O homem com a face do mundo
O homem com a face do mundo
por Alexandre César
(Originalmente postado em 21/ 04/ 2018)
Seus personagens pareciam tirar a força da própria terra
![]() |
Como Paul Gaugain em "Sede de Viver" (1956) fazendo contraponto à Kirk Douglas como Van Gogh |
Um homem que poderia interpretar qualquer papel de indivíduo decidido e de atitudes firmes, fosse bandoleiro, guerrilheiro, árabe, grego, italiano, palestino, índio americano, esquimó, samoano, mongol, toureiro, russo etc. Do homem solitário, ao paizão (foi pai de treze filhos) ou avôzão amoroso, este mexicano, que teve como padrinho de batizado nada menos do que o ícone do cinema mudo Rodolfo Valentino (1895 - 1926), o primeiro superastro do cinema, por quem as donzelas da época suspiravam, não deixou por menos, firmando seu nome como uma estrela de primeira grandeza.
![]() |
Em "Barrabas" (1961) de Richard Fleisher, como o prisioneiro que a multidão preferiu no lugar de Cristo. |
Nascido Antonio Rudolfo Oaxaca Quinn ( ⭐ Chihuahua, 21 de abril de 1915 – ✝ Boston, 3 de junho de 2001), o ator premiado Anthony Quinn nasceu no México e se tornou conhecido por seus tipos durões, que na maioria das vezes tinham bom coração.
![]() |
Como um pirata, num papel menor, em início de carreira em "O Cisne Negro" (1942) |
Antes de iniciar sua carreira como ator, Quinn trabalhou como açougueiro e boxeador, tendo se tornado cidadão dos Estados Unidos nos anos 1940. Chegou também a estudar arquitetura. Surpreendeu muita gente em Hollywood ao demonstrar ser dono de uma vasta cultura, que contrastava com a imagem de “mexicano rústico” que sempre lhe associavam. Dizia sempre para aqueles que não acreditavam no tamanho da sua biblioteca: “Eu sou um mexicano ignorante, mas eu li todos esses livros! Tudo têm alguma utilidade!” Também foi por um tempo conhecido por “ser o único mexicano a quem Cecil B. DeMille daria razão”, por causa de uma observação que fez num set de filmagem, no qual o cineasta estava presente, que o ouviu e disse: “Ele tem razão!” para surpresa da equipe que já o via no olho da rua. Posteriormente, DeMille se tornaria seu sogro.
![]() |
Como o homem forte do circo, com Giullieta Massima em "La Strata" (1954) de Federico Fellini |
É o vencedor do Oscar em 1965 por seu personagem mais icônico em 1965 por seu personagem mais icônico Zorba, o Grego (1964, de Michael Cacoyannis) e foi o ator que mais filmes fez ao lado de outros atores ganhadores da estatueta. Dos 46 longa metragens que participou, 28 foram com atores vencedores do Oscar e 18 com atrizes vencedoras do prêmio. Também ganhou um Oscar de ator coadjuvante por uma participação de apenas oito minutos, tempo de duração de todas as suas cenas em Sede de Viver (1956, de Vincente Minnelli e George Cukor), com Kirk Douglas como o pintor Van Gogh, sendo premiado por sua performance como o pintor Paul Gauguin.
Era grande amigo de Orson Welles e possui uma estrela no Passeio da Fama, localizado em 6251 Hollywood Boulevard.
De suas premiações se destacam, os Oscars como ator principal em Fúria na Carne (1957, de George Cukor) e, o já citado, Zorba o Grego - baseado no romance de Nikos Kazantzakis -, que lhe deu também uma indicação ao Globo de Ouro e ao Bafta). Como ator coadjuvante, ganhou o Oscar em Viva Zapata! (1952, de Elia Kazan) e no também citado Sede de Viver. Além disso, ganhou o Prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto de sua carreira em 1987.
![]() |
Com Alan Bates em "Zorba, o Grego" (1964), o seu personagem mais icônico |
Foi indicado também ao Globo de Ouro de melhor ator por O Segredo de Santa Vitória (1969, de Stanley Kramer) e como ator coadjuvante no telefilme Gotti - No Comando da Máfia (1996, de Robert Harmon). No Bafta também foi indicado por Lawrence da Arábia (1962, de David Lean).
Mas, como nem tudo são flores, recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro como pior ator coadjuvante por Império do Crime (1991, de Michael Karbelnikoff).
![]() |
Como o Sheik de uma das tribos beduínas de "Lawrence da Arábia" (1962) |
De seus vários personagens de destaque, podemos citar também o guerrilheiro de Os Canhões de Navarrone (1961, de J. Lee Thompson), o Papa Russo de As Sandálias do Pescador (1968, de Michael Anderson) e o camponês romeno, acusado de ser judeu, que é usado pelos nazistas como objeto de propaganda racista em A Vigésima Quinta Hora (1967, de Henri Verneuil) entre outras tantas no cinema e na TV, de diversas partes do mundo, que encheriam este post.
![]() |
Em 1967 Com Os filhos Francesco e Danny Ao total ele Teve 13 filhos em seus 3 casamentos |
![]() |
Como o guerrilheiro de "Os Canhões de Navarrone" (1961) |
0 comentários:
Postar um comentário