenário sociopolítico forte, mantendo tanto o público mais interessado em divertimento escapista, quanto aquele mais exigente em relação a aspectos técnicos, conteúdo da obra e desenvolvimento da história, que é, no geral, muito bem formulada*11


"Cérebro" combina um plano com Plissken, para resgatar o presidente...

... traindo-o. Então, Slag (o wrestler Ox Baker) enfrenta o ferido, Plissken numa arena improvisada
 
 
A produção
 
 
Curiosamente, a única sequência filmada de fato na cidade de Nova York foi a panorâmica de abertura, que segue o personagem Rehme (Tom Atkins, de Noite dos Arrepios) passando em frente à Estátua da Liberdade, tornando este o primeiro filme a ter cenas rodadas em Liberty Island. A maioria das cenas tiveram locações em lugares mais baratos de filmar, como no leste de Saint Louis (Illinois), que tinha quarteirões inteiros queimados por conta do grande incêndio de 1976 (e uma praga de mosquitos...); ao longo do Rio Mississippi (onde haviam prédios velhos com o mesmo estilo arquitetônico); San Fernando (se passando pelo Central Park, graças a uma Matte painting de James Cameron), Missouri, e Los Angeles, onde, para filmar uma sequência, Carpenter conseguiu convencer a Prefeitura a desligar a luz por uma noite. Assim, o designer de produção Joe Alves (Tubarão) e a decoradora de sets Cloudia Rebar (Vanilla Sky) puderam explorar a degradação dos ambientes externos das edificações e ruas de Nova York, tomadas pela sujeira, pichações, depredações, falta de iluminação e carcaças de carros (conseguidas nos ferros-velhos das vizinhanças). Os cenários externos contrastavam com os ambientes internos, que demonstram as características de seus habitantes de maneira artesanal, como os aposentos de Cérebro, na antiga biblioteca municipal da cidade, ou no opulento ringue improvisado criado pelos discípulos de Duke no Madison Square Garden (filmado realmente no grande hall da Union Train Station de St. Louis, que na época estava abandonada).
 
 
O "Duke de Nova York" (Isaac Hayes) agradece a "Cérebro" por ajudá-lo com Plissken

Romero zoa o ilustre "hóspede" do Duke

 
 Da mesma forma, os figurinos de Stephen Loomis (A Bruma Assassina) ressaltam as características dos personagens e seus intérpretes, como a fisicalidade de Russel (que, minutos antes de iniciar as filmagens, teve a idéia do tapa-olho), o tom cool de Cleef, o jeitão largado de Borgnine, a falsa dignidade de Pleasence, a sensualidade forte e seca de Barbeau, o tom farsesco e ameaçador de Hayes, os exóticos capangas de Duke, entre eles, o alucinado Romero (Frank Doubleday, de A Juventude de Butch Cassidy). Tudo numa mescla de influência punk e new wave.
 
Ao fim, Plissken, "Cérebro", Maggie, e o presidente fogem no táxi de Cabbie...

... com o "Duke" atrás e a ponte minada à frente, ziguezagueando de acordo com as instruções de "Cérebro"...

... até uma mina não-mapeada se fazer presente

 
A fotografia de Dean Cundey (O Enigma de Outro Mundo) transparece os contrastes daquele universo, pois, enquanto a noite na ilha de Manhattan é fria e obscura, em tons de azul e verde, a luz dos interiores é banhada por tons de amarelo e vermelho saturados, vindo das chamas de fogueiras ou tochas, projetando sombras nos espaços sujos e poeirentos, refletindo a violência velada e sufocante daquele ambiente que também cria cenas dignas de terror (como no uso de sombras, silhuetas e névoa ao nos apresentar os moradores subterrâneos). A montagem dinâmica de Todd Ramsay (Jornada nas Estrelas: O Filme), transmite o senso de urgência necessário ao filme, usando também conceitos batidos, como a contagem regressiva acompanhando as ações furtivas de Plissken (embora elas não contem realmente como “ação”) que se funde com a trilha sonora d o próprio John Carpenter em sua primeira associação com Alan Howarth (Eles Vivem): um tema baseado em teclados e sintetizadores que combinam com a trama empolgante e que, junto com os sons diegéticos, acentua a tensão à medida que o prazo para a conclusão da missão chega ao fim. A parceria de Carpenter e Howarth se repetiria várias vezes nos anos vindouros. 
 
