O Upgrade de um clássico
por Alexandre César
Spielberg vence o desafio de encarar o gênero musical
Natalie Wood e Richard Beymer no clássico de 1961 dirigido por Robert Wise |
#Oscar 2022
Upper West Side, 1957. Vemos um panorama de escombros, onde a câmera passa voando sobre o que parece ser uma zona de guerra, mostrando prédios esfacelados com toneladas de entulho, canos, e banheiras (muitas banheiras) coallhando o solo. Acompanhamos o olhar sobre essa paisagem desolada até bem de perto do que descobrimos ser uma bola de demolição de um guindaste. Dali a câmera mergulha para o chão, quando um porão se abre e vemos surgir um adolescente de traços magros e um ar rebelde temperado com pitadas de sociopatia.A trama básica do musical é a de "Romeu e Julieta" e William Shakespeare |
O rapaz traz latas e tinta para seus colegas de bando, e tendo ao fundo assoviado o já conhecido tema "Jet Song" ("Quando você é um Jet, você é um Jet de todo o jeito ..."), e enquanto seguem seu caminho vemos um outdoor ilustrando o projeto urbano que eliminará os cortiços e favelas daquele bairro, dando lugar à construção do Lincoln Center. Os rapazes (da gangue dos Jets) usam as tintas para pichar um mural com a bandeira de Porto Rico, provocando os Sharks (seus rivais) e após uma briga, os dois grupos são apartados pela polícia.
O Oficial Krupke (Brian d´Arcy James de Gavião Arqueiro) acompanhado pelo Tenente Schrank (Corey Stoll de Homem-Formiga) despacha os porto-riquenhos e dá um esporro em Riff (Mike Faist de Panic) chefe dos Jets, dizendo que não quer problemas e apontando que os membros das outras gangues, os italianos, os judeus, etc... saíram há um tempo e souberam se ajustar, de forma que, futuramente voltarão para lá com bons trabalhos, morando em prédios modernos, com porteiros porto-riquenhos que irão barrá-los, pois os seus pais (na maioria poloneses) pararam no tempo, estagnando-se e dando origem a eles. Findo o desabafo ele se retira e deixa a gangue de adolescentes “lixo-branco”*1 matutar seu próximo passo contra os latinos pela disputa de um território que na realidade não pertence à nenhum dos dois grupos, que tragicamente nunca percebem que estão no mesmo barco.
Dirigido vigorosamente por Steven Spielberg (Jogador N°1) Amor, Sublime Amor (West Side Story - 2021) impressiona por na sua primeira incursão no gênero musical*2, por ser reverente ao clássico de 1961, e conseguir supera-lo em muitos pontos, com uma cinematografia fantástica, música e números musicais incríveis e vigorosos e, tratando a comunidade porto-riquenha e latina de forma respeitosa, com personagens latinos, interpretados por atores latinos, que parecem latinos, no bom sentido.
Bernardo (David Alvarez, de costas) deseja que sua irmã Maria (Rachel Zegler) saia com Chino (Josh Andrés Rivera) o cara certinho, que estuda contabilidade |
No baile, a rivalidade entre os "Jets" e os "Sharks". A latinidade dos Sharks se expressa fortemente na dança e nos trajes femininos. |
O roteiro de Tony Kushner (Lincoln) baseado no romance de Arthur Laurents (Festim Diabólico) no qual foi baseado o musical da Broadway de Jerome Robbins enriquece e reorganiza a narrativa (por exemplo, o romance de Tony e Maria não é o segredo melodramático de antes), apimentando sutilmente os diálogos e retoma o contexto socioeconômico da época, em especial, a pressão imobiliária, reaparece num cenário mais amplo, pois as duas gangues de jovens (os Jets, poloneses e os Sharks, porto-riquenhos) entram em conflito por causa de suas origens, mas o território pelo qual lutam, também está ameaçado de demolição, sendo os dois grupos empurrados pela gentrificação*3, evidenciando uma nova camada de crítica social, coisa pouco mencionada no filme levado às telas em 1961 por Robert Wise (O Dia Em Que A Terra Parou) e Jerome Robbins (The Ford 50th Anniversary Show), roteirizado por Ernest Lehman (A Noviça Rebelde) com nomes como Natalie Wood (Clamor do Sexo) e Richard Beymer (Twin Peaks) como o casal Maria e Tony, tendo ainda Russ Tamblyn (O Pequeno Polegar) como Riff, e os ganhadores do Oscar George Chakiris (Duas Garotas Românticas) como Bernardo e Rita Moreno (O Rei e Eu) como Anita, por seus papéis no filme (sendo ela, a primeira atriz latina a ganhar o prêmio). No total, a produção venceu 10 Oscars, incluindo Melhor Filme.
