Os dinossauros & o mercado
E continua a saga dos dinos de Spielberg
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Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard): "Casal" entre tapas, beijos e erupções cataclísmicas |
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Um dos salões da Mansão Lockwood: Cenário de fantasia com toques de terror gótico |
Mas num quesito a franquia dos lagartões leva uma vantagem: ter no conjunto uma maior coerência narrativa, pois não sentimos aquela diferença brutal no plano de fundo de um filme para o outro. Se, no caso dos robozões, a cada filme todo background é reescrito na cara-de-pau e o universo dos mutantes é um caos cronológico (com retificações que, se corrigem uma coisa, bagunçam outras três...), desde o primeiro Jurassic Park (1993, de Steven Spielberg) temos como fato constante a trama da InGen e seus desdobramentos, seguindo de filme a filme de forma natural. É um mundo paralelo ao nosso e pronto.
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Tudo sempre começa com um incrível e pacífico herbívoro... O que poderia dar errado??? |
Jurassic World - Reino Ameaçado (2018) é coerente em sua proposta de continuação, investindo mais no suspense e com o tom da trama mais sério e sombrio. Ele remete ao clima de suspense e terror do primeiro (2018) é coerente em sua proposta de continuação, investindo mais no suspense e com o tom da trama mais sério e sombrio. Ele remete ao clima de suspense e terror do primeiro Jurassic Park. Apesar de censura livre não é um filme infantil.
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"Prazer, meu nome é alossauro... vamos ao que interessa???" |
Dirigido por Juan Antonio Bayona (O Orfanato, de 2007). o filme traz um visual obscuro com ótimas cenas usando jogo de sombras para assustar os espectadores. Com menos CGI do que o filme anterior (dirigido por Colin Trevorrow), este faz um maior uso dos animatrônicos, interagindo otimamente com a computação gráfica, o que resulta num realismo táctil dos dinossauros.
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A erupção do vulcão: Estouro da boiada e salve-se quem puder!!! |
Certas cenas são meio previsíveis, como a do grupo que, ao revisitar a Ilha Nublar (apesar dos avisos...), faz um primeiro contato com um imenso herbívoro inofensivo (aqui um braquiossauro, que também protagoniza a cena mais triste, de dar dó...), nos maravilhando como no (apesar dos avisos...), faz um primeiro contato com um imenso herbívoro inofensivo (aqui um braquiossauro, que também protagoniza a cena mais triste, de dar dó...), nos maravilhando como no Jurassic Park original. Os homens com sua ganância revelam seus planos e, logo em seguida, isto acaba pondo as crianças em risco. Quando tudo parece perdido, surge a “cavalaria” (ou um dino ex machina) que ajuda nossos heróis a escapar e o vilão, vira o último e indigesto prato do dinossauro.
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Owen e Blue: Laços de família |
O uso do fan service autorreferente de Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros continua presente e é inevitável, pois franquias sempre tendem a ter certo percentual de “mais do mesmo”. A dosagem disto é o que pode surpreender o público, decidindo o sucesso ou fracasso do filme.
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Claire e ao fundo Zia (Daniella Pineda): Adeus salto alto! |
Quanto aos personagens, Owen (Chris Pratt, ótimo e carismático) continua o seu relacionamento briga-não-larga com Claire (Bryce Dallas Howard, dando mais simpatia a personagem) . Trocando o salto alto por boots, ela está bem mais humana e amável, envolvida em salvar os dinos da inevitável destruição pela erupção do vulcão da Ilha Nublar (ora, vocês sabem que filme de dinossauros sem algum evento natural cataclísmico fica estranho...) Desta vez o casal conta com dois ajudantes: Franklin (Justice Smith), nerd e alívio cômico do filme, e a dino-veterinária Zia (Daniella Pineda), destemida e despachada. Mas, como grande trunfo, temos a marcante (apesar de curta) participação como Ian Malcolm (Jeff Goldblum), que levanta os dilemas morais decorrentes das ações dos seres humanos.
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Claire e Franklin (Justice Smith) travando contato com um carnotaurro |
O grande responsável pela mudança de cenário na trama é o bilionário Benjamin Lockwood (James Cromwel), antigo conhecido do finado John Hammond - o homem por trás da InGen original -, que planeja levar os dinossauros para um santuário organizado por seu assistente Mills (Rafe Spall), antigo amigo de Claire. Participações pontuais de Geraldine Chaplin, sempre competente, como a governanta e babá da neta de Lockwood; Toby Jomes, como um traficante de armas; e Ted Levine, como o típico caçador inescrupuloso.
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"Olá! Eu sou o Indoraptor, o novo astro!!!" |
Após a erupção do vulcão, que torra boa parte do orçamento do filme, o transporte leva os dinossauros para o continente, lembrando um pouco a segunda metade de O Mundo Perdido (2007, de Steven Spielberg), mas consegue manter o suspense (e o interesse do espectador) quando chegamos ao clímax na imensa mansão de Lockwood. Com tons de terror gótico, a construção acaba lembrando um castelo medieval fantástico, com seus janelões, parapeitos, e um monstro à luz da Lua entre nuvens. Isso revela a assinatura de Bayona, que mescla as fábulas de horror europeias com o terror contemporâneo e cria algo atemporal, como já mostrou em O Orfanato e Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016).
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"Um dragão ronda o castelo à noite, atrás de criancinhas..." |
Ao fim, vemos que, como Malcolm alertou, não tem jeito. Os dinossauros vieram para ficar. A caixa de Pandora foi aberta e provavelmente daqui a dois ou três filmes, veremos velociraptores vira-latas fuçando as ruas das cidades, pterodáctilos fazendo ninhos nos lixões, apatossauros sendo criados como gado, e é claro, de tempos em tempos haverá temporada de caça para tiranossauros, no intuito de diminuir a superpopulação.
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"Calma menininha, eu não vou te machucar. Pareço um monstro???" |
Jurassic World - Reino Ameaçado não é perfeito, mas vale a pena assistir, pela sua mescla de ação e suspense na proporção ideal para assustar e divertir.
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"-Eu sou o Rei dos Animais seu vira-latas! " "- Pula aqui e prova lagartixa!!!" |
E, embora não seja um filme da Marvel, não saia do cinema antes do término dos créditos.
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"Tan-tan-tan tantan... Tanatanatanatan..." |
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