 
A Nova York de papelão
 
 
Robert Skotat (o moreno sentado, de cavanahque) com os assistentes, e as referências dos prédios, basicamente "caixas" de papelão...

Nesta vista fica mais perceptível o uso de canetas hidrocor para retocar as janelas e detalhes das fachadas em xerox das maquetes dos prédios

A maquete, sem a iluminação adequada e qualquer efeito "atmosférico" para dar vida...

.. e aqui com Robert Skotak ao lado. Notem que a iluminação adequada e a névoa sutil no estúdio fazem ela parecer mesmo uma cidade largada à própria sorte

 
 
Os efeitos especiais práticos - tiros, explosões, névoa, o mecanismo ejetor do pod de fuga do Air Force One - ficaram a cargo de Roy Arbogast (Contatos Imediatos do Terceiro Grau) e Pat Paterson (Os Irmãos Cara de Pau). Os principais efeitos visuais ficaram com a New World Effects/ Venice do lendário produtor Roger Corman, cuja equipe havia terminado de fazer Mercenários das Galáxias de Jimmy T. Murakami e do próprio Corman. Sua equipe era integrada por nomes que se tornariam lendas na área: Steve Caldwell (Harbinger Down: Terror no Gelo), os irmãos Dennis e Robert Skotak (Aliens, O Resgate), Mark Stetson (O Quinto Elemento), Hoyt Yeatman (Gremlins), e James Cameron (Avatar). Os esforços desses profissionais foram uma aula de como criar bons visuais com um baixo orçamento.
 
A maquete, que com a iluminação adequada e a névoa sutil no estúdio parece mesmo uma cidade largada à própria sorte. O "mar" era o piso do estúdio envernizado para brilhar com a iluminação, lembrando as águas...

A maquete sendo ajustada para outro take...

Reparem que os prédio mais distantes são apenas recortes de silhuetas da cidade colocados de forma alternada numa distância estratégica para criar o efeito desejado

 
Como a cidade não teria luzes e a ação seria à noite, os prédios foram feitos na base de xerox de fotos e imagens técnicas coladas sobre papel-cartão e papelão, coloridos com canetas hidrográficas e marcadores! Numa outra sequência (a dos "gráficos computadorizados") os prédios eram todos pintados de preto com fita branca marcando suas grades, iluminados com luz negra e filmados, dando o efeito desejado. Na época seria proibitivo o uso de gráficos computadorizados, além de um longo período necessário para a renderização das imagens. Ao final, a maquete ainda seria repintada e seus prédios reaproveitados como os prédios de fundo das maquetes de Blade Runner - O Caçador de Andróides (1982) de Ridley Scott. 
 
James Cameron fazendo uma pintura em vidro (matte painting) numa locação em San Fernando Valley, para se passar pelo Central Park. Cameron era um "faz-tudo" hábil


A recepção e o impacto
 
 
Para criar os "gráficos computadorizados" usaram outra maquete, pintada de preto com fitas fluorescentes que iluminada com luz negra era filmada criando o efeito desejado

A filmagem da maquete, dos "gráficos 3D", coisa barata hoje mas em 1980, custaria uma fortuna, além da demora do tempo de renderização
 
Acima, a construção e abaixo, o resultado final. A reação da fita fluorescente à luz negra, em contraste com a cor negra da maquete fez a magia de um "3D analógico"

 
 