Uma troca de olhares, e Maria se encanta com Tony (Ansel Elgort) membro dos "Jets" |
Na trama, Tony (Ansel Elgort de A Culpa é das Estrelas) membro fundador dos Jets conhece num baile (que não deve nada à Grease: Nos Tempos da Brilhantina), a graciosa porto-riquenha Maria (a iniciante Rachel Zegler) que para o seu azar é a irmãzinha de Bernardo (David Alvarez de American Rust), líder dos Sharks, numa fase de conflitos étnicos prestes a estourar, afinal a trama original é livremente inspirada em Romeu e Julieta de William Shakespeare, com as gangues de jovens fazendo papel equivalente ao dos Montequios e dos Capuletos, sendo o amor proibido dos jovens o estopim para o conflito. Ao conhecer Maria, Tony vai queimar o que restou de sua lealdade à gangue, e ela cai de amores ao ter seu primeiro vislumbre dele... descambando os dois num renascimento do amor à primeira vista, que os leva a ousarem correr todos os riscos...
Temos na interação do casal o ponto focal do filme, e as principais comparações e divergências com o original, pois se na versão de 1961, Tony era o bom rapaz de sorriso luminoso e Maria era principalmente uma pessoa alegre e inocente, aqui Ansel Elgort, com seu tom de voz e ar contido, dá a Tony uma aura de perigo potencial, bem trancado dentro de si, enquanto a novata Rachel Zegler dá a Maria um toque de ferocidade e um olhar audaciosamente esculpido de desejo a um passo de despertar. Quando ambos cantam "Tonight", (a música mais transcendente de "West Side Story"), eles estão na escada de incêndio, no estilo Romeu e Julieta do cortiço, sendo este dueto encenado num fluxo coreografado intimista, para que as palavras pareçam girar e dançar, o que caracteriza o amor de ambos como um oásis de esperança na selva de concreto, oferecendo ao mundo (e ao público) um símbolo nostálgico duma alternativa para o exagero dos blockbusters e a angústia indie.
Maria tem como sua melhor amiga a exuberante Anita (Ariana DeBose de Hamilton) companheira de Bernardo, com quem trabalha no setor de limpeza de uma grande loja de departamentos. Tony, apesar de seus vínculos com Riff e os Jets, está querendo deixar aquela vida para trás, pois passou um ano na cadeia por quase ter matado um rapaz de gangue rival, trabalhando com afinco na loja de refrigerantes de Valentina (Rita Moreno, que foi Anita na versão de 1961). Aos 89 anos, Moreno interpreta a viúva de "Doc" (personagem original interpretado por Ned Glass), sendo um papel novo e uma das raras liberdades tomadas por Spielberg em relação ao musical de 1961.
Passado e presente: Rita Moreno que em 1961 foi Anita, agora é Valentina, viúva que emprega Tony em sua loja e o orienta |
As duas se destacam e complementam, sendo a Anita de Ariana DeBose, uma força radiante da natureza, e a lendária Rita Moreno, como Valentina, traz uma luminosidade despojada, roubando a cena, com a sua interpretação de "Somewhere". Já os líderes rivais transitam entre o fatalismo e um não saber sobre que rumo tomar além do conflito eterno. Mike Faist com sua magreza, músculos, e um ligeiro estrabismo passa um senso de perigo para a sua composição de Riff, o líder dos Jets, e David Alvarez infunde em Bernardo, líder dos Sharks, agora um boxeador ("a luta é o que o deixa alto") o lado negro da bravata de um rockstar, exibindo uma arrogância mesquinha de si mesmo, revelando o quanto ele nunca abraçou de fato a sua vida na América, pois o antagonismo racial que ele enfrenta a cada dia tem chamuscado sua alma, mantendo-o num antagonismo constante com o mundo.
