domingo, 5 de maio de 2019

Para o Alto e Avante... MESMO!!! - Liga da Justiça (2017)

E a DC começa a flexionar os músculos

 por Alexandre César   

(publicado originalmente em 16/ 11/ 2017)


E Joss Whedon "marveliza" Zack Snyder

 

Reunindo a Big Band...


Finalmente os Deuses ouviram as preces e decidiram mostrar a nós mortais e à chamada “Distinta Concorrência” como se faz um drama poderoso de tintas épicas maior do que a vida, sem cair num conto trágico depressivo ou derrapar propositalmente numa comédia pastelão de fácil apelo.

 

Mulher-Maravilha (Gal Gadot) e Batman (Ben Affleck): reunindo uma equipe coesa

 

Zach Snyder (Watchmen, de 2009, e Man of Steel, de 2013), auxiliado por Joss Whedon (Os Vingadores, de 2012), retoma a trama apontada por ele em Batman X Superman: A Origem da Justiça (2016) e em Liga da Justiça mostra a gênese de fato do grupo, apresentando uma equipe coesa (nem tanto...) e capaz de fazer frente à ameaça das forças de Apokolips e do maligno Darkseid, que tem como seu principal tenente Stepenwolf (voz de Ciarán Hinds em um personagem digital com cara de videogame). Batman/Bruce Wayne (Ben Afleck, estiloso e na medida) junto com Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot, transpirando majestade), recrutam os chamados meta-humanos Arthur Currie/Aquaman (Jason Momoa, uma força da natureza indomável), Barry Allen/Flash (Ezra Miller, ótimo alívio cômico) e Victor Stone/Ciborgue (Ray Fisher, eficiente, mas que poderia render mais) na esperança de deter as hordas de Parademônios, entre outros contratempos, e tentando fazer jus ao legado de Clark Kent/Superman (Henry Cavil, com seu bigode digitalmente apagado). 

 

Mera (Amber Heard) alerta sobre a "Caixa-Materna" em Atlântida...

...na esperança de que Aquaman (Jason Momoa) se posicione
 

E ainda temos a participação de Lois Lane (Amy Adams) e do Comissário James Gordon (J.K.Simmons), além de aparições pontuais de Martha Kent (Diane Lane, sempre fofa), Mera (Amber Heard), Hippólita (Connie Nielsen) e do sempre perigoso Lex Luthor (Jesse Eisenberg) no desenrolar da trama. Vulko (Willem Dafoe), Perry White (Lawrence Fishburne) e Antíope (Robin Wright), apesar de prometidos, não aparecem em cena, tendo as suas cenas provavelmente ficado na mesa de edição para não comprometer a duração do filme (esperem por eles quando for lançado o blue-ray da “versão do diretor” com 30 minutos ou uma hora a mais).

 

Aprendizado: Barry Allen (Ezra Miller) descobre qual é o maior super-poder

Visualmente o filme é riquíssimo, cheio de easter-eggs, que valem uma segunda assistida para enumerar as citações aos quase oitenta anos de história de toda esta mitologia popular. E temos a direção de arte e o efeitos visuais evidenciando a visão típica de Snyder com, é claro, o seu voyerismo estético (apresentando suas amazonas saradas, questionadas por muitos). A música de Danny Elfman que, inspirado, não poupa citar os temas clássicos destes personagens icônicos, sejam de sua autoria em cinema e TV ou de outros mestres. Hits pop como “Come Together” (Lennon/McCartney) da o tom da seleção musical, que sublinha e valoriza a trama.

As saradas Amazonas vigiam a "Caixa-Materna" de Themyscira...

... e a defendem dos para-demônios na melhor sequência do filme
 

 

A tese de Snyder de que “quando os deuses lutam, os homens têm que correr para não serem pegos pelo fogo trocado entre eles” persiste, mas aqui, graças à ajuda de Whedon, que assumiu as tomadas que tinham de ser refeitas e a edição final (apesar de não creditado como co-diretor), ela é suavizada, deixando o filme mais palatável ao fã mais conservador que se sentia não representado por um universo heróico tão escuro e depressivo, pouco preocupado com os humanos. Aqui, os heróis tem seus momentos de “controle de danos”, salvando as pessoas comuns. Liga da Justiça é um filme solar. Em grande forma o colorido retorna aos filmes da DC, resgatando inclusive o espírito da Era de Prata, que levava a esperança como tom na figura do herói, aquele capaz de coisas extraordinárias mas de, principalmente, estimular o surgimento do melhor em nós. Afinal, voltar da morte e reencontrar os entes queridos muda a vida de qualquer um, fazendo o amor a todos os aspectos da vida sobrepujar toda e qualquer melancolia.

 

Os "para-demônios" de Apokolips obedecem a Stepenwolf...

... cujo visual parece saído de um videogame
 

Esperem cenas pós-créditos, pois apesar dos “entendidos de plantão”, isto nunca foi exclusividade da Marvel. E elas são muito boas, resgatando a face juvenil e clássica dos heróis e apontando para o que virá a seguir.

 

Ciborgue (Ray Fisher) é uma boa adição ao grupo, que após...

...muitas surras, testemunha o retorno de Clark Kent (Henry Cavil)


A Era Heróica voltou, e com ela o épico e uma grandiosidade bem-humorada sem a necessidade de transformar um panteão mítico em um alvo de uma sucessão de piadas.

Aos poucos, a equipe é formada...

... com a adição de Aquaman e de Ciborgue...

... e o retorno do Superman, para salvar o dia!!!

E então, aceita o desafio Marvel???
 
A corrida do século!!!
 

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