Durante uma entrevista dada a Terry Gross em seu programa Fresh Air na National Public Radio em 2011, J.J. Abrams disse que, quando adolescente (15 anos), ele foi um dos que primeiro sugeriram a Carpenter que a morte de Maggie não estava clara; Abrams, cujo pai era um produtor de filmes, levou-o para ver o primeiro corte do longa-metragem e, quando Carpenter perguntou à pequena plateia do filme pedindo notas e sugestões, Abrams lhe disse que era necessária uma tomada extra de Maggie que estabelecesse que ela estava definitivamente morta*12. O filme impactou o jovem Abrams de tal forma que, anos depois, quando já estabelecido na indústria como diretor e produtor, nunca esqueceu a arte original do poster do filme, que mostra a cabeça da Estátua da Liberdade repousando no meio de uma rua de Nova York*13.
 
 
Aqui uma seção em escala maior do topo do World Trade Center, onde o planador de Snake Plisken pousa, com um telão pintado da paisagem de fundo
Filmagem da cena do pouso do planador. Reparem que só a fachada do lado que será flmado tem textura, ficando o lado não visível, cru...

 
Lançado em 10 de julho de 1981 (no Brasil seria lançado em 20 de maio de 1982) o filme faturou no final de semana de sua estréia 9 milhões de dólares (a maior da Avco Embassy Pictures na época) e, em sua temporada de lançamento, US$ 25,2 milhões. Tornou-se um clássico dos filmes “B” oitentistas graças à seu mundo verossímil, à sua gama de personagens coadjuvantes bem interpretados - que são os 'meios para um fim' - e ao seu final irônico e subversivo, que tornou o seu protagonista ainda mais interessante. O filme criou uma legião de fãs, influenciando o cinema, sendo aqui, campeão das reprises aqui na TVS (depois SBT) além de influenciar os heróis de ação surgidos nos anos seguintes, e até à autores renomados de ficção científica distópica, deixando as portas abertas para uma continuação.
 
Legado: Os prédios sobreviventes da maquete origina, após serem usados em outras produções como prédios de fundo, para fazer volume
 


 
A sequência
 
Aposta alta: A continuação de 1996
 
 
Carpenter, Hill e Russel (em sua única experiência como roteirista) decidiram revisitar Snake Plissken 17 anos depois. Desta vez carregando mais nas tintas da sátira social, pois, segundo o próprio Carpenter, o filme original era bem mais humorístico do que as pessoas sacaram. O trio resolveu arregaçar as mangas e o resultado foi Fuga de Los Angeles (Escape from L.A. -1996), que talvez, seja o filme mais exagerado *14 da obra de John Carpenter, sendo também mais bizarro que aquele que ele sucede. 

Haja boca!!! O candidato à presidência (Cliff Robertson) prevê um castigo divino à L.A.

O "castigo", surge como um big terremoto (aqui num dos poucos CGIs bons do filme)...


 Começa em 1998 com um candidato (cujo nome não é mencionado) presidencial discursando (Cliff Robertson, da cinesérie Homem-Aranha). Ele prega em sua campanha que Los Angeles precisa ser “punida” pelos pecados que contém*15. Já no ano 2000, a cidade é arrasada por um grande terremoto (o famoso e esperado “big one”). Após a devastação, ela fica separada do continente. O que pareceu ser uma punição divina, faz a opinião pública dar a vitória ao candidato, que muda a constituição tornando-se presidente vitalício e leva a sede do governo de Washington para Lynchburg, na Virgínia (sua cidade natal). 
 
... destruindo locais conhecidos (aqui numa boa composição de maquete com local real)...

Os efeitos práticos são bons, como esta ótima maquete  de um elevado desabando

Finalizando o "castigo divino", um Tsunami isola L.A.do continente

Seu ato seguinte é transformar Los Angeles numa nova ilha-prisão, cercada - dos montes de Orange County à costa noroeste de Malibu - por uma grande muralha separando Los Angeles do continente. Então o presidente assina a sua primeira lei, a Diretiva 17: “Cada americano que perca a sua cidadania será deportado para esta ilha maldita de onde jamais sairá.” Com isso ela se torna um local repleto de seres indesejáveis – afinal ela não foi punida numa demonstração divina de justiça com relação aos pecadores, que não conheciam limites? E assim, todo aquele que não se enquadrava na Nova América Moral é deportado para a ilha-prisão para nunca mais voltar. Familiar, não é?
 