Já os dois grupos antagônicos são basicamente dois indivíduos multifacetados, sendo um melhor definido do que o outro. Dos Sharks, apenas Chino (Josh Andrés Rivera) o rapaz nerd que gosta de Maria, tem alguma individualidade, mas ainda sim, apenas na medida da necessidade do roteiro, sendo Braulio, Chucho, Julito, Junior, etc... e os demais, apenas figurantes de luxo, embora não tenhamos mais as caracterizações insólitas da versão de 1961*4. Agora, como no original, os Jets, são melhor definidos em suas individualidades, como A-Rab, Action, Baby John, Diesel, Skink, etc... destacando-se Anybodys (o não -binário Iris Menas de Ridley Jones: A Guardiã do Museu) mais por conta da polêmica em torno do personagem*5 do que por um peso maior na trama.
O Desenho de Produção e a direção de Arte são impecáveis resgatando a Nova York da transição dos anos 1950 para 60... |
... graças à ótima fotografia, que emula a pigmentação do Technicolor aos efeitos visuais que expandem os cenários e ocultam os elementos anacrônicos |
Agora, apesar de seu valor histórico, que sacudiu a opinião pública americana na década de 1960 ao expor as tensões raciais no país, e tendo agora, um teor mais político nesta nova versão, cujo hipnótico balé de canivetes dos delinquentes dos anos 50 dançando sua agressividade nas ruas de Nova York continua algo chamativo, tanto a versão original do filme quanto a atual herdaram um problema de sua matriz teatral (que provavelmente herdou este problema do próprio Shakespeare...) que é acreditar que Tony (principalmente o de Richard Beymer, pois o de Ansel Elgort convence mais nesse quesito...) pegaria o canivete e reagiria de forma tão automática como ele faz. E Maria fica com raiva dele por matar seu irmão por cerca de cinco segundos! E, logo ela parece esquecer tudo sobre isso, com os dois acabando por consumar lindamente o seu amor em seguida. É curioso que tenham batido tanto na tecla da escalação de um elenco latino para interpretar personagens latinos, mas nenhum Social Justice Warrior ou movimento identitarista (que por menos criam caso com Deus e o Mundo...) tenha falado disso.
Quando o casal declama "One Hand, One Heart", numa antiga igreja, fica evidente a sua união num casal |
Possivelmente no teatro isso funcione melhor, mas há um elemento racista inconsciente nisso, que bloqueia o fluxo emocional. O subtexto não intencional parece ser: “Bernardo era um latino cabeça quente, então sua morte nem importa tanto para Maria”, além de o último ato ser menos uma tragédia romântica e mais uma luta de gangues que se transforma em um apelo organizado por tolerância, coisa que a nova versão não resolve completamente à despeito de sua mis-en-scene poderosa. Aí está um desafio para daqui a uns 50, 60 anos os roteiristas pensarem, no próximo remake...
E como sempre, cedo ou tarde, pinta uma arma para piorar as coisas... |
Visualmente a produção mostra em cada cena ou plano o orçamento estimado de 100 milhões de dólares (segundo a Variety), transparecendo seu apuro técnico. A música de Leonard Bernstein (Sindicato de Ladrões) e as canções originais de Stephen Sondhein (Dick Tracy) são resgatadas, e repaginadas pela coreografia cinética de Justin Peck (Operação Red Sparrow) cujo ritmo hipnótico, incorpora o atletismo urbano das danças originais de Jerome Robbins e, graças aos movimentos de câmera de Spielberg e Kaminski, nos faz acompanhar os Jets pelas ruas, canalizando a sua alegria imprudente, e evitando cair na bolha dos “filmes antigos”. Isto ocorre graças à edição de Michael Kahn (Os Caçadores da Arca Perdida) e Sarah Broshar (Jogador N°1) que injeta ao longo das 2 horas e 36 minutos do filme, as doses certas de vigor e dinamismo nos números musicais, como quando Anita canta “America”, como um turbilhão de festa de bairro, evocando uma fanfarronice feminina triunfante, ou quando na delegacia os Jets cantam "Gee, officer Krupke", cheia de espirituosidade, refletindo que o novo "entendimento" terapêutico da delinquência, é uma besteira que eles sabem usar a seu favor. Tais números contrastam com o lirismo nos duetos entre Tony e Maria, como quando cantam "One Hand, One Heart", agora transformado num belo hino, filmado através da luz do sol de vitral, numa igreja convertida em museu.
