Muito mais do mesmo - Crítica - Filmes: Mentes Sombrias (2018)

 

Divergente, Repetente, Incompetente

por Alexandre César

(Originalmente postado em 18 /08/ 2018)

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  A"original" fuga no meio da distopia

 

A jovem Ruby, pouco antes de completar 10 anos, vê o seu país ser acometido por um vírus misterioso que mata mais de 90% das crianças. Ela adquire poderes telepáticos na mesma época, sendo em seguida internada num campo de reabilitação para onde o governo mandou as crianças e os adolescentes que sobreviveram à doença misteriosa e ganharam poderes poderes em contato com o vírus. O plano do governo era agrupá-los associando-os a cores de acordo com o tipo de habilidades desenvolvidas: Verdes (super-inteligência), Azuis (telecinesia), Amarelos (poderes elétricos ou afins), Laranjas (poderes psíquicos) e Vermelhos (verdadeiros “cães de guerra”). Estes dois últimos – os grupos mais perigosos – eram passíveis de execução.  

 

Usando os seus poderes para se passar por "Verde", Ruby (Amandla Stenberg) procura passar despercebida.

Após seis anos fingindo ser uma verde, Ruby (Amandla Stenberg) escapa do confinamento - com a ajuda da Dra. Cate Connor (Mandy Moore), uma médica do campo - e se junta a outros jovens em fuga: Chubs (Skylan Brooks), Liam (Harris Dickson) e Suzume (Miya Cech). Eles iniciam uma jornada pelos devastado Estados Unidos em busca de um lugar para se esconder, conhecendo no caminho outros jovens iguais a eles e amadurecendo neste processo que a tornará a líder de uma revolução. Original, não???  

 

A Dra. Cate Connor (Mandy Moore) é membro de uma grupo chamado "A Liga" que pretende reunir e treinar os perseguidos jovens especiais. Nunca vi nada igual...

Inspirado na série de livros de Alexandra Bracken, Mentes Sombrias (2018), dirigido por Jennifer Yuh Nelson (Kung Fu Panda 2 & 3), é produzido por Dan Cohen, Shawn Levy (), é produzido por Dan Cohen, Shawn Levy (Stranger Things) e Dan Levine (A Chegada). Apesar de um bom elenco e competentes valores de produção, não passa de uma aventura genérica que recicla na cara dura clichês de X-Men, Jogos Vorazes, Maze Runner, Divergente, Crepúsculo etc. Ou seja, todas as situações de adolescentes especiais incompreendidos enfrentando um sistema brutal (e adulto) num mundo distópico, onde deverão aprender a usar suas habilidades em prol de um bem maior de harmonia, justiça e inclusão.  

 

Chubs (Skylan Brooks), o super-gênio; Suzume (Miya Cech), a elétrica; Ruby (Amandla Stenberg), a telepática; e Liam (Harris Dickson), o telecinético: qualquer semelhança com "Fugitivos" ou outros heróis mutantes juvenis é mera ...cópia???

O curioso é pensar que a O curioso é pensar que a Fox - que tem nas mãos os X-Men e Deadpool, entre outros heróis mutantes - ter bancado esses heróis genéricos meia-boca num contexto em que tudo lembra alguma coisa já feita anteriormente e de forma bem melhor que o presente filme.  

A série já conta com três histórias publicadas. Apenas o primeiro saiu no Brasil.

Pode ser que estejam tentando criar uma franquia que fale ao público-alvo millennial, com apenas uma trama facilmente identificável e de desenvolvimento linear, e facilmente esquecível, sem a necessidade de se ater a todo um passado de histórias, como ocorre no caso dos super-heróis dos quadrinhos, que costuma trazer com eles seus fãs xiitas.  

O grupo circula por uma América estagnada economicamente, cheia de shoopings e postos de gasolina abandonados.

Do elenco, a única surpresa é a ótima breve participação de Gwendoline Christie (a Lady Briene, de Game of Thrones), quase irreconhecível como a caçadora de recompensas Lady Jane. Ela devia ter um final de semana vago na sua agenda e resolveu ganhar uns trocados...

Ruby encontra um "mentor" que a ajuda a desenvolver os seus poderes mentais: boas soluções visuais.

No cômputo geral é só isso: Muito mais do mesmo, mesmo! 

Empoderamento de botequim: O final "United Colors of Benethon" é de lascar!!!