Aproveitando a sorte, o candidato se elege, vitalíciamente e como primeira providência...

... constrói um muro separando L.A. (aqui, num dos CGIs cartunescos do filme)...
 
 
... com a polícia (militarizada) estacionada ao longo da costa

 
A trama pula para o ano de 2013, quando conhecemos Utopia (A.J. Langer, de As Criaturas Atrás das Paredes), a filha rebelde do presidente, que não concorda com a política ditatorial do seu pai que acabara com as liberdades individuais. Utopia rouba um dispositivo que, se acionado da forma certa, aciona uma série de satélites em órbita, emitindo pulsos eletromagnéticos e “desligando” locais ou países inteiros. E, se for teclado o código 666, é acionada a opção “Espada de Dâmocles” que pode “desligar” todo o planeta. A filha rebelde entrega o artefato para Cuervo Jones (Georges Corraface, de Paixão Turca), chefe da principal quadrilha de Los Angeles - o cartel Justiça Mescalina -, que lidera uma coalizão de países do Terceiro Mundo para invadir os EUA (imigrantes?) 
 
Utopia (A.J. Langer) no fundo é a típica patricinha reprimida, que foge, faz M*s e depois quer voltar para a casa dos pais...

...de quem Cuervo Jones (Georges Corraface) se aproveita para tomar uma vantagem estratégica

 
Assim, nosso herói Plissken (Russell), é “convocado” de novo (ele havia sido pego novamente num assalto frustrado em Nova Vegas, Tailândia, e estava prestes a ser deportado...) pelo presidente para recuperar a caixa e matar sua filha em troca do perdão por seus 27 crimes morais. Detalhe: como no primeiro filme, caso ele não cumpra a missão, será morto por Plutoxim7, um vírus colocado na sua corrente sanguínea que o matará em menos de 10 horas. Portanto ele tem esse período de tempo para completar a tarefa a que propõe... 
 
O sargento (Peter Jason) questiona Plissken se valeu a pena a sua vida de crimes
 
O chef da base Com.Malloy (Stacy Keach) e Brazen (Michelle Forbes) que acha Plissken "muito século XX"

 
Basicamente esta é uma releitura do filme anterior, com personagens similares, como o comissário Malloy*16 (Stacy Keach, de Nebraska) e sua auxiliar Brazen (Michelle Forbes, de Battlestar Galactica). Temos ainda figuraças, como Eddie “Mapa das Estrelas” (Steve Buscemi, de Armageddon), que tem similaridades com Cabbie, o motorista de táxi de Fuga de Nova York; Pipeline (Peter Fonda, de Motoqueiro Fantasma) o surfista “qualquer-coisa”; Taslima (Valeria Golino, de Top Gang! Ases Muito Loucos), que, tal qual Sason Hubley no filme anterior, é a “bela que acaba morrendo”; o bizarro Cirurgião-Geral de Beverly Hills (Bruce Campbell, de Ash vs. The Evil Dead), que transplanta tecidos de prisioneiros para a sua clientela de velhotes endinheirados, quase zumbis cheios de plásticas; e Hershe Las Palmas (Pam Grier, de Jackie Brown) ou “Carjack Malone”, outro antigo desafeto de Plissken, agora uma Drag Queen chefe de gang.
 
Plissken vai passando pelas ruínas de lugares famosos como a sede da Capitol Records

Taslima (Valeria Golino) e Plissken são aprisionados numa clínica de cirurgia plástica...