O
conflito principal entre "Jets" e "Sharks" agora ocorre num depósito de
sal, e não num playground, sendo um espaço mais amplo do que o da versão de 1961 |
Só pela sequência de abertura, a fotografia de Janusz Kaminski (O Resgate do Soldado Ryan) já tem garantida uma indicação ao Oscar, pois além da maestria com que passeia pela passagem (emendando imperceptivelmente seus cortes) ainda resgata com sua palheta de cores o technicolor do período, dando a impressão que a qualquer momento veremos rostos da época como Doris Day ou Jemes Stewart. Aliás a escolha de atores é um achado, com tipos fisionômicos que parecem saídos daquela época, tal é esmero da caracterização de iluminação, fotografia, maquiagem, por Judy Chin (Greyhound – Na Mira do Inimigo) e Kay Georgiou (Coringa) nos penteados e é claro nos figurinos de Paul Tazewell (O Mágico Inesquecível Ao Vivo!) que usa uma gama de materiais e texturas que emulam os materiais daquele período mas permitem a desenvoltura doa artistas em suas coreografias de dança, luta e qualquer movimento que for necessário.
O desenho de produção de Adam Stockhausen (O Grande Hotel Budapeste) se equilibra entre a referência ao filme de 1961, e o abandono à ele, trilhando caminhos ora teatrais como a cena final noturna, com as ruínas dos prédios assumindo um aspecto expressionista, ora com tons mais realistas, como a loja de departamentos em que Maria, Anita e suas amigas trabalham, que parece saída daqueles filmes do Jerry Lewis e Dean Martin, tal é o primor da direção de arte de Deborah Jansen (Onde Os Fracos Não Têm Vez), Ryan Heck (O Curioso Caso de Benjamin Button), Hinju Kim (Ilha do Medo), Nithya Shrinivasan (O Irlandês) e Deborah Wheatley (Panic) que junto com a decoração de sets de Rena DeAngelo (Oito Mulheres e Um Segredo) resgata cada objeto de uso cotidiano do período com uma preciosismo obsessivo.
Polêmica: O personagem trans Anybodys (o não -binário Iris Menas) tem pequena participação, e se não chamassem a atenção, muitos nem notariam |
A supervisão de efeitos visuais de Richard Stammers (Perdido em Marte) e Edson Williams (007 - Sem Tempo Para Morrer) equilibra o tom das cores, e resgatam a Nova York da transição dos anos 1950 para os 60, que voltou a fazer parte do set, como no filme original, filmada em lugares que não mudaram, e que existem ainda hoje, tendo os efeitos visuais das empresas Digital Domain, Lola Visual Effects, Moving Picture Company (MPC), Mr. X removido digitalmente os aparelhos de ar-condicionado, as antenas de satélite e as barreiras nas janelas, além de expandir o panorama para além das locações e sets.
