domingo, 7 de maio de 2023

Olhar penetrante - In Memorian: Gary Cooper

 


Homem vigoroso

por Alexandre César 
(Postado originalmente em 07/ 05/ 2018)

A encarnação clássica


Com Marlene Dietrich em "Marrocos" (1931). Jovem promissor


Com ele, logo de cara, o seu olhar firme e penetrante já nos dizia que ele não estava para brincadeiras, embora se permitisse um certo senso de humor, quando a situação permitisse. Elegante, mas de uma sobriedade espartana, sabia fazer valer a expressão "menos é mais", o que contrastava com o vigor que seus tipos esbanjavam, numa grande, mas precisa, intensidade emocional. esta era a síntese de Gary Cooper.

Nascido Frank James Cooper (  Helena, 7 de maio de 1901 – Los Angeles, 13 de maio de 1961) ele foi um ator anglo-americano duas vezes ganhador do Oscar de melhor ator. Sua carreira durou desde a década de 1920 até a sua morte, tendo atuado em mais de cem filmes. Ele era reconhecido por seu forte estilo de atuação, e pelos vários papéis que teve em filmes do gênero Western, sendo famosa a sua interpretação em sendo famosa a sua interpretação em Matar ou Morrer (1952) ao lado de Grace Kelly (filme que serviu de inspiração para a ficção científica Outland - Comando Titânio (1981) de Peter Hyans, com Sean Connery. 

"Wings" (1927) Primeiro filme a ganhar um Oscar. Ele estava lá...


 Gary Cooper era filho de Charles Henry Cooper, um jovem inglês que deixou a terra natal aos 19 anos e, mais tarde, tornou-se advogado e juiz da Suprema Corte do Estado de Montana. Em 1906, quando tinha apenas 5 anos, seu pai comprou um rancho de 600 acres, o Seven-Bar-Nine, originalmente doado aos construtores da ferrovia que cruzava o Estado. Em 1910, por recomendação médica, sua mãe mudou-se para a Inglaterra, onde permaneceu até os Estados Unidos entrarem para a 1ª Guerra Mundial. Nesse período, Gary e seu irmão mais velho, que a acompanharam, freqüentaram a Dunstable School, na Inglaterra.
 Cooper desde criança ajudava seu pai a cuidar do rancho da família. Na infância também passou uma temporada na Inglaterra junto com a sua mãe e seu irmão. De volta aos EUA continuou a ajudar o pai no rancho. Até que entrou para a faculdade, onde teve o primeiro contato com a arte da atuação. 
 
 
Ainda na fase do cinema mudo. Seu olhar intenso sempre se destacava.
Entre 1925 e 1926, Gary participou como "extra" em cerca de dez filmes, até que surgiu sua primeira grande oportunidade, como ator coadjuvante, em O Beijo Ardente de Henry King, filme estrelado por Ronald Colman e Vilma Bánky. Entre os filmes em que foi coadjuvante, está Wings (1927) de William A. Wellman (primeiro filme à ganhar o Oscar de melhor película). Começava, assim, uma carreira vitoriosa de cerca de 100 filmes, até sua morte aos 60 anos de idade. 
 
 
Com Ingrid Bergman em "Por Quem Os Sinos Dobram (1943). Guerrilheiros contra Franco

Cooper personificou sempre, exceção feita a alguns papéis em comédias, o herói obstinado, de palavras simples, valente, lacônico e solitário, sobretudo em seus westerns, embora também em dramas de aventuras e comédias amorosas.  Interpretou tipos variados como o papel principal em Marrocos (1931) de Joseph von Sternberg, Ruas da Cidade (1931) de Rouben Mamoulian, Adeus às Armas (1932)de Frank Borzage, Alice no País das Maravilhas (1933) de Norman Z. McLeod, como o Cavaleiro Branco, O Galante Mr. Dedds (1936) de Frank Capra, A Oitava Esposa de Barba Azul (1938) de Ernst Lubitsch, Beau Geste (1939) de William A. Wellman, Sargento York (1941) de Howard Hawks  (Oscar de melhor ator), Por Quem os Sinos Dobram (1943) de Sam Wood, baseado no romance homônimo de Ernest Hemingway e no ambiente da Guerra Civil Espanhola, A Felicidade Bate à Sua Porta (1948) de Leo McCarey, o western Matar ou Morrer (1952), de Fred Zinnemann, cujo desempenho lhe rendeu o seu segundo Oscar, interpretando um dos heróis cinematográficos mais conhecidos e queridos do público, lutando sempre pela justiça, Sangue da Terra (1953) de Hugo Fregonese, Vera Cruz (1954) de Robert Aldrich, Amor na Tarde (1957) de Billy Wilder, O Homem do Oeste (1958) de Anthony Mann, A Árvore dos Enforcados (1959) de Delmer Daves entre outros.
 
 
Com Grace Kelly em "Matar ou Morrer" (1952): Clássico imortal que lhe deu o seu segundo Oscar.

Cooper foi casado apenas uma vez de 1933 até a sua morte, com Sandra Shaw com quem teve uma filha. Apesar de ter sido casado durante todo esse tempo, o ator ficou famoso pela sua extensa lista de amantes ao longo do casamento. 
 
 
Com Audrey Hepburn em "Amor na Tarde" (1957). A "gatinha" e o "coroa"...

Em 1960 fez duas cirurgias para retirada de câncer de prostata e em seguida no cólon. Os médicos acreditavam que ele estava curado, até que em 1961, quando estava filmando em Inglaterra seu último filme A Tortura da Suspeita, de Michael Anderson, ao lado de Deborah Kerr, o ator começou a sentir fortes dores no pescoço e no ombro e após uma consulta descobriu que o câncer havia se espalhado para o pulmão e os ossos, formando um caso clínico crítico. 
 
 
Com Ernest Heminguay. Quando os machões se encontram

O ator acabou optando por não fazer tratamentos pesados e acabou falecendo no mesmo ano pouco tempo depois de ganhar da Academia um Oscar honorífico pelo conjunto de sua carreira. Tinha apenas 60 anos.
Encontra-se sepultado em Sacred Hearts of Jesus & Mary R.C. Cemetery, Condado de Suffolk, Nova York nos Estados Unidos.
 
 
Olimpo Hollywoodiano: Com Clark Gable, Van Heflin e James Stewart nos anos 50...

 Seu legado perdura como uma lenda que intuitivamente sabia mesclar talento, elegância e visceralidade, num equilíbrio preciso, que cativava justamente por apresentar a medida certa dessas qualidades, de forma natural.
 
Nós te saudamos Gary!!!



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