... onde o"Cirurgião-Geral de Beverly Hills" (Bruce Campbell) pega partes dos corpos dos outros para seus clientes


 Os figurinos de Robin Michel Bush (Fantasmas de Marte) definem bem os personagens em sua palheta colorida de materiais, que foge bastante dos tons mais acinzentados e gastos de Fuga de Nova York. Seus personagens tem um “quê” de desenho animado, como a caricata trupe do Cirurgião-Geral de Beverly Hills, graças aos efeitos de maquiagem de Rick Baker, com lábios inchados de botox, fazendo beicinhos, seios siliconados em mulheres velhas, maçãs do rosto super-salientes e sobrancelhas desenhadas, tipo "traveco".
 
Eddie “Mapa das Estrelas” (Steve Buscemi) se propõe a ajuddar Plissken...

...mas o leva à uma armadilha, onde Plissken tem de “fazer cesta” para sobreviver

 
 Ao longo do filme percorremos trechos (recriados de forma devastada) bem característicos da cidade, que o desenho de produção de Lawrence G.Paul (Blade Runner: O Caçador de Andróides), a direção de arte de Bruce Crone (Contato) e a decoração de sets de Kathe Klopp (Mestres do Universo) procura delinear de forma bem nítida. São locais como a Mulholand Drive, Beverly Hills, o transatlântico Queen Mary, o famoso letreiro “Holltwood” e o “Magic Kingdon” (na verdade, a Disneylândia) sendo referenciado por uma fala de Eddie “Mapa das Estrelas”: “- A filial de Paris faliu levando o grupo todo”. Uma citação à Euro Disney que, na época, fechou. A bela fotografia de Gary B. Kibbe (Os Aventureiros do Bairro Proibido), de palheta bem colorida, sublinha o tom mais camp do filme, apesar das cenas serem noturnas.
 
 
Plissken, auxiliado por Pipeline (Peter Fonda) "pega uma onda" e vai atrás...
,
... do traíra Eddie "Mapa das Esrelas", no momento mais "non sense" (entre vários) do filme
 
 
A direção de Carpenter, auxiliado pela edição de Edward A.Warschilka (O Sobrevivente), continua dinâmica, num bom ritmo narrativo. Acompanhamos Plissken lutar, ser capturado, ferido, “dar o troco” e mostrar porque ele é “o cara”, em momentos non sense, como o duelo “pelas regras de Bangkok”; ao vencer a partida de basquete fraudulenta de Cuervo Jones (com seu “look Che Guevara”); pegando onda com Pipeline e dali sair seguindo um carro com a prancha de surf; ou ainda atacando as forças de Cuervo com a gang de Hershe Las Palmas usando asas deltas, embalado por mais uma trilha composta por Carpenter, associado a Shirley Walker (A Vingança de Willard), que recria o tema de Fuga de Nova York numa batida mais rápida, dançante, mas não menos legal.
 
 
O quartel-general de Hershe Las Palmas é no Transatlântico "Queen Mary"...

...a "Drag" Hershe (Pam Grier) é na verdade,“Carjack Malone”, velho conhecido de Plissken

  
Para interceptar Cuervo Jones, Hershe e Plissken, se lançam do alto das colinas de Hollywood, cujo letreiro ainda existe,embora caquético


  À despeito do bom trabalho de miniaturas da Stirber Visual Network, Inc. na sequência inicial do terremoto, temos enfatizado o espírito de filme “B” desta aventura, pois ele tem também os efeitos visuais da Buena Vista Visual Effects, cujo CGI tosco envelheceu muito ficando na primeira metade um “quê” de videogame no visual do filme. Na época a empresa havia entrado recentemente na área digital e seus funcionários ainda estavam aprendendo a fazer o trabalho. 
 
 
Plissken vai de asa-delta passando por trechos devastados da cidade...

...indo até o "Reino Encantado", uma referência à Disneylândia
 
E como sempre a chegada à reta final não deixa muitos sobreviventes...
 
