Chegou a hora, mortais...
por Alexandre César
Animação da Netflix se conclui em grande estilo
Quase quatro anos depois de sua estreia, no já distante ano de 2017, Castlevania chega
à sua conclusão. O final desta saga com sua premissa simples - a jornada de três
protagonistas se unindo para enfrentar o Rei dos Vampiros: o último guerreiro de sua linhagem, Trevor Belmont (voz de Richard Armitage, da
trilogia O Hobbit); a Maga Oradora Sypha Belnades (voz de Alejandra Reynoso, de Artificial) e Alucard (voz de James Callis, de Battlestar Galactica), o filho mestiço do poderoso Conde Drácula - deixa no fandon uma pontada no peito.
Desde seu início, a série foi introduzindo mais personagens, com tramas complexas que se revelaram maiores que iam além de tentar acabar com um poderoso inimigo. A notícia de que a série chega ao fim é um momento delicado para o espectador, pois, apesar de muitos terem sido conquistados pela qualidade da animação e suas sanguinolentas cenas de ação (de uma violência gráfica ímpar), o seriado (baseado nos jogos da Konami) sempre teve muito mais a oferecer, consolidando a sua posição como uma das melhores animações já produzidas pela Netflix. E, se por um lado há tristeza em dizer adeus ao anime, com seus personagens marcantes e a seu universo especial, por outro é possível celebrar uma conclusão de algo que se encerra em alto nível, investindo em suas virtudes para contornar (e superar) suas falhas eventuais. Afinal, pior do que um final, é um mal final. O que aqui, não é o caso.
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Separados: Trevor Belmont e Sypha Belnades prosseguem em sua jornada lutando um dia de cada vez... |
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...enquanto Alucard está solitário e desiludido, à um passo do fundo do poço |
A última temporada da série, criada e escrita por Warren Ellis (Red; Aposentados e Perigosos) e dirigida por Sam Deats (A King´s Tale: Final Fantasy XV) e Amanda Sitareh B. (Obtuary: A Grave Begning), recomeça seis semanas após o apoteótico final da terceira temporada, mostrando um clima de tensão, com a Wallachia entrando em colapso e mergulhada no caos pelo embate de várias facções. Algumas buscam tomar o controle e outras almejam trazer Drácula (voz Graham McTavish, de de Preacher) de volta do mundo dos mortos. Ali ninguém é quem parece ser ou pode ser confiável.
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Lenore e o escravizado Hector (Theo James) até amadurecem o seu relacionamento |
Trevor e Sypha (mais do que assumidos como casal) seguem de cidade em cidade caçando criaturas da noite e lidando com o fato de que muitas vezes os piores monstros são humanos. Eles continuam a enfrentar as repercussões de tudo que viveram e seguem em frente, embora seu relacionamento não fica imune, pois nesta jornada (que dura toda a temporada), além de ter de lidar com tudo o que encontram pela frente, precisam impedir o retorno de Drácula e sua esposa Lisa Tepes (voz de Emile Swallow, de O Mandaloriano), que continuam presos no inferno, como também encontrar um direcionamento para seu futuro. Alucard, por conta da desilusão que teve no final da temporada anterior (quando se abriu para Taka e Sumi, e foi traído) está caindo na melancolia.
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Enquanto o trio está separado, na corte de Styria, Carmilla (Jaime Murray, de Defiance), embora supere a sua vocação de vilã megalomaníaca à lá Game of Thrones,
segue com seus preparativos para o ousado plano de conquista da Europa.
Ela delega as funções de campo para a gigante guerreira Striga (voz de Ivana Milicevic, de Banshee) e a cerebral Morana (voz de Yasmine Al Massri, de Quantico). Embora tenham surgido como figuras menores na corte de
Carmilla, essas duas trouxeram complexidade ao núcleo, questionando o seu papel nos
acontecimentos e tiveram um bom final de arco, ainda que aquém do que
prometia.