Classe & Elegância sempre...
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Fred Astaire: Sempre sorridente e simpático em cena |
A história da dança em Hollywood pode ser separada entre antes e depois de Fred Astaire, nome artístico de Frederick Austerlitz (⭐ Omaha, 10 de maio de 1899 — ✝ Los Angeles, 22 de junho de 1987) foi um ator e dançarino norte-americano de origem judaica. Era filho de Frederic e Ann Austerlitz - ele austríaco (chegou aos E.U.A. em 1892) e ela descendente de alemães, nascida nos Estados Unidos.
O ator iniciou a carreira cedo, aos cinco anos, ao lado de sua irmã Adele, ainda em Londres. Fez uma pequena ponta em 1915 no cinema, mas sua estréia mesmo só ocorreu em Amor de Dançarina (1933, de Robert Z. Leonard), ao lado de Joan Crawford. Suas marcas registradas eram seu fraque impecável, a cartola e a elegância. Curiosamente não usava cintos, mas uma gravata em volta da cintura. Ele copiou a ideia de seu amigo e também ator Douglas Fairbanks. Suas pernas chegaram a ser seguradas no valor de um milhão de dólares.
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Ginger Rogers & Fred Astaire: dez filmes de uma dupla incrível que se detestava na vida real |
Ainda em 1933 ele atuou no primeiro de uma série de dez filmes ao lado de Ginger Rogers. Os dois formavam uma parceria impecável (“Ele dava classe a ela, ela dava sex-appeal a ele”, explicou certa vez um diretor de estúdio). Na realidade, Ginger e Fred, apesar da química inigualável em cena, se odiavam fora dela... Ele dizia que Ginger era “caipira demais” e que a moça“não conseguia executar passos mais complicados”. Ela, por sua vez, odiava ter sua imagem associada à de Fred. Tanto que, anos depois do fim da parceria, ela declarou: “Eu fazia tudo o que ele fazia, só que de salto alto e para trás” (ah, os famosos...). O arquiteto estadunidense Frank O. Gehry projetou um edifício em Praga, República Tcheca, em homenagem ao casal Fred & Ginger. O edifício toma a forma do casal e parece mostrá-los em plena dança.
Em 1933 casou-se com Phyllis Potter, que morreu em 1954, durante as filmagens de Papai Pernilongo (1955, de Jean Negulesco). Com ela teve dois filhos, Fred e Ava. Seu último filme musical foi em 1968, ano em que passou a interpretar papéis dramáticos. Fora dos estúdios não gostava de dançar e dizia que as danças de salão o entediavam. Grande fã de corridas de cavalos, voltou a se casar em 1980 com a joqueta Robbin Smith, 35 anos mais nova que ele. Haja fôlego...
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Com Paulete Goddard em "Amor de Minha Vida" (1940) |
Fred era bastante perfeccionista, sendo capaz de repetir a coreografia até que não restasse nenhum erro. O ator também tinha uma interpretação intuitiva de muitas canções. Alguns filmes que ficaram imortalizadas com sua presença: O Picolino (1935, de Marc Sandrich), (1935, de Marc Sandrich), Romance Inacabado (1946, de Stuart Heisler), Ao Compasso do Amor (1941, de Stanley Lanfield), Desfile de Páscoa (1948, de Charles Walters), A Roda da Fortuna (1953, de Vincent Minelli), Cinderela em Paris (1957, de Stanley Donnen), Meias de Seda (1957, de Rouben Mamoulian), A Hora Final (1959, de Stanley Kramer) e O Caminho do Arco-Iris (1968, de Francis Ford Coppola).
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Com Cyd Charisse em "A Roda da Fortuna" (1953): Número arrebatador |
Antes de Fred Astaire estrear no cinema, os dançarinos apareciam nos filmes apenas "em partes": os pés, as cabeças e os torsos eram compostos na sala de edição. Astaire, por sua vez, exigia ser filmado de corpo inteiro. Para isso eram necessários longos ensaios - certa vez chegou a três meses com dez horas diárias de trabalho, repetições feitas passo a passo e movimentos de câmara acompanhando a coreografia. Em seus filmes, Astaire conseguiu dar nova emoção à dança, fosse ela banal ou repleta de tragicidade. Sua interpretação era enriquecida pelo que James Cagney chamava de "o toque do vagabundo". Sempre trajado a rigor, seu charme tornou-se lendário.
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Fred Astaire & Gene Kelly em "Ziegfeld Follies" (1945). Rivais e amigos |
Gene Kelly é considerado por muitos seu maior rival, mas na verdade cada um tinha seu estilo e eram bem amigos. Dançaram juntos em somente um filme: Ziegfeld Follies (1945, de vários diretores). Os dois voltaram a se apresentar para o documentário Era Uma Vez em Hollywood (1974, de Jack Haley Jr.), documentário sobre os anos clássicos da dança no cinema. Entre outras participações em cinema e TV, esteve em Os Incríveis Dobbermans (1976, de Byron Ross Chudnow), e participou de um episódio da versão original de Battlestar Galactica (1978). Sua última aparição foi em Histórias de Fantasmas (1981, de John Irwin).
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o prédio na República Theca inspirado em "Fred & Ginger". Sente-se o movimento das curvas |
Voltando no tempo, Inferno na Torre (1974, de John Guillermin) lhe rendeu uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante. Mas ele já havia ganho um Oscar especial em 1949, pela sua contribuição ( à técnica dos musicais ) ao cinema. Ginger Rogers, claro, foi quem lhe entregou o prêmio. Em 1981 recebeu o AFI Life Achievement Award do American Film Institute.
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Com Starbuck (Dick Benedict) em "Battlestar Gallactica". Sempre entre as estrelas |
Há muito tempo atrás, Michael Jackson ficou nervoso quando soube que conheceria Fred Astaire e ficou espantado com a simplicidade do grande astro. Entre verdadeiros reis não há pompa ou circunstância...
Faleceu em 22 de junho de 1987 aos 88 anos de pneumonia em Los Angeles, California. Califórnia, EUA.
Fred Astaire possui uma estrela na calçada da fama, que fica na altura do número 6.756 da Hollywood Boulevard.
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"Até o próximo show..." |
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