segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Classico instantâneo da "Sessão da Tarde" - Crítica - Filmes: Ingresso para o Paraíso (2022)

 


Briga (e reconciliação) de casal

 

por Ronald Lima


E, Julia Roberts e George Clooney "seguram a onda"... 



David (George Clooney de Ave, César) e Georgia (Julia Roberts de Extraordinário) se preocupam com a sua filha Lily (Kaitlyn Dever de Dopesick) que durante suas férias em Bali, decide se casar com o jovem Gede (Maxime Bouttier de Unknown) herdeiro de uma fazenda de algas, e possivelmente deixar de lado o seu futuro como advogada recém-formada.

Os dois, divorciados à bastante tempo, resolvem deixar de lado suas diferenças para salvar sua cria de um destino incerto, sabotando o casamento com os meios de que dispõem, mas sem deixar que a jovem perceba, ficando ambos bem na foto...
 
Quem não ficou envergonhado por seus pais? Quais pais não se preocuparam com o melhor para seus filhos e sem "querer querendo" agiram da pior maneira?


Gede (Maxime Bouttier) conhece Lily (Kaitlyn Dever) de férias em Bali, e decidem se casar

 
Dirigido por Ol Parker (Mama Mia! Lá Vamos Nós de Novo) Ingresso para o Paraíso (2022) é um clássico instantâneo da tradição daquelas comédias românticas com Rock Hudson e Doris Day que passavam na Sessão da Tarde, sendo um filme agradável, leve e divertido.

O roteiro de Ol Parker e Daniel Pipski dá uma boa atualização de conteúdo no gênero, havendo encontros e desencontros, paixões repentinas e inocentes, amizades renovadas e lindas paisagens, filmadas na Austrália, valorizadas pela fotografia de Ole Bratt Birkeland (Judy: Muito Além do Arco-Íris) e que os efeitos visuais de Lola Visual Effects supervisionados por Jeremy Dineen (Velozes & Furiosos 9) faz boas composições com inserções digitais nas locações. 
 
 
Os pais de Lilly, David (George Clooney) e Georgia (Julia Roberts) decidem deixar suas hostilidades de lado para "salvar" a filha


 
A edição de Peter Lambert (A Morte de Stalin) faz com que não percebamos a passagem dos 104 minutos de duração do filme, mantendo um pique narrativo coeso, terminando de forma redonda, sublinhada pela música de Lorne Balfe (His Dark Materials: Fronteiras do Universo) que valoriza os momentos de carga emocional variada, mesclados com hits clássicos dançantes das décadas de 80 a 90.

Mas o filme não se sustentaria se a química do trio George Clooney, Julia Roberts e Kaitlyn Dever não conduzisse a narrativa de forma adequada, delineando bem o quadro de uma família divorciada e já extremamente adaptada ao fato, e lidando com as reviravoltas que suas ações deflagram.

 

Georgia, como uma mulher bem resolvida, se relaciona com Paul (Lucas Bravo) um cara mais novo,sem neuras

 
A direção de arte é eficiente, com os figurinos de Lizzy Gardiner (A Filha do Rei) definindo os personagens em seus arquétipos bem definidos: O paizão, a amiga maluquinha, o galã gostozão, o amigo gente-boa, etc... junto com o desenho de produção de Owen Paterson (Godzilla vs. Kong) que caracteriza seus ambientes, típicos do gênero como o hotel, a fazenda, etc... 


Dos personagens de apoio se destaca Wren Buttler (Billie Lourd Da trilogia sequel de Star Wars) a amiga maluquinha de Lily, e
Paul (o ótimo Lucas Bravo de Emily em Paris) o “peguete” apaixonado de Georgia (que rende momentos super divertidos) entre outros. 

Ao final Ingresso para o Paraíso cumpre de forma satisfatória seu objetivo de resgatar o gênero da comédia romântica de erros, sendo muito provável que você saia do cinema em alto astral, tendo rido, e chorado na mesma medida caso você vivencie uma situação semelhante à da dupla central 
(a já clássica tentativa dos pais de decidir interferir na vida dos filhos querendo sempre parecer que os apoiam), e aprenda com ela...

 

"- Fizemos o nosso melhor não?"                             

"- Bem, tínhamos que justificar os nossos cachês..."



 

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