 
Ao final, após “ferrar” com toda a civilização, Plissken encontra um maço com um último cigarro. Acende dá uma tragada e olhando para nós, a audiência, apaga o fósforo e enquanto escurece a cena ouvimos a sua voz : “- Bem-vindos à raça humana!” e vai rolando os créditos do filme ao som do tema “The One”, de Rob Zombie, na performance do White Zombie, nos deixando com curiosidade sobre como agora toda a humanidade irá se virar...
 
 
Ao final, Plissken resolve o conflito de forma bastante "não-ortodoxa"...

"- Eu disse que ia 'ferrar' com tudo, não disse?"

 
Infelizmente, a má performance do filme nas telas (25 milhões de dólares nas bilheterias contra um custo de 50 milhões) chateou Carpenter*17 e equipe, que apostavam na continuação da franquia, e inviabilizou a sequência planejada - Fuga de Marte. O roteiro deste foi adaptado e transformado em Fantasmas de Marte (2001), com o personagem Desolation Williams (Ice Cube) substituindo Plissken. 
 
 
A tão esperada sequência "flopou" feio nas telas, inviabilizando a franquia

 
Saldo final e a perenidade do filme
 
Capa da adaptação em quadrinhos de 2014 pela Boom Comics

 
Fuga de Nova York é Ranqueado pelo Entertainment Weekly como o n°1 de sua lista “Guilty Pleasures Testosterona Edition” de 30/07/2007 e foi homenageado por Hideo Kojima no vídeo game Metal Gear Solid da Konami , quase levando-o a ser processado por plágio *18. Desde 2003 se especula a possibilidade de um remake, tendo Carpenter, Hill e até Russel na produção. Para protagonizar essa possível refilmagem, foram ventilados nomes como Gerard Butler (300), Charlie Hunnam (Magnatas do Crime), Jeremy Renner (Terra Selvagem), Tom Hardy (Venon). Chegou a ser anunciado em 2016 um prequel que teria Chris Hemsworth (Thor) como Plissken e Summer Glau (O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor) num papel não definido, além do fato que Leigh Whannell (Upgrade) estaria cuidando do roteiro, mas até o momento da postagem dessa matéria, não existem confirmações substanciais se o projeto irá adiante ou não.
 
 
Boneco Funo-Pop de Snake Plissken

 
Ao final, à despeito da péssima recepção de sua sequência, impedindo a continuação das aventuras de Plissken, podemos dizer que Fuga de Nova York se mantém um filme bastante divertido se visto hoje, com um charme todo especial. Ele ocupa a 100ᵃ posição da lista de 2001 do American Film Institute dos 400 maiores filmes americanos de tirar o fôlego. Tornou-se um clássico por ter sido o filme certo lançado na hora certa, garantindo assim o seu lugar no coração dos fãs, apesar de suas limitações. Elogiada como uma sci-fi 'futurista' passada no final dos anos 90, o filme transpira em seus sets o felling dos anos 80, minando suas ambições futurísticas. É um filme tão high tech quanto poderia ser com a tecnologia da época, ficando alguns elementos extremamente datados (como a fita cassete com a fórmula de fissão nuclear), mas que não comprometem a sua fruição, sendo classificado como um clássico e um cult moderno, cuja jornada de seu anti-herói cínico ilustra, sem apontar o dedo, o fracasso da sociedade americana (e  cristão-ocidental) em sua incapacidade de criar uma civilização realmente justa, inclusiva e não-autoritária, preferindo erguer muros e construir prisões para despejar e separar os "indesejáveis" que ela mesma cria. 
 
Um grande feito para o seu protagonista, apesar de todos acharem que ele estava morto...

O crossover "Big Trouble in Little China-Escape from New York" da Boom Comics foi o quadrinho mais vendido de 2017


Notas

*1: Em 16 de outubro de1997 ocorre o lançamento da expedição do Júpiter 2 rumo à estrela de Alpha Centauri no piloto de Perdidos no Espaço (a série original de 1966) e no dia 29 de agosto de 1997 é que a Skynet desperta, iniciando o extermínio da humanidade em O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final (1991) de James Cameron.