No fim das contas, os "Sharks" praticamente não tem individualidade, como na versão de 1961, apesar de uma caracterização menos estereotipada... |
...enquanto os "Jets" têm mais peso na narrativa, nos dando vislumbres de seus tipos e personalidades |
Ao final Amor, Sublime Amor reflete a alegria que Steven Spielberg sentiu ao filmar um de seus clássicos de estimação, e adaptá-lo às novas gerações, sendo um filme contagiante e de uma efervescência impetuosa. Se todo autor tivesse uma primeira experiência num gênero não abordado com metade deste nível de qualidade, a história do cinema no geral (e de Hollywood em particular) seria bem diferente. Dirigindo seu primeiro musical, Spielberg apenas confirma uma declaração do próprio Robert Wise, de tinha o musical e a ficção-científica como os seus gêneros favoritos, pois eram gêneros que demandavam um grande apuro técnico de seus realizadores. E no final, ele estava certo, pois embora diversos entre si, os dois gêneros se valem da construção de mundos, sejam originados em outro sistema solar, sejam nos palcos do teatro, como o clássico da Broadway.
Notas:
*1: White trash (traduzido literalmente: lixo branco) é um termo depreciativo originário dos Estados Unidos, para pessoas brancas de baixo estatuto social como operário, camponês, lavrador e entre outros. O termo "lixo branco" surgiu pela primeira vez na década de 1830 de forma pejorativa usado por aristocratas brancos e escravos negros contra os brancos da classe trabalhadora e lavradores (isolados de outros grupos) das plantações do Sul ou pequenos agricultores brancos. Em 1855, o termo tinha passado para uso comum por brancos de classe alta, e era de uso comum entre todos os sulistas. Na virada do século XIX para o século XX, a população branca de origem europeia representava cerca de 90% da população dos EUA e em estados como Virginia Ocidental, Kentucky, Indiana, Ohio e outros 35 estados americanos, essa porcentagem chegava a cerca de 100% ou a totalidade da população. Sendo assim, esse grupo étnico-racial era e é maioria em todas as classes sociais nesse país. Posteriormente os imigrantes pobres de origem européia como alemães, russos, holandeses, poloneses e italianos tiveram nos grandes centros urbanos um tipo de discriminação equivalente em suas comunidades, criando guetos e sendo grande alvo de aliciamento da extrema direita, que com discursos de ódio lhes vende a ideia de resgatar um passado ideal, onde eles teriam um lugar ao sol.
*2: Na abertura de Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) temos um grande número musical evo-cando os números da década de 30 com Kate Capshaw cantando “Anything goes” de Cole Porter.
*3: O termo Gentrificação (do inglês gentrification - derivado de "gentry", que por sua vez deriva do Francês arcaico "genterise" que significa "de origem gentil, nobre" ) é o fenômeno que afeta uma região ou bairro pela alteração das dinâmicas da composição do local, tal como novos pontos comerciais ou construção de novos edifícios, valorizando a região e afetando a população de baixa renda local. Pelo termo entende-se também a reestruturação de espaços urbanos residenciais e de comércio independentes com novos empreendimentos prediais e de grande comércio, ou seja, causando a substituição de pequenas lojas e antigas residências. A expressão foi tratada de maneira semelhante pela primeira vez por Karl Marx no século XIX e depois foi retomado pela socióloga britânica Ruth Glass, em 1964, ao analisar as transformações imobiliárias em determinados distritos londrinos. Tal valorização imobiliária é seguida de um aumento de custos de bens e serviços, dificultando a permanência de antigos moradores de renda insuficiente para sua manutenção no local cuja realidade foi alterada, como por exemplo, a mudança radical da natureza das lojas de Queen St. West em Toronto ou o enobrecimento de vários bairros antes populares de Sen Francisco, Califórnia, e as mudanças ocorridas em Nova York (com destaque para a gentrificação ocorrida nos bairros de Harlem, naquela cidade e do Soho, em Londres) nas décadas de 1980 e 1990.
*4: Na versão de 1961, embora sejam porto-riquenhos, Maria era interpretada por Natalie Wood, uma americana típica (embora talentosa) e Bernardo era interpretado por George Chakiris, filho de imigrantes gregos.
*5: Originalmente interpretado por Susan Oakes (O Tenente) no filme 1961, a personagem, originalmente uma garota meio masculinizada, mas ainda convencional, ganhou uma leitura como transgênero, o que causou o banimento do filme na Arábia Saudita, Emirados Árabes, Catar, Bahrein, Omã e Kuwait, apesar de numa cena ser chamada de “lésbica”, e nos closes, convencer como uma mulher.
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