sábado, 3 de julho de 2021

Jogando os dados - Crítica - Filmes: A Noite do Jogo (2018)

 


A Divertida Jogabilidade da Vida

por Alexandre César

(Originalmente postado em 10/ 05/ 2018)


Criativa comédia de aventuras cativa e diverte

 

Kevin (Lamorne Morris) e Michelle (Kylie Bunbury). Yan (Billy Magnussen) e Sarah (Sharon Horgan). Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams): Vai começar a diversão dos casais!

Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams) adoram jogar. Conheceram-se em competições de jogos de tabuleiro e campeonatos diversos. Não demorou veio o interesse, a atração e... um casamento em que a adrenalina e a competição de acertar o significado da mímica, ou conquistar o mundo ou descobrir se o culpado é o mordomo ou o Coronel Mostarda fazem parte de seu mundo cotidiano. Eles compartilham isso com seus amigos em noites que se reúnem para horas divertidas de descontração e colocarem seus dons à prova. 
 

Max e seu irmão Brooks (Kyle Chandler) : Rivalidade entre irmãos
 
Brooks (Kyle Chandler), o carismático irmão de Max e sua “pedra no sapato”, convida o casal e outros dois casais amigos deles para sua casa, onde organiza uma festa de assassinato e mistério, com direito a bandidos e agentes federais falsos - um jogo em que os jogadores são as próprias peças e o mundo é o tabuleiro. Então, quando Brooks é sequestrado diante deles, os casais acreditam que tudo faz parte da misteriosa brincadeira. Os seis amigos competitivos precisam resolver o caso para vencer o jogo, cujo rumo vai se tornando cada vez mais inesperado, com reviravoltas e surpresas.
 
Ryan (Billy Magnussen) e Sarah (Sharon Horgan): O bonitinho burro e a bela madura bem-resolvida. Rola?
 
A Noite do Jogo (2018) marca o segundo longa-metragem da parceria John Francis Daley & Jonathan Goldstein como codiretores - o primeiro foi o remake de de Férias Frustradas (2015) - e é uma bola dentro. Mostra-se uma comédia sensacional, plena de situações absurdas, diálogos “qualquer coisa” e um roteiro bem amarrado de Mark Perez para propiciar toda essa sandice.
 

Michelle e Kevin têm um relacionamento monogâmico desde os 14 anos, sem qualquer infidelidade Será?

 
Bateman e McAdams convencem como um casal que se curte, assim como Kevin (Lamorne Morris) e Michelle (Kylie Bunbury) estão ótimos como o casal que se conhece desde os 14 anos e nunca (?) foram infiéis um ao outro. O casal Ryan (Billy Magnussen) e Sarah (Sharon Horgan) é outro achado: ele, bonito e burro como uma porta, e ela, uma bela e inteligente ruiva irlandesa (eles dizem que não tem nada sério, mas é nítida a atração). Ainda temos participações espertas de Jeffrey Wright, Danny Huston e Michael C. Hall como o “búlgaro” (tão perigoso quanto o Dexter, seu personagem mais famoso da série do mesmo nome).
 
Gary (Jesse Plemons) o vizinho sinistro e separado que o casal deixou de convidar. Ótima composição de personagem aliado a recursos narrativos

 

Mas, quem rouba a cena é Gary (Jesse Plemons), o vizinho policial recém-separado que o casal deixou de convidar por ser um chato. Sua composição de um tipo meio sinistro, solitário e perturbado é hilário, sempre com algum recurso estilístico nas suas cenas, realçando essa característica. Só vendo.

 

O casal Max e Annie se metem em situações insólitas por conta de um sequestro encenado, que depois cruza com um real, sem que eles se deêm conta



Um grande trunfo do filme na parte visual é o uso dos efeitos alinhados com o trabalho do diretor de fotografia Barry Peterson e do desenhista de produção Michael Corenblith que agregam uma característica lúdica às tomadas de câmera. De longe fazem os prédios, casas e carros parecerem de brinquedo e, ao aproximarem-se, retornam a seu aspecto real, táctil. A abertura, mostrando os logotipos das produtoras, Warner Bros, New Line Cinema e outras peças de tabuleiro, entre dados, pinos, casinhas de Banco Imobiliário remetem a este imaginário. A edição de Jamie Gross , Gregory Plotkin e David Egan se alinham com a trilha sonora, composta por Cliff Martinez, que intercala com temas, como “Feel It Still”, de  Portugal. The Man, a clássicos do Queen, como “Don’t Stop Me Now” , que surge na abertura, definindo de cara quem são Max e Annie e o que os une, e “We Are the Champions” no final, quando nos despedimos dos personagens que seguem seus novos rumos.
 
 

No meio das encrencas o casalcruza o camnho do sinistro "búlgaro" (Michael C. Hall)


Enfim, A Noite do Jogo resgata, através da aventura e da comédia alucinada, a diversão de uma reunião de amigos, sejam eles casados, enamorados ou solteiros, que gostam de passar horas agradáveis curtindo uma partida de um jogo qualquer ou de assistir a um bom filme com pipoca e refrigerante.
 
 
"- E aí galera, vamos jogar???"

 

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