 

*2: Carpenter chegou a filmar a sequência do roubo, mas ela foi eliminada do corte final por prejudicar o ritmo do filme e porque também a falta de informações mostradas (e apenas faladas) sobre Plissken lhe conferiam uma “aura” de mistério. Essa cena é descrita na novelização do filme, pela Bantan Books.
 
 
*3: Segundo o crítico Joshua Rothkopf, do Time Out New York: "O filme orgulhosamente veste a sua afeição pelos rústicos arquétipos de Sergio Leone e pelo suspense das sequências de contagem regressiva; Carpenter foi Tarantino muito antes do próprio Tarantino o ser." 
 
 
O presidente Nixon renunciou, para não sofrer o impeachemnt

 
 *4: Escândalo político ocorrido em 1974, que ao vir à tona, acabou culminando na renúncia de Richard Nixon (do Partido Republicano) à Presidência dos Estados Unidos, tornando-se o mais célebre caso de corrupção na vida pública norte-americana.
 
*5: Segundo John Carpenter: "Adorei a sensação da cidade de Nova York como um tipo de selva e eu queria fazer um filme de ficção-científica dentro dessa idéia!”
 
*6: Kurt Russel foi escolhido pessoalmente por Carpenter, contrariando o estúdio, que tinha preferia Charles Bronson, Chuck Norris, Tommy Lee Jones, Kris Kristofferson, Nick Nolte ou Jeff Bridges, ator que trabalharia com Carpenter em Starman - O Homem das Estrelas (1984) ganhando uma indicação ao Oscar por sua performance.
 
 
O personagem de Russel tornou-se um ícone de "casca-grossa"

 
 *7: John Carpenter lembra que, quando estava escrevendo o roteiro, procurava por um nome memorável para seu personagem principal: “-Um amigo de um amigo me sugeriu usar o nome de um cara que ele conheceu no ensino fundamental, que ele descreveu como um ‘tipo durão’ que tinha uma enorme cobra tatuada no seu abdômen; seu último nome era Plissken e me veio o apelido 'Snake' ('Cobra'). Qualquer um com uma cobra tatuada em algum lugar é o meu tipo de herói." finalizou Carpenter.
 
*8: O papel originalmente foi oferecido à Warren Oates, que declinou, morrendo de um infarto poucos meses depois. 
 
 
O Presidente Ronald Reagan e a Primeira-Ministra Margareth Tatcher

 
 *9: Pleasence descreveria seu papel de presidente como “o fruto do amor entre Ronald Reagan e Margareth Tatcher…” E curiosamente, embora o personagem fosse americano, o ator usou o seu sotaque britânico, imaginando que nesse mundo distópico EUA e Inglaterra tivessem se reunificado numa só nação.
 
 
O clássico de Gibson, do qual o filme de Carpenter foi uma das muitas influências

 
 *10: William Gibson ao escrever seu romance mais famoso (Neuromancer) foi inspirado pelo filme pela cena em que Bob Hauk cita casualmente à Plissken o seu vôo de planador sobre Leningrado, numa mostra em que a boa ficção científica pode numa linha de referência casual implicar várias outras.
 
*11: Ao estabelecer esses dois mundos, onde passamos a julgar “os de dentro” e “os de fora” do muro, questionamos o que irá acontecer com os que ajudam Snake Plissken no processo de resgate do presidente. Pois, se a vida de um político é tão valiosa, a ponto de perdoar os crimes do homem que o salvou, este perdão não deveria ser estendido aos outros criminosos que ajudaram neste processo? 
 
A cena adicionada ao copião estabelece o fim de Maggie, sendo um tipo de solução visual muito recorrente em filmes e séries

 
*12: A cena do corpo de Maggie sob o carro de Duke foi adicionada depois porque John Carpenter sentiu que a audiência não havia sacado que ela havia sido morta pelo impacto. Carpenter e Adrienne Barbeau filmaram na sua garagem com ela sob o seu próprio carro. 
 
 
 
O cartaz de "Cloverfield: Monstro" dialoga com o  filme de Carpenter

 
*13: A imagem da cabeça da Estátua da Liberdade nas ruas de Nova York está completamente ausente no filme, sendo a estátua mostrada intacta muitas vezes. O "found footage" Cloverfield: Monstro (2008), que envolve uma força não-vista destruindo Nova York, homenageia Fuga de Nova York pela inclusão de uma cena em que a cabeça da estátua é lançada, indo cair numa rua. Segundo o produtor do filme J.J. Abrams: "Eu amei o filme, que vi quando garoto, e uma coisa que me deixava louco era que o poster mostrava a cabeça da estátua da liberdade em uma rua no meio da cidade de Nova York – mas ela nunca houve no filme. E eu sempre sentia que aquela cena louca tinha que ter no nosso filme.” A arte do poster de Cloverfield mostra uma Estátua da Liberdade sem cabeça no porto de Nova York.
 
 
Outro clássico da parceria Carpenter-Russel

*14: O filme se iguala em exagero com Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986), também com a dupla Carpenter-Russel e que também não foi bem nas bilheterias, tornando-se um cult graças às locações em vídeo e às TVs à cabo.
 
 
 
O pregador Pat Robertson

*15: Donald Pleasence foi convidado a reprisar o papel do Presidente, mas estava com a saúde abalada e declinou, vindo a falecer poucos meses depois. O novo presidente foi, por idéia de Russel, inspirado no tele evangelista pentecostal Pat Robertson, dono de redes de TV de postura reacionária e que foi apoiador de Ronald Reagan e Donald Trump, tendo visto Bolsonaro como a melhor coisa no Brasil nos últimos tempos...
 
 
Pode-se dizer que o Comandante Malloy é um "parente" de Bob Hauk

*16: Pensou-se em escalar outro ator para interpretar o personagem Bob Hauk, uma vez que Lee Van Cleef havia falecido, mas preferiu-se criar um personagem equivalente.
 
O ataque com asas-delta é inspirada nos macacos-voadores de "O Mágico de Oz"

 
*17: Carpenter posteriormente refletiria sobre o filme: Fuga de Los Angeles é melhor do que o primeiro filme. Dez vezes melhor. É mais maduro. Algumas pessoas não gostam dele porque o sentem como um remake, e não uma sequência... Eu penso que é a velha questão de porque uns gostam de Onde Começa o Inferno (1959) mas acham que El Dorado (1966) é melhor? Ambos são essencialmente o mesmo filme. Ambos têm as suas qualidades e suas fraquezas. Eu não sei e você nunca sabe porque um filme vai ‘acontecer’ ou não. As pessoas não querem ver Fuga desta forma, mas elas realmente não queriam ver O Enigma de Outro Mundo (1982)...Você tem que esperar. Você tem que me dar uma pequena chance”.
 
 
 
O game, cujo personagem Solid Snake é uma homenagem a Plissken

 
 *18: O CanalPlus (atual detentor dos direitos do filme) decidiu levar Luc Besson à justiça pelo roteiro do filme Sequestro no Espaço (2012), cuja história teria sido plagiada do Fuga de Nova York e aproveitando a oportunidade, cogitou fazer o mesmo com Hideo Kojima, sendo impedidos pelo próprio Carpenter, que justificou ter intercedido a favor do japonês: “O CanalPlus queria ir atrás do videogame Metal Gear Solid, que é meio que uma cópia do Fuga de Nova York, também, mas eu lhes disse para não fazer isso. Eu conheço o diretor desses jogos e ele é um cara legal, ou pelo menos é legal comigo.”
 
 

"- Tenho de ir embora logo, antes que esses P*T0$ mudem de idéia e resolvam descontar em mim pelo que aconteceu!!!"



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