domingo, 27 de junho de 2021

Perseguidas..... - Crítica - Filmes: Meu Ex É um Espião (2018)

 


Ação "mulherzinha" e da boa!

por Alexandre César

(Originalmente postado em 23/ 08/ 2018)


Filme se apóia na boa química de suas protagonistas
 

Audrey (Mila Kunis) este meio na fossa, pois na plena comemoração de seus 30 anos, está sozinha, pois o seu namorado Drew (Justin Theroux) sumiu do nada há semanas e não responde aos seus zaps, coisa que a deixa por baixo, apesar de Morgan Freeman (Kate McKinnon) sua melhor (e sem-noção) amiga tenta reverter. Paralelo a isso e a alguns flashbacks mostrando como haviam se conhecido e iniciado um relacionamento tão promissor, acompanhamos o sujeito na Lituânia executando uma missão (e alguns oponentes no caminho...) no melhor estilo Jason Bourne, revelando algo que Audrey Ignora: Ele é um espião, e dos mais letais!
 
 
Drew (Justin Theroux) e Audrey (Mila Kunis): Casal fofo, pelo menos na cabeça dela.

Após a descoberta da real atividade do seu namorado, as duas acabam envolvidas numa trama em são perseguidas pela Europa, tentando entregar “o pacote”, que supostamente era seu troféu de uma liga imaginária de futebol. Entre as belas locações de cartão postal em Paris, Aústria e Hungria, as suas vidas passam a ficar por um fio entre situações insólitas e hilárias.
 
 
Audrey e a sua melhor amiga Morgan Freeman (Kate McKinnon), louca mas fiel, e que aproveita ter o nome do grande ator para fazer reservas em restaurantes...

 
 Assim podemos resumir Assim podemos resumir Meu Ex é um Espião (2018) de Susanna Fogel, que apesar de dirigido por uma mulher, demonstra fôlego nas cenas de ação bem coreografadas e bastante competência ao alternar as situações típicas de aventura de espionagem e comédia de ação, temperada com um jeito “mulherzinha de ser”, que agrada tanto ao público feminino quanto ao masculino.
 
 
Caçadas como terroristas as duas tentam entregar o "pacote"...

O roteiro de Susanna Fogel e David Iserson mescla em certos momentos ao longo do filme cenas de ação e de espionagem dividindo o espaço de tela com cenas de comédia romântica nas 2 horas de filme, com sequências de ação não voltadas para o lado cômico (com tombos e tropeços apenas no andamento natural das coisas) e não abrindo espaço para piadas e trocadilhos forçados. Era um recurso narrativo muito usado naqueles filmes do Rock Hudson com a Doris Day como se fossem dois filmes em um só, tendo as cenas de ação uma distância boa da mesma, facilitando a sua visualização e os pedaços de comédia com um toque mais delicado, focando nos closes, mostrando as expressões faciais e a reação de cada uma das personagens em cena.
 
 
Duffer (Hasan Minhaj) e Sebastian Henshaw (Sam Heughan): Dupla de agentes meio disfuncionais entre si.

No mais, o humor impera, fugindo à regra de que fusões de filme de espião com comédia acabam em filmes meio escrachados e bobos, seja na boa interação do elenco, com Kunis bela, sonhadora apesar de tudo, fazendo de Audrey uma fofa, seja pelo completo contraste com McKinnon que faz um ótimo contraponto/alívio cômico da sua surtada Morgan, cuja insistência no usar frases feministas consegue dar toques de empoderamento (não necessariamente da forma correta) criando graça justamente pela repetição e insistência da personagem em querer ser uma agente, ou quando conta se gabando sobre o seu suposto relacionamento com Edward Snowden. É uma descompensada, mas as duas formam uma dupla e tanto.
 
 
Wendy (a eterna Dana Scully de "Arquivo X" Gillian Anderson): Até as líderes de serviços secretos ficam stressadas.

No elenco, destaque para o elenco de apoio que sabe dar o seu recado aproveitando o tempo que lhe é dado, como dupla Sebastian Henshaw (Sam Heughan) o espião galã e Duffer (Hasan Minhaj) o espião indiano formando de Harvard, e a sua chefe Wendy (Gillian Anderson) com suas tiradas irônicas sobre a competência de seus operativos e ao avaliar a performance das duas malucas fazer aquela cara de “O que é que eu estou fazendo aqui?”, ou o motorista e DJ Lukas (Kev Adams) do ÜBER, ou a dupla Carol (Jane Curtin) e Arnie Freeman (Paul Raiser) pais de Morgan que nos mostram o porquê dela ser do jeito que é. Outros destaques são Lolly Adefope como Tess, amiga lesada das duas que faz declarações aos jornais quando as duas estão sendo caçadas como terroristas (veja as suas cenas ao longo dos créditos finais...) e a belíssima e exótica Ivanna Sakhno com Nadedja, a super-espiã-assassina cujos grandes olhos e caras e bocas de top model dão –lhe um “quê” meio alienígena . Cabe dizer que a cena em que ela de tocaia com fuzil e mira pergunta quem ela deve matar e o chefe fala: “-duas americanas idiotas!” e ele fica perdida porquê cada turista americana que ela mira no local é mais idiota que a outra, deixando-a agoniada sem saber o que fazer, vale o ingresso...
 
 
Nadedja (Ivanna Sakhno): Super-über espiã, assassina, torturadora, ginasta e top model. Pacote completo e perigo real e imediato..

 A música de Tyler Bates embala a aventura na medida certa, apesar de ficar no estritamente necessário, acompanhando a montagem de Jonathan Schawartz que encadeia bem as passagens sejam românticas, ou da mais alucinada ação ou do humor mais escrachado. A fotografia de Barry Peterson e o desenho de produção de Marc Homes, junto com a direção de arte, emolduram o ambiente onde a trama e seus desdobramentos se acumulam sem chamar muito a atenção para si, bem como os figurinos de Alex Bovaird definem bem as personagens, no início , com um tom casual e despojado, para ao final repaginar as nossas heroínas no melhor estilo Girl Power! E falar mais do que isso é desperdício. Vá e curta.
 
 
"-Estamos prontas para a próxima fase do game m0th3r f#ck3r!!!